Qual Parte?

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Andrea parou na porta do quarto das gêmeas e as olhou escolher uma roupa.

— Que tal esse? — Caroline perguntou a irmã.

— Não Caro, usamos rosa ontem.

— Bom dia ruivinhas.

— Bom dia Andy.

— Não escolheram as roupas ainda?

— Não, eu quero a vermelha, mas a Caro quer a rosa.

— E por que você não coloca a vermelha e a Caro a rosa? — As gêmeas a encararam como se o que ela havia dito era um absurdo — Okay, sentem aqui — Bateu na cama e as olhou nos olhos — Você não vai vão deixar de ser Cass e Caro apenas por gostarem de coisas diferentes e fazerem coisas diferentes, cada uma pode ter coisas que gostam mais, como uma cor favorita ou sabor de sorvete, não precisam fazer tudo igual a outra apenas por ser gêmeas.

— E se não gostarem mais da gente por sermos diferentes? — Caroline perguntou com os olhos arregalados, Andrea riu.

— É impossível isso acontecer bobinha, vocês são maravilhosas demais pra que a gente não goste, eu vou continuar amando vocês, assim como a mãe de vocês e todo mundo, a Cara vai gostar ainda mais se não confundir mais vocês duas — Disse divertida e as meninas riram — Querem tentar igual fizemos ontem com os desenhos? — As meninas afirmaram mesmo inseguras e Andrea sorriu beijando-as na bochecha — Agora vão se vetir pra gente ir tomar café — As gêmeas seguiram para dentro do closer e quando voltaram as três desceram.

Andrea sentia as duas apertarem suas mãos enquanto desciam os degraus das escadas, seguiram para a cozinha e Miranda as olhou surpresa, depois olhou para Andrea que sorria.

— Eu não faço ideia de quem é a Cass ou a Caro — Miranda brincou sorrindo.

— Mamãe! — Disseram juntas e fizeram bico, Miranda riu e as puxou para si enchendo-as de cócegas, as duas riram.

— Socorro Andy — Gritaram. enquanto riam.

— Eu não não vou me envolver ao ataque às gêmeas — Disse sentando enquanto sorria largamente, Miranda parou com as cócegas e lhe beijou nas bochechas.

— Sentem para tomarem café, depois podem brincar — As meninas senteram lado a lado e Miranda lhe serviu, logo Nigel apareceu, já Nate havia saído um pouco mais cedo.

.§.

Os olhos de Andrea estavam pressos na página do livro que lia, na verdade tentava ler já que não trocava de página a mais de vinte minutos, sua mente vagava para o que conversou com a mãe, que no tempo certo ela saberia o que fazer, mas quando seria o tempo certo? Achava tudo aquilo uma droga e cada segundo mais sentia vontade de beijar Miranda, o saber sobre o que fazer era sobre beijar Miranda? Não sabia se teria coragem de beijar sua sogra e depois dizer "desculpa Nate, eu beijei sua mãe e sim, eu estou apaixonada por ela, afinal, não se compara aos nossos beijos", tal pensamento lhe fez morder os lábios, como seria beijar Miranda afinal?

Céus Andrea, o que você está pensando? — Sua mente lhe repreendeu como vinha fazendo com frequência nos últimos dias.

— Tudo bem? — A voz rouca lhe fez abaixar o livro, Miranda estava no outro sofá e ela nem se dera conta.

— S-sim — Miranda riu nasalado — Por que?

— Está completamente petrificada encarando o livro, crio que a mais de meia hora.

— Apenas achei interessante a essa parte que acabei de ler.

— Qual parte?

— Qual parte? — Repetiu a pergunta e fechou o livro — Eu perdi a parte.

— Você é uma péssima mentirosa, alguém já te disse isso? — Perguntou com os olhos semi-cerrados.

— Doug faz questão de me lembrar isso sempre que eu digo que não deu pra levar os donut's que ele gosta, mas na verdade não quis enfrentar a fila da loja — Miranda riu — Quando chegou aqui? Não te vi sentar ai.

— Não estou surpresa por isso, você está entretida na parte que gostou do livro — Alfinetou e Andrea revirou os olhos sorrindo — Tenho mais ou menos vinte minutos que estou aqui — Disse e passou a mão nos cabelos, os óculos estava na ponta de seu nariz, os cabelos bagunçados e uma roupa leve.

Andrea lhe achou extremamente sexy a maneira que os óculos foram posicionados em seu rosto, mordeu os lábios sentindo-se quente, como Miranda conseguia ser tão sensual daquela maneira e nem mesmo notava? Estava ali, completamente relaxada no sofá com um livro em mãos e uma roupa casual, nada mais, relaxada, essa palavra lhe fez ter variações do significado, mas apenas duas palavras definiam bem como ela gostaria de ter Miranda relaxada e nas duas ela sentia o corpo da mais velha tremer e escutava os gemidos roucos.

Êxtase e orgasmo... Essas palavras excoavam em sua mente, ela poderia simplesmente ir para o quarto e transar com Nate até se cansar, mas não era com Nate que ela queria aproveitar o melhor que essas duas palavras tinham a oferecer, Andrea queria com ela, com Miranda.

— Merda — Sussurrou fazendo Miranda levantar o olhar isso lhe deixou ainda mais sexy.

— Disse algo?

— E-eu... — Limpou a garganta — Onde estão as meninas.

— Foram passear com Cara e Patrícia — Disse voltando a ler.

— E Nigel?

— Provavelmente saiu.

— Nate ainda não voltou?

— Não que eu saiba.

— E nós estamos aqui sozinhas?

— É o que parece — Disse ainda atenta ao livro — Por que? — Andrea abriu a boca e fechou ao ver os olhos azuis sobre si, mil vezes merda.

Miranda estava fazendo outra vez, o olhar intenso que parecia lhe desvendar, lhe despir e novamente sua mente levando as palavras para o lado malicioso do negócio, seu coração outra vez descompensado, estava tão frenético quanto antes, suas pernas pareciam gelatina enquanto suas mãos pareciam está embaixo de uma torneira, era aquele o momento que sua mãe dissera a algumas horas? Era aquilo que ela disseram que ela saberia o que fazer? O que sua mãe falara mesmo? Sua mente era um completo breu, não conseguia formular uma frase, não conseguia desviar o olhar daqueles azuis intensos, não conseguia respirar.

— Andy — Estão tudo pareceu voltar novamente, Nate adentrou a sala com um largo sorriso nos lábios enquanto as duas o olharam.

— O que aconteceu?

— Quero te levar a um lugar.

— Agora?

— Sim, vem comigo.

— Mas Nate, eu... — Desistiu de falar e levantou-se quanto antes termisse, antes voltaria a tentar fazer o que achava certo ou seja lá o que sua mãe havia dito, os dois saíram da sala de mãos dadas, já que Nate lhe puxou sem lhe dar outra alternativa que não fosse segui-lo.

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