Capítulo 1| Licor de cereja

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A N Y A

- Catarina Olívia Young foi uma boa irmã, uma ótima aluna e uma brilhante advogada

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- Catarina Olívia Young foi uma boa irmã, uma ótima aluna e uma brilhante advogada. - respiro fundo, segurando as lágrimas na borda. Faça isso por ela, faça isso por ela. - Mas o melhor sobre ela era seu coração. Sua compaixão... - minhas mãos trêmulas lutam para segurar o pedaço de papel. - E toda sua aura boa. Cat, como eu a chamava, era também engraçada. Uma vez, ela fez a mamãe parar o carro só para resgatar um passarinho preso em uma cerca de arame e já perdi as contas de quantas vezes ela voltou para dentro do supermercado para comprar comida para um mendigo. Ela já deu seu lugar na fila inúmeras vezes para velhinhos... Atos pequenos e valiosos, íntegros. Ela também amou muito seu namorado e sua família. Ela foi tudo o que um dia eu desejo chegar aos pés, porque meu amor e admiração por ela são incalculáveis. - forço minhas pernas e pés a se manterem firmes para eu termine de falar e finalmente possa fugir do palco. Seguro forte no microfone gelado. - Cat se foi, mas ela será eterna em nossos corações.

Uma multidão de aplausos cobrem o meu choro desesperado e imediatamente sinto as mãos de Josh em meus ombros, bem quando meus joelhos estão prestes a desmoronar. Eu não sei se teria aguentado um segundo a mais sem ele para me apoiar.

- Você aguentou firme, Any. - ele sussurra, enquanto me tira do palco.

Alívio percorre meu corpo ao passo que o som sufocante dos aplausos fica mais distante. Minha visão é um borrão enquanto meu namorado me conduz para fora daquela sala colérica.

- Eu só quero ficar longe dessas pessoas. Nenhuma delas se importa de verdade. - sussurro no mesmo tom que ele.

Ele assente, entendendo que eu também quero ficar sozinha. E eu o amo por isso. Eu o amo por viajar até aqui só para me dar apoio, só para que eu não entre no avião sozinha.

Momentos, segundos, minutos ou horas se passam, eu não sei ao certo.

Agora rosas brancas cobrem o caixão preto fosco da minha irmã. Eu me ajoelho no piso de granito e estiro meus braços no caixão.

- Como você pôde me deixar tão depressa? - sussurro novamente.

Eu sinto como se tivessem arrancado uma parte de mim. É como se tivessem feito um buraco no meu peito. Eu ainda sinto o cheiro dela, me lembro das roupas dela, da forma como ela sempre mantinha os fios dourados atrás da orelha... Os olhos cinzas e por mais que fossem sérios dentro de um tribunal, em casa eles era alegres.

Ela me ensinou a andar de bicicleta. Também me ajudou quando eu tive minha primeira menstruação e meu primeiro sutiã.

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