capítulo 12

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Lili Reinhart

Já atendi 2 velhos com problemas cardíacos e eu não aguento mais, esse era o meu maior medo de fazer cardiologia. Só atender velho impertenso com o coração enorme. Queria fazer uma cirurgia, mas são poucas vezes que fazemos, 4 por mês no máximo.

Acabei meu plantão hoje e dei graças a Deus por isso, estava esgotada, meus pensamentos acabavam comigo, hoje iria na psicologa, o hospital recomenda para os médicos irem em uma sessão pelo menos 1 vez por semana.

Eu ia quando dava tempo, as vezes com todos esses plantões, esqueço de cuidar de mim, não lembro a última vez que eu fiz uma massagem no cabelo, ou pintei as unhas dos pés. Ser médica tinha seus benefícios, não tem satisfação maior do que ver os familiares chorando de alegria porque você salvou a vida de alguém querido para eles, mas as vezes era um saco, não tenho tempo para nada, não aproveitei direito meu ano de faculdade, nem meu ensino médio, estava ocupada tentando ser alguém na vida.

E tudo isso foi estupidez, porque agora sou uma mulher de 27 anos, com olheiras enormes, sou infeliz, vivo de mau humor e estressada, pareço uma velha rabugenta que só quer 10 horas para dormir e uma massagem nos pés.

Cole passou por mim pelo menos 3 vezes, e eu tentei evitar ele ao máximo, eu sei que era infantilidade da minha parte, mas não estava ligando, as vezes eu parava para observar ele, o moreno levou uma mulher grávida para a sala de espera, e tentou tranquilizar ela, sendo gentil e educado, eu achei fofo, não conhecia esse lado gentil dele, na maioria das vezes ele está sendo um canalha.

Voltei para o trabalho, iria embora em 30 minutos, estava acabando de preencher algumas coisas, já estava anoitecendo e eu desisti de ir a psicóloga, ia demorar demais, e eu só queria deitar e dormir.

Tirei meu jaleco e substitui o crocs branco por um tênis, e fui para frente do hospital, peguei meu celular rapidamente do bolso traseiro da calça e estava prestes a chamar um Uber, ter que gastar dinheiro todo dia com isso é um saco.

Vi o carro de Cole vindo para a minha direção, comecei a andar para dentro do hospital novamente, ele buzinou três vezes e eu continuei andando, como se não estivesse ouvido, mas então ele gritou meu nome, e sabia que ele saberia que eu estava evitando falar com ele, então dei meia volta, frustrada com a minha lerdeza para entrar no hospital.

Me aproximei de seu carro e então me abaixei um pouco para conseguir olhar para ele dentro do carro.

- O que foi?
Perguntei querendo ser o mais rápida possível.

- Está me evitando?
Eu encarei ele meio surpresa, estava tão na cara assim?

- Não!
Falei mais desesperada que o normal, e minhas bochechas coraram. Ele pareceu ignorar.

- está indo para casa? Se quiser uma carona é caminho pra mim.
Ele ofereceu e eu pensei rápido em uma desculpa esfarrapada.

- Já chamei o Uber, mas obrigada.

- Entre logo, é só cancelar a corrida.
Ele abriu a porta do passageiro e eu suspirei derrotada, merda Lili, não sabe dizer não?

Dentro do carro estava um silêncio constrangedor, eu estava com a cabeça apoiada na janela quase dormindo e ele prestava atenção no trânsito.

Mudei minha posição para uma mais confortável e ele me observou, estavamos com o carro parado, esperando os carros andarem, mas eles não andavam, não devia ter aceitado a carona.

- Acho que vou a pé mesmo, estou cansada.
Falei tentando abrir o carro. Mas estava trancado.
- Pode abrir por favor?

- Não vou deixar você sair sozinha a noite, ainda mais nas ruas de Los Angeles.
Ele falou sem olhar para mim diretamente. Eu bufei e encostei no banco novamente.

𝑳𝒐𝒗𝒆 𝒂𝒕 𝒇𝒊𝒓𝒔𝒕 𝒔𝒊𝒈𝒕𝒉  ᷤ ᷮ ͬ ͦ ͧ ᷤ ͤ ͪ ⷶ ͬ ͭOnde histórias criam vida. Descubra agora