The Sky is a neighbourhood

Parte 3

Nota: Oi, gente, espero que estejam bem! Esse capítulo ta um pouquinho longo, mas acho que compensa ;) Eu e a Gretha esperamos que gostem dessa penúltima parte. Abraços <3

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Era uma sexta-feira chuvosa e acinzentada, que trazia o toque de melancolia e tristeza que combinavam com aquele dia em específico.

Nos últimos dias, o colega da policial que havia sido contaminado apresentou complicações nos sintomas, e mesmo já internado, todo o cuidado e tratamento que ele recebeu não foi suficiente. Não houve velório e no enterro o caixão estava lacrado.

Nicole escolheu vir para casa a pé, não se importando com a chuva pesada que caía, ela precisava de um tempo sozinha. Ver a família do rapaz desolada a afetou como ela não imaginava que seria possível. Ele morreu cumprindo seu dever como policial, mas sem armas, sem violência. Lonnie, assim como ela, estava sujeito a isso sendo parte de um dos trabalhadores essenciais que arriscam suas vidas em prol ao bem-estar e segurança dos civis.

O homem, que era pai de uma garotinha, foi o primeiro a lhe receber e dar as boas vindas a Nicole quando ela foi transferida. Ele foi um bom policial e amigo.

Quando chegou em seu apartamento, Nicole retirou seu uniforme formal para situações como essas. Deixou o chapéu encharcado cair sobre o assoalho de madeira e levou toda sua roupa, juntamente com a máscara descartável para a lavanderia, colocando tudo dentro de um balde. Ela cuidaria daquilo depois.

Vestida apenas com sua roupa íntima, ela se arrastou até o banheiro, e enquanto sua banheira enchia de água quente, ela se sentou sobre o vaso sanitário e se permitiu chorar pela a primeira vez. Calamity Jane se enroscou entre suas pernas, como se notasse que sua dona não estava se sentindo bem. De fato, ela não estava, estava triste e furiosa. Furiosa por ter perdido uma vida próxima em tais circunstâncias, o que ela nunca imaginou que aconteceria.

A gente nunca pensa que vai acontecer conosco. Ela estremeceu de frio e limpou as lágrimas com o antebraço enquanto se obrigava a se recompor e respirar fundo. Quando sua banheira encheu, tão quente que transformou o banheiro em uma sauna, ela entrou de uma só vez, não se importando com o choque térmico que seu corpo sentiu, e não sabe dizer por quanto tempo ela ficou ali apenas existindo.

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Waverly sentiu um incomodo no peito, algo que ela não saberia explicar. Seus olhos correram para a janela do apartamento que dava para a rua, que estava completamente molhada devido à forte chuva que caiu poucas horas antes. Ela se aproximou do vidro e olhou para o céu cinzento e cheio de nuvens carregadas, indicando que mais águas cairiam dele. Um calafrio percorreu sua espinha e era como sentir que não somente o dia estava tristonho.

Instintivamente ela olhou para o apartamento de Nicole, que estava aparentemente deserto e nem CJ estava passeando pelo sofá próximo a janela, coisa que costumava fazer aquela hora junto com Bobo.

- Elas devem estar dormindo... – Waves comentou para o amigo, que pulara para seu cantinho macio. – Nesse tempo, quem não gosta de um cochilo a mais, não é?

Bobo lhe deu um miadinho de concordância, contudo, algo ainda estava lhe incomodando, ainda mais se for levado em conta que a policial não respondeu o último e-mail da professora. Waverly tinha consciência de que a demora poderia ser porque a outra estava atarefada com algo da Delegacia, ou cansada e só querendo um bom descanso, mas parecia que algo estava diferente...

O felino miou outra vez e Waverly o encarou.

- Eu sei que ela não deixaria de me responder... Eu acho. – Suspirou e Bobo fez outro barulho incompreensível – Sim, eu estou com saudades dela...