[25] ➴ 𝐜𝐚𝐦𝐞 𝐛𝐚𝐜𝐤 𝐟𝐨𝐫 𝐲𝐨𝐮

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Narradora's POV

O rosto de Jack estava inchado, uma vermelhidão concentrada na região nasal e em sua boca. Suas mãozinhas com as palmas também rubras de tanto apertar o travesseiro duro sobre a cama, apoiavam o seu rosto direcionado à janela. Já tinha tranquilizado-se do choro desnorteado, mas a dor ainda era presente.

Poderia esperar sua transição para um quarto melhor observando pelo vidro o movimento no térreo abaixo, durante as longas horas restantes. Era a opção menos entediante e que poderia distraí-lo por um momento, mas preferiu observar apenas a visão do céu que a fenestra permitia-lhe na posição que estava: deitado.

Sabia que se aproximasse e olhasse para baixo, veria uma parte do estacionamento do prédio, e mais ao lado o jardim da pracinha comunitária aos pacientes. Veria pessoas entrando e saindo, se movimentando. Veria a liberdade dos que eram apenas visitantes chegando. Veria pessoas conversando, pessoas que tinham alguém de fora para assegurá-las de que melhorariam e estariam lá para quando saíssem da reabilitação. Veria tudo o que desejava, e isso não seria algo bom para sua estabilidade mental.

"Ninguém virá te buscar" uma voz falou na sua cabeça. "Finn está em apuros e você não pode fazer nada" outra cochichou, no tom mais melancólico já escutado. "Você não sairá nunca daqui, seu pai não acreditará em você" essa parecia ser pervertida pela entonação, com a intenção de piorá-lo. Sua mente ainda processava o diálogo execrável com a mãe, e seus pensamentos incontroláveis não ajudavam.

Ouviu o blindar das chaves exteriores balançando, a maçaneta girando e o ruído quase inaudível da madeira da porta passando pelo porcelanato liso. Apesar de apático, sentiu uma pontada de animação dentro de si, pensando que finalmente tirariam-no daquele quarto enfadonho. Virou-se rapidamente para o enfermeiro, que ainda estava de costas, fechando novamente a porta.

- Você veio me tirar desse quarto? - perguntou ansiosamente.

- Vim te tirar dessa clínica, Jack.

Quando finalmente viu seu rosto e ouviu aquela voz, seu coração palpitou tanto

- Finn! - Jack pulou nos braços do garoto, envolvendo-o com um abraço esmagador.

Finn beijou seu rosto inteirinho de saudades, alívio e por perceber que estava opado, recuperando de um pranto, e no final selou seus lábios lenta e carinhosamente.

- Eu te amo tanto, e fiquei com tanto medo de nunca mais poder te ver! - Grazer murmurou com a cabeça encostada no ombro do amado.

- Eu nunca conseguiria ficar em paz sabendo que você está sozinho aqui. Aliás, eu preciso te tirar daqui! Tem tanta coisa que descobri sobre a S.P.Y. e preciso te contar, tive que me disfarçar de enfermeiro para entrar porque a sua mãe proibiu a entrada de qualquer visitan-

- Foi ela que me colocou aqui! Ela me drogou para me prender nesse hospício, ela está por trás do roubo, ela-

- O que?! Angela está junto com Harbour nessa?

- Você... já sabia dele?

Finn contou o que aconteceu com ele e Jaeden de forma rápida, pois não tinham muito tempo sobrando. Jack complementou com a versão relatada pela mãe, contendo novas lágrimas que surgiam no canto de seus olhos.

- Jack, eu realmente sinto muito por isso. - segurou as suas mãos geladas - Mas temos que sair daqui rápido, mais precisamente, agora. Estão nos esperando lá fora para darmos um fim em tudo isso. O pen drive ainda está com você, não está?

- Sim. Na verdade, ainda está no carro, que deixei estacionado perto do galpão.

- Perfeito! Ele não está mais lá, vim até aqui com ele.

𝐑𝐔𝐍 𝐀𝐖𝐀𝐘,  𝗳𝗮𝗰𝗸Onde histórias criam vida. Descubra agora