O dia seguinte passou rapidamente. Todos, exceto eu, resolveram dar uma volta pela floresta e até mesmo passar pelo centro de vendas mais próximo. Eu acho que estava um pouco apreensiva pelos acontecimentos anteriores, e todos entenderam perfeitamente. Aproveitei o meu dia para ler um livro na enorme e empoeirada biblioteca de Benjamin, comendo alguns salgadinhos e até mesmo aproveitei para falar com a minha mãe.
Apesar dessa sensação de paz, eu sentia no fundo do meu peito uma grande apreensão sobre o fato de eu não estar fazendo definitivamente nada em relação ao trabalho, e Cristina também não. Mas ainda assim, resolvi só observar, não queria perguntar nada a ela por enquanto, e só ver onde isso vai dar. Até mesmo porque a ideia de que ela tenha me chamado aqui só por pena em relação ao que aconteceu com a minha mãe não me agrada em nada.
— Qual é! Eu fui bem mais rápido, você se aproveitou por já conhecer essas áreas bem melhor que eu. — Tadeu entra pela porta parecendo bastante agitado, e logo atrás dele, Cristina e Benjamin, ambos rindo e cobertos de neve.
— Ah, claro. Definitivamente foi por esse motivo. — Benjamin murmura em um tom irônico e eu vejo Cristina revirar os olhos, se pondo entre os dois.
— Parem com isso, vocês dois! Isso aqui está me parecendo uma competição de testosterona. — Ela comenta, enquanto os dois tiram a neve do corpo, ambos sorrindo.
Estou sentada de frente para a lareira que não está acesa, mas ainda assim gosto da sensação do carpete da sala.
— Não é uma competição de testosterona. Se fosse, eu com certeza teria ganhado; — Tadeu murmura puxando Cristina pela cintura. — Ele nem ao menos consegue ficar com a garota que quer pegar.
— Chega! — Cristina exclama, estreitando os olhos para os dois, que finalmente parecem notar a minha presença.
— Ah, Mel! Você está aí... — Tadeu murmura coçando a nuca, parecendo sem graça.
— Ele estava falando da garota do caixa... uma asiática. — Cristina murmura para mim e eu ergo a minha sobrancelha, não entendendo o que isso tem a ver comigo.
— O que tem a garota do caixa? — Pergunto enquanto Benjamin pendurar seu casaco no cabide ao lado da escada.
Cristina olha para os dois, e logo se aproxima de mim com um sorriso fraco.
— É que fomos no centro de vendas comprar algo para matarmos nossa fome quanto ficarmos entediados, e a garota do caixa estava comendo Benjamin com os olhos, só isso. — Ela explica e eu assinto, pondo o meu celular de lado, me sentindo estranhamente incomodada por estarmos falando sobre isso.
Incomodada simplesmente por não estar acostumada a falar sobre essas coisas e dessa forma com as outras pessoas.
— Não importa, eu vou subir e tomar um banho. Depois de ter ganhado uma corrida, eu acho que mereço algum tipo de relaxamento. — Benjamin pisca, convencido e rapidamente sobe as escadas de três em três degraus, me deixando realmente surpresa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
DOCE COMO MEL (Série No Antro Da Colmeia- Livro 01) DEGUSTAÇÃO
RomanceESTA OBRA ESTÁ COMPLETA NA PLATAFORMA BUENOVELA "Ela queria a sua liberdade, porém mal sabia que no preço dela, havia o nome do seu corpo e alma." Reprimida por sua família religiosa, Mel se vê numa encruzilhada quando uma proposta surge num momento...