[09] ➴ 𝐒.𝐏.𝐘.

906 111 167
                                    

Jack Dylan Grazer POV

Ninguém fuma por necessidade. Talvez até por diversão, mas também não é o meu caso. Desde os 14 anos fumo maconha, nicotina e outras centenas de substâncias que estão contidas em simples maços e pílulas. Por mais que ando extrapolando do cigarro nesses últimos dias, não faço isso por vontade de morrer ou apenas fazer graça, mas sim para ao menos sobreviver.


Sobreviver dos problemas dessa merda que eu chamo de vida, de relaxar e tentar viver sem toda essa ansiedade dentro do meu corpo e minha mente, mesmo que não seja a realidade. E é engraçado, mas devo admitir que estou me matando por dentro a cada tragada para conseguir viver tranquilamente, ou pelo menos tentar.

Eu realmente queria que o que está acontecendo fosse apenas alucinações resultantes de uma barra de LSD, e também queria digerir uma para fugir de tudo, mas era a pura realidade e eu teria que enfrentá-la.

Agentes secretos? Pen drive com provas do crime? E além disso... um assassinato que eu mesmo cometi. Por incrível que pareça estou começando a acreditar na história que Finn me contou, mas como não sou burro pedi para ele me mostrar tudo, só para ter certeza que eu só me fodo e estou apaixonado por um infiltrado na minha casa que não quer nada comigo além de fazer o seu trabalho.

— Jack Dylan Grazer: de onde veio? O que come? Como vive? No que tanto pensa que nem me dá atenção? Tudo isso amanhã no globo repórter – disse Jaeden, estralando os dedos em frente a minha cara.

— Haha – ri falso – posso nem mais boiar um pouco.

— Você ficou muito bolado depois de ontem. Certeza que não viu nada depois que saiu da sala dele?

— Sim, Jaeden. E aconteceu um assassinato na nossa escola, claro que eu tô assim.

— Pelo menos ninguém vai diminuir nossa nota ou contar para nossos pais que fumamos maconha atrás da arquibancada do campo da escola.

— Jaeden! Você tá glorificando a morte do diretor? Desse jeito eu penso que foi você quem matou ele.

— Eu não, Deus me livre.

Finn me pediu para não contar nada para Jaeden e nem para ninguém, então inventei que o diretor me chamou porque descobriu sobre a maconha, mas está sendo difícil esconder isso do meu melhor amigo.

Como não conseguia dormir nessa madrugada, saí de casa e fui até a de Jae, invadindo o seu quarto pela janela. Era algo comum entre nós então ele não se assustou, mesmo sendo pego quase batendo uma para as fotos de Wyatt enquanto o stalkiava no Instagram.

Finn me buscou de carro já pela manhã, e tive que dizer para Jaeden que iríamos para o lago perto da estrada já que não tivemos "nosso momento" no baile, mas na verdade iríamos para o local onde os agentes que Wolfhard falou se reuniam.

— Não tem como você entrar sem ser visto pelas câmeras, então pega essa máscara e enche o cabelo de gel que nem um topete. Você vai se passar por um cara de que estamos precisando.

— Essa máscara não é meio desconfiável? – perguntei enquanto colocava meu disfarce.

— Qualquer coisa fala que queimou o rosto em um acidente.

Ele estacionou o carro em frente a um galpão meio afastado da cidade. Por fora era velho e parecia abandonado, tinha um grande portão enferrujado e uma placa de madeira com letras cravadas quase ilegíveis pela tinta branca estar descascada. As únicas letras ainda pintadas eram "S", "P" e "Y", que antes formavam "Swimming Pools of York", uma antiga fábrica de piscinas daqui. Mas me surpreendi quando ele colocou seu indicador em uma fechadura digital e um pedaço da parede se moveu, revelando ser uma porta.

𝐑𝐔𝐍 𝐀𝐖𝐀𝐘,  𝗳𝗮𝗰𝗸Onde histórias criam vida. Descubra agora