02. a new restart

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ELOISE GOSTAVA DE PENSAR que tudo na vida tinha um propósito. Como no dia do seu aniversário de quatorze anos, onde sua mãe, depois do almoço em família onde cantaram parabéns, veio com a constrangedora conversa de como os bebês eram feitos. Ou até na morte de seus pais, que, por exemplo, serviu para lhe tornar mais forte e pronta para o que viesse, mesmo quando acreditava que não existia um ponto positivo no fático acontecimento.

O que importava era quê, todos aprendem com os erros. Eloise aprendeu que, se precisasse usar óculos de grau, mesmo que mais ninguém na família usasse, os óculos a ajudariam a enxergar melhor as coisas, e, se os garotos a achassem feia por causa do novo visual, estariam sendo bobos imaturos. Ela se sentia incrível com seus óculos de armação redonda, como se eles fossem o portal para um novo mundo que só ela conhecia. Também teve o dia em que ela brincou de fingir ser Elena e Elena fingiu ser ela para os outros e Stefan acabou a convidando para sair, achando que ela fosse a gêmea certa; Elena e ela riam disso, mas Eloise não queria nunca mais viver algo tão constrangedor como aquilo.

Usando um vestido floral de tecido leve com alcinhas, estilo ciganinha, e uma sapatilha de salto mediano nos pés, olhou para a tia Jenna, que tinha os cabelos loiro morango presos em um coque desleixado, e Elena, que parecia um tanto alarmada com o visitante inesperado. O barulho da voz meio sonolenta da tia, o modo como a voz da sua irmã transmitia o quanto ela estava desconfortável e as palavras muito bem calculadas de uma voz masculina desconhecida, além do vento frio que passava pela porta principal entreaberta, chamou sua atenção, e Eloise desceu as escadas sem pressa pelo medo de acabar caindo.

O Sr. Smith a cumprimentou, educado, com um simples aceno de cabeça. Sua tia abriu um sorriso enorme, tão grande que nem parecia caber no seu rosto, fazendo os lábios de Eloise curvarem de diversão por conta própria. Mas sua irmã gêmea, com os braços caídos e as mãos em punhos, só tinha olhos para o homem de terno.

— Bom dia? — Sua afirmação mais saiu como pergunta, pela sua confusão.

Não devia ser mais de oito horas da manhã, ela suponha. As cortinas, de uma cor que beirava entre o bege e o lilás, da sala de estar estavam balançando suavemente, o quê só podia significar que a janela estava aberta, mesmo que só um pouquinho. Tinha uma manta rosa da Moranguinho no sofá maior, além de um travesseiro com a fronha verde-água com o desenho de flamingos e pequenas bolinhas brancas. E, na mesinha que ficava na frente, uma xícara de café preto estava depositada perto de vários cadernos e folhas, o notebook aberto em uma página sobre vagas de emprego de meio-período. Tudo estava uma completa bagunça, e Eloise sabia que a tia não fazia por mal, até porque era difícil ser tutora de três adolescentes, ainda mais conciliar a vida pessoal com os estudos na faculdade e o trabalho, mas tudo piorou depois que Jenna foi demitida por "se vestir vulgarmente e ainda chegar atrasada" — palavras do ex-chefe dela e que Jenna zombou repetidas vezes em voz alta enquanto bebia copos e mais copos de wisque e escutava My Heart Will Go On da Celine Dion, cantarolando o refrão da música, completamente bêbada.

Mas, nem mesmo cheirando a álcool e desempregada, Jenna descia do salto. Eloise admitia que a tia era engraçada de ambos os jeitos, bêbada ou sóbria, mas somente quando bêbada a mulher parecia ter juízo, por mais estranho que parecesse. E era por esse motivo que Jenna sempre bebia antes de sair para algum dos seus compromissos.

— O Sr. Smith está aqui para pegar alguns papéis — informou a mais velha das três, o sorriso quase maníaco ainda presente no rosto levemente corado. — Sinto muito se te acordamos, Elo.

A garota se segurou para não rir diante dos acontecimentos, porque a tia só tinha falado aquilo por pura educação e o Sr. Smith estar as observando atentamente, os olhos brilhando em diversão enquanto olhava de uma para a outra. O homem era bonito e recém chegado na cidade, mas já estava no radar de Jenna e, coitado dele.

O dia talvez fosse melhor que previra, afinal.





DESCULPA PELA DEMORAKSKSK
VERGONHA NA CARA, CADÊ A VERGONHA NA CARA

eu quero enfiar minha cabeça em um buraco pela vergonha, mas enfim, esse cap eh a forma de eu lhes das as minhas mais sinceras desculpas em relação ao atraso da atualização da fanfic e eu vou dar o meu máximo pro próximo capítulo não demorar tanto, mas não prometo nada, hihihi 🌚🍷

eita que eu sou a jenna se visse um "sr. smith"...

𝐈𝐍𝐄𝐕𝐈𝐓𝐀𝐁𝐋𝐄, 𝑟𝑒𝑏𝑒𝑘𝑎ℎ 𝑚𝑖𝑘𝑎𝑒𝑙𝑠𝑜𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora