Sinto meu corpo ser acordado por vozes vindo lá debaixo, o que faz com que meu corpo acorde. Olho ao redor ainda grogue pelo sono, percebendo que estou completamente sozinha. Já escureceu, e são cerca de seis da noite de acordo com o relógio digital no armário logo na frente da cama. Me levanto da cama disposta a molhar a minha garganta, já que a mesma se encontra seca, e eu desço as escadas com o colar da minha mãe entre os meus dedos, lembrando dos acontecimentos de mais cedo.
As vozes familiares aumentam e eu logo vejo Cristina, Tadeu e Benjamin na sala de jantar, todos conversando sobre algo bastante animado.
— Mel, como está se sentindo? — Cristina pergunta e todos levantam seu olhar, percebendo a minha presença.
Puxo uma cadeira à frente de Cristina na longa mesa de doze cadeiras e sorrio, me sentando.
— Estou me sentindo melhor, tudo o que eu precisava era de um banho, de algo para comer e dormir.
— Eu sabia que iria gostar daquele sanduíche. Foi eu que fiz. — Tadeu comenta todo orgulhoso e eu sorrio, lembrando que ele estava realmente saboroso em comparação aos sanduíches comuns.
— Meu Deus, nem parece que foi ontem que você se perdeu. Tudo está passando tão rápido na minha cabeça, daqui uns dias será o seu aniversário. — Cristina murmura pensativa e eu assinto, quando Benjamin olha para mim com curiosidade.
— Quantos anos vai fazer?
— Dezoito. — Respondo e ele quase se engasga com a sua bebida posta numa xícara de café.
Cristina esfrega as têmporas parecendo sem graça e desviando o seu olhar do meu, que é pura confusão para os dois. Mas o que está acontecendo?
— Ela só tem dezessete... — Ele murmura para si mesmo, ainda olhando para Cristina enquanto eu os observo intrigada.
Eu não vejo como a minha idade pode interferir nesse assunto de trabalho em relação a essa viagem. E eu mesma pensei que ele sabia da minha idade, já que mais cedo ele citou que não se interessaria por alguém tão nova como eu. Talvez pensasse que eu ao menos fosse maior de idade?
Ouço Tadeu limpar a garganta ao meu lado logo após se levantar da mesa com seu usual sorriso.
— Eu estava pensando em fazer uma sopa, mas não tenho certeza se irão gostar. O que acha, Mel? De me ajudar? — Ele estende sua mão para mim e eu o encaro, tentando me decidir se devo ou não.
Volto a olhar para Benjamin que nesse momento encara Cristina com uma sobrancelha erguida, parecendo impaciente para falar algo. E é quando eu me decido que o melhor é deixar que eles conversem, mesmo que o assunto seja a minha idade. Seguro na mão de Tadeu deixando que ele me guie até a cozinha. Talvez por ser um trabalho importante ele não goste do fato de alguém tão nova estar ali para realizar o trabalho com eles. Talvez ele não acredite que alguém tão novo seja capaz desse trabalho. Mas se esse for o problema, eu vou mostrar a ele que eu sou muito mais do que capaz, ainda mais quando o assunto é pagar o tratamento de câncer da minha mãe.
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DOCE COMO MEL (Série No Antro Da Colmeia- Livro 01) DEGUSTAÇÃO
RomanceESTA OBRA ESTÁ COMPLETA NA PLATAFORMA BUENOVELA "Ela queria a sua liberdade, porém mal sabia que no preço dela, havia o nome do seu corpo e alma." Reprimida por sua família religiosa, Mel se vê numa encruzilhada quando uma proposta surge num momento...