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Eu não falo com Yeonjun há alguns dias.
Às vezes, ele tenta se aproximar de mim, mas eu sempre encontro um jeito de fugir. E, para ser sincero, já não sei mais dizer se uso mesmo essa frase de forma figurativa.
Acho que nunca, nem sequer uma vez na minha vida, eu me senti tão distante de uma pessoa que geralmente está apenas a meros metros de mim. Mas aconteceu.
Corrigindo: está acontecendo.
Há uma razão para que eu me sinta inseguro com o fato de nunca ter beijado alguém, e essa insegurança só aumentou ao perceber a incredulidade de Yeonjun quanto à minha tão sigilosa confissão.
Isso se dá ao fato de que, em meus sonhos mais confidenciais, sonhei que eu aprenderia com alguém que amo, e que teria paciência em me ensinar, já que eu, obviamente, não iria conseguir tão facilmente em uma primeira tentativa.
Mas Yeonjun confirmou um outro lado da história, um que eu já suspeitava.
O lado que, ao invés de ser compreensivo e paciente, irá me julgar. E é aterrorizante.
Por isso, eu me pego pensando repetidas vezes a mesma coisa: quem vai querer beijar um adolescente que nunca, sequer uma vez, teve tal experiência antes?
Yeonsun, certamente, não é essa pessoa.
Eu não esperava que meu primeiro beijo fosse um completo sucesso desde o primeiro momento, tampouco que fosse perfeito, mas definitivamente gostaria que acontecesse da maneira correta. Com alguém que iria me entender, e não julgar.
Yeonjun, porém, acabou com cada mísera esperança que eu porventura poderia ter.
Minha esperança era como um frágil e curto fiapo preso a uma roupa velha e desgastada, que estava sendo preservado no local apenas para que a roupa inteira não rasgasse. Mas ele foi arrancado brutal e fortemente pelas palavras de Yeonjun.
Agora, a roupa não passa de uma boa, mas escassa, lembrança antiga que foi lamentavelmente varrida para os cantos mais escuros, profundos e perturbadores das minhas memórias, acompanhada às minhas outras descartadas roupas velhas, dos meus postergados sentimentos ocultos.
E é esse pensamento que tem sido feito prisioneiro da minha mente durante o tempo que me mantenho afastado de Yeonjun, como se nós dois fôssemos polos negativos, que a todo momento repelem um ao outro, e repudiam a mera possibilidade de estarem juntos, mesmo por um segundo. Um mísero, rápido, mas suficientemente avassalador, segundo.
E quem pode ser meu polo positivo agora?
Eu nego com a cabeça, tentando afastar por um instante esses pensamentos e metáforas que tem feito questão de tentar tomar o controle de todo o meu tempo.
É isso que chamam de drama adolescente? Porque se for, eles estavam errados. Isso para mim não parece drama. Parece uma pessoa normal, sentindo sentimentos ruins normalmente e tentando lidar com eles.
Todo mundo passa por isso.
Certo?
— Refrigerante — alguém diz, de repente.
Olhando para cima, posso ver Hueningkai segurando uma latinha de Coca-Cola, e oferecendo seu sorriso mais bonito a mim.
Me sinto horrível por não retribuir.
A única coisa que consigo fazer é pegar a latinha e abrir, tomando um gole considerável do refrigerante, fingindo que é cerveja. Assim como adultos fazem: afogando suas mágoas no álcool como se fosse resolver alguma coisa (uma mentira).
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pick a man ¡! yeonbin
Fanfic[CONCLUÍDA] Choi Soobin nunca foi tão perdidamente apaixonado e dedicado por alguém como era por Choi Yeonsun, líder do clube de arte. Porém, para conseguir se aproximar do garoto que amava, ele tinha que conhecê-lo sem que sua timidez fosse um obst...