Sangue Puro:Destinada ao Herdeiro ( Livro 4) - FINALIZADO

Capítulo 17

ZOE LABONAIR

Eu estava confusa, não era a primeira vez que eu conseguia ver uma doença em uma pessoa, mas Adrian era diferente. A mancha em seu coração era assustadoramente estranha, me dava calafrios apenas de olhar e sentir o odor forte que passou despercebido por mim antes.

-Você está vendo a mancha?-a voz de Jason soou em meus ouvidos e eu desviei meus olhos de Adrian, meu estômago se revirava dentro de mim, me dava náuseas.

-Essa é a doença de Maylea-declarei num sussurro assombroso.

Eu me lembrava de ter lido sobre essa doença causada em bruxos em um dos grimórios de Joseph, ela foi diagnosticada pela primeira vez em uma bruxa chamada Maylea e ela foi morta semanas depois de ser infectada.
Era uma doença que te consumia aos poucos, drenava sua magia e o transformada em uma casca seca e vazia.

-Como você sabe disso?-Lucian me perguntou, mas meus olhos estavam fixos no chão, conforme me lembrava do pouco que havia lido sobre aquela doença. O frio impedia que a infecção se espalhasse rapidamente por seu corpo, meus olhos ergueram-se e eu olhei ao meu redor, todo aquele clima gélido do castelo era por causa de Adrian, para retardar a doença. -Zoe?-senti seu toque em meu braço e por reflexo, me afastei dele.

Olhei para Danya e ela estava próxima a mim, os olhos temerosos e respiração ofegante.
Era um feitiço posto pelos bruxos e eu era a única que era afetada pelo frio, já que a magia negra deles os protegiam.

-Eu li sobre essa doença em um dos grimórios de minha mãe-revelei em tom baixo, engoli em seco e afundei minhas mãos no bolso do sobretudo. -Isso irá te matar, não é?

Adrian apenas concordou com a cabeça, a feição dura e olhos gélidos.
Eu era capaz de sentir as emoções do bruxo e pude notar como ele já tinha perdido as esperanças, havia aceitado que morreria em breve e não lutaria contra seu destino.

-Você desistiu.

Adrian franziu o cenho e cruzou os braços.

-A que se refere?

Coçei a garganta e pisquei para afastar as emoções dos meus olhos, dirigindo meu olhar a Lucian.

-Vocês ao menos tentaram ajudá-lo?

Ele não me respondeu, nenhum deles disse nenhuma palavra e usei aquilo como uma resposta para minha pergunta. Balançei minha cabeça, sem acreditar na crueldade daqueles bruxos em deixar o amigo morrer daquela forma, sem tentar ajudá-lo ou procurar por uma cura para Adrian.

"Por que se importa tanto com ele?"

Ela estava certa, por que eu devia me importar com alguém que esteve ao lado de Lucian? Adrian não era minha responsabilidade e eu não podia fazer nada para ajudá-lo.

-Senhora?-Danya perguntou ao meu lado, sua voz tremia e seus olhos estavam marejados. -A senhora conhece uma forma de ajudar Adrian?

Balançei a cabeça, atordoada.
Eu sabia?

Não fui capaz de respondê-la, sinceramente, não tinha o que dizer naquele momento.
Tinha uma pequena chance de conseguir ajudar Adrian, mas era um mísera chance, não queria alimentar falsas esperanças e quebrar minha cara de novo.

"Você realmente ajudará esse bruxo? Ele não merece!"

-Zoe...-Danya agarrou meu braço e me forçou a encará-la. -Se sabe de algo, nos diga, por favor.

Pisquei algumas vezes, havia perdido minha voz. Era a primeira vez que se referia a mim sem toda aquela formalidade.

-Eu lhe imploro-pediu, apreensiva. -Por favor.