Finn Wolfhard POVJack e eu corremos pelos corredores escuros deixando o corpo do diretor na sua sala depois de pegar a arma caída no chão.
Imagino que ele deve estar mega frustado e confuso, perguntando que porra acabou de acontecer. E merda, não era pra ter acontecido nada disso.
— Jack, espera - digo segurando no seu braço, que logo recua me olhando amedrontado - eu sei que você deve estar pensando que sou um assassino ou um psicopa-
— Sim, Finn. Estou pensando nisso e mais em um trilhão de coisas, mas não encosta e mim e deixa pra se explicar lá em casa.
— Você não vai pra sua casa agora. A gente tem que voltar pro baile.
— Ficou louco? Você acha que eu vou dançar com você e ainda continuar dentro dessa escola? - sua voz saiu falha, ele realmente estava frustado e chorava por causa disso.
— Não podemos sair assim, mais tarde todos vão descobrir sobre o Sr. Brenner e seríamos os primeiros suspeitos.
— Você quer que eu volte para aquela merda de ginásio e dance com você como se nada tivesse acontecido?
— Sim. Jack, depois de te explicar tudo você pode nunca mais olhar na minha cara.
— Eu vou é chamar a polícia.
— Foi você quem matou ele.
— Mas a arma era sua e eu estava em pânico.
Nós ficamos em silêncio por um tempo até o garoto enxugar suas lágrimas e me puxar pelo braço até o salão onde todos os alunos estavam reunidos.
E aconteceu assim como sugeri: Jack e eu estávamos dançando ao som da música lenta como os outros alunos a nossa volta. Mas diferente dos outros, não estávamos como um casal, muito pelo contrário, Jack provavelmente me odiava e me temia agora, e eu... bom, eu tinha sentimentos por ele, mas quaisqueres possibilidades disso ser recíproco foram por água abaixo.
Por que eu fui me interessar pela única pessoa que eu não poderia me interessar agora? Aliás, por que venho tentando parecer um garoto normal, sendo que a palavra "normal" é a que menos define a minha vida nesses últimos meses?
Tudo deu errado, e agora terei que contar para Jack quem eu sou e o que foi tudo aquilo. A coisa mais certa a se fazer seria colocá-lo nas mãos do Harbour, mas não quero fazer isso.
Logo um grito estridente de Ellie, a sobrinha do diretor, foi escutado dos corredores. Consideraria esse som como um marco para separar a tranquilidade e o desespero, tanto na minha vida quanto na noite de todos reunidos naquela escola. Isso porque a disparada da bala contra o peito do diretor foi silenciosa, mas para Jack provavelmente foi um marco muito maior mesmo não tendo um barulho específico para lembrar-se.
A gritaria dos alunos e as sirenes da polícia e dos bombeiros foi a combinação perfeita para deixar Jack mais atordoado, e para evitar um futuro ataque de ansiedade do mesmo nós saímos dali assim que as autoridades liberaram os alunos.
— Você tem 10 minutos pra se explicar antes que eu fale tudo pra polícia - disse assim que chegamos na sua casa.
— Você esqueceu que foi você quem atirou? Eu carregava a arma apenas pra dar medo e ter uma defesa.
— Existe uma coisa chamada legítima defesa.
— Acha mesmo que vão acreditar em você? Ele não tinha algum motivo pra te agredir a não ser o que eu vou te falar agora. A ideia mais viável seria que um adolescente traumatizado e consequentemente psicopata estava tendo suas notas baixas e sendo discriminado na escola pelos alunos e até pelo diretor, então resolveu matá-lo. Isso é claramente um crime psicopata.
Jack escondeu o rosto entre suas pernas dobradas, provavelmente escondendo suas lágrimas de mim.
— Mas o que "você vai me contar agora"?
— Promete que vai acreditar em mim? - sento-me ao seu lado na sua cama.
— Eu acredito em qualquer merda agora, Finn.
— Naquele dia na empresa do seu pai, eu não havia mentido sobre os meus pais e minha situação na Inglaterra. Meus pais realmente morreram no começo do ano, inclusive morreram na explosão que aconteceu no roubo da Grammer pois os dois trabalhavam lá na área de informática. Meu pai faleceu na hora e minha mãe dois dias depois no hospital, já que um pedaço de gesso de parede havia caído na cabeça dela causando uma hemorragia e a falta de oxigênio total no cérebro demorou um pouco para acontecer.
Dei uma pequena pausa, tentando não me emocionar ao lembrar dos meus pais.
— Um tempo depois da morte dos meus pais uma gangue de agentes secretos me procurou. Disseram que junto da roupa dela encontraram um pen drive, o qual eles roubaram do hospital. Me disseram que no roubo os bandidos usaram um sistema de vírus em um dos computadores da empresa que coleta todas as informações de segurança e os dados das transfusões de dinheiro feitas da empresa para a conta deles e coloca num arquivo que está nesse pen drive, depois eles deletam tudo sem deixar nenhum rastro. Mas a minha mãe conseguiu pegá-lo antes da explosão porque trabalhava na área.
— Todas as provas que os incriminam estão nesse pen drive?
— Sim! Mas por causa de um sistema de segurança dos computadores da Grammer's não dá para abri-lo sem uma senha que o computador colocou automaticamente quando minha mãe tirou-o do plug. Eles querem prender os bandidos tanto quanto seus pais, não é o primeiro crime grande deles.
— Então você está aqui.. só pra descobrir a senha por eles?
— É..
— Não entendi ainda onde o Sr. Brenner se encaixa nisso.
— David Harbour, o líder dessa minha gangue, disse que talvez ele tinha aver com o crime, não realmente ter participado mas fazer parte do grupo de bandidos. Me desculpa por tudo... mas eu não tenho escolha.
— Não tem escolha por quê?
— Eles me ofereceram uma quantia enorme para ajudá-los além de que estarei fazendo justiça pelos meus pais. Também me ameaçaram dizendo que tirariam a minha guarda ilegal do meu irmão, eu iria para um orfanato até os 18 e depois teria nenhum apoio financeiro dele.
Durante toda a explicação, Jack me olhava confuso e atento, tentando absorver as informações. Vendo assim, realmente parecia algo impossível de acontecer.
Ele levantou da cama e foi até a varanda do seu quarto, tirando um cigarro de seu bolso e acendendo-o em seguida. A brisa da noite se misturava com a fumaça que saia da sua boca, batendo nos cabelos castanhos.
— Eu acredito em você - disse seco.
— Sério?
— Sim, mas você vai ter que me mostrar essa agência secreta aí.
— Não vou te mostrar não. Você não pode vê-los.
— Se eu não me certificar dessa merda toda eu te denuncio.
— Eles não podem saber que você sabe de tudo, iriam me matar e fazer sei lá o que com você.
— Que pena, porque você fez eu MATAR um homem por causa disso. Amanhã você vai me mostrar essa porra já que as aulas foram canceladas.
Não pude nem protestar algo em minha defesa antes de Jack abrir a porta do seu quarto, me mandando sair.
Passei a noite em claro pensando em toda a merda que eu havia feito, e no que seria de mim agora. Já sobre Jack... acho melhor nem pensar mais naquele garoto, havia fodido qualquer chance de ficar com ele pelo curto período que morarei aqui.
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𝐑𝐔𝐍 𝐀𝐖𝐀𝐘, 𝗳𝗮𝗰𝗸
FanficJack Grazer já se aventurou na adolescência mas nunca saiu de sua bolha ultra protetora, mesmo após sua vida ter mudado totalmente com o roubo bilionário da empresa de seus pais. Mas isso mudou ao conhecer e receber o intercambista Finn Wolfhard. Ap...