Jimin: Você está perfeito, hyung!

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Eu sinceramente não tinha noção do que tinha acontecido comigo. Não que fosse o fim do mundo eu ter sentado no colo do Jeon e estar prestes a beijar ele, tínhamos feito coisas muito piores no dia anterior, o problema na realidade era que na noite eu estava apenas testando um fato, um ponto em que eu precisava de sua ajuda como melhor amigo, amigo de infância e a pessoa mais próxima e mais confiável, juntamente com Taehyung. Naquele momento nossa reação era puramente experimental, não tinha um sentimento, quer dizer, pelo menos era o que eu achava, isso era o que eu achava porque no momento em que eu e Jeon estávamos sentados no sofá da sala não era isso que eu sentia, em meu âmago não gritava a coisa óbvia da amizade acima de tudo, eu sentia outra coisa, sentia uma enxurrada de outras coisas.

Tinha de admitir que quando deixei Yoongi no shopping eu não tinha realmente noção do que eu estava fazendo, eu sabia que estava incomodado pelo fato de estar assistindo com outra pessoa o que eu só assistia com o Jungkook, pode parecer besteira, mas aquilo significava muito para mim, quando nós cativamos alguém é preciso criar rituais, eu criei os meus próprios rituais na construção do sentimento que nós dois tínhamos, tínhamos nosso próprio jeito de conversar, de pensar, de agir, éramos um do outro de uma forma que ninguém jamais entenderia, os olhos dos de fora jamais tirariam raio-x completo do que significávamos um para o outro. Acho que amor verdadeiro é isso, não é? Ter algo único que ninguém é capaz de entender, além de você e ele.

No entanto existem vários tipos de amor verdadeiro, o amor é repleto de camadas, nunca soube identificar em qual camada eu e o Kookie estávamos, talvez eu estivesse muito cego, mesmo no colo dele eu estivesse negando para mim mesmo, eu estava de olhos fechados porque nem sempre é fácil esse tipo de decisão ser a correta, eu precisava levar muitos fatores em consideração, um deles era claramente o fato de que se entre mim e ele houvesse algo a mais, eu poderia destruir anos de amizade e cumplicidade, e mesmo tendo Taehyung, por dentro, Jungkook era tudo o que eu tinha.

— Jeon, eu...

Quando nossos lábios se aproximaram eu me lembrei de quando éramos ainda muito pequenos, eu levei ele para uma avenida para ensinar o mais novo a andar de bicicleta e depois de tomarmos um sorvete, ele me beijou. Acho que nunca contei a ele que aquele tinha sido o meu primeiro beijo, mesmo sendo mais velho aquela era a primeira vez que me beijavam, e foi incrível pois dizem que o primeiro é sempre o pior, o que tentamos esquecer, desajeitado, sem significância e um completo desastre, mas o nosso foi o contrário, o beijo de Jeon foi moldando o que eu sentia por ele, cada vez mais próximo, cada vez mais doce, eu o colocava numa redoma de vidro porque tinha medo que ele sumisse de mim, eu tinha medo que ele encontrasse alguém que abraçasse ele de uma forma mais terna do que eu, fui cercando ele com o meu amor e aqui estávamos hoje, eu claramente amava Jungkook, mas até que ponto o amor é o suficiente?  Se eu amasse mesmo ele e dissesse, ele me amaria de volta?

Tantas perguntas, eu me sentia queimar, esperava não queimar ele também.

O Kim invadiu a sala e eu me assustei, me mexendo sobre o colo do outro e segurando seus ombros em consequência do susto.

— O que vocês estão fazendo aí? — Tae perguntou e eu pisquei algumas vezes, antes de sair desesperado do colo do mais novo e me jogar no sofá.

— Nada. Como assim terminou com o Hoseok, Tae? Vocês namoram há séculos. — O garoto veio correndo e se jogou no sofá, com a cabeça no colo de Jeon e as costas no meu.

Respirei fundo por ele não ter feito mais perguntas acerca do que tinha acontecido no episódio anterior que ele tinha flagrado.

Singular e Não RecíprocoOnde histórias criam vida. Descubra agora