Capítulo 4| Difícil de esquecer

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A N Y A

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A N Y A

Afinal, o que significa ser uma pessoa ruim? E por que as pessoas são ruins? Elas nascem assim ou se transformam ao longo do tempo?


Todos esses questionamentos rodam pela minha cabeça como um furacão violento, devastando tudo, mas eu consigo manter meu curativo no lugar. Não o sinto direito desde que levantei esta manhã. Eu me sinto tão introvertida hoje que tenho dificuldade até em questionar o professor sobre minhas dúvidas mais persistentes. Será que eu conheço Joseph? Será que ele não tem tantos lados ocultos quanto eu? Ou eu sou a única que mantém segredos sobre mim?

Sempre pensei que o conhecia bem, mesmo nosso relacionamento não tendo mais de sete meses. E se era tudo apenas um dos lados dele? Porque eu nunca vi aquela raiva. Uma ira tão forte, como se varresse tudo dentro dele, como se lhe tirasse a visão, a razão. Eu sinto um arrepio quando as lembranças da noite passada me atingem como um tapa na cara. Ele não estava lá quando acordei e também não voltou para o quarto ontem. Talvez ele esteja se sentindo mal.

Fecho o armário e me dou conta de que eu não almocei hoje. Não tive espaço para fome enquanto as engrenagens da minha cabeça trabalhavam em pensar como irá ser quando eu colocar meus pés para dentro de casa hoje.

É nisso que eu me mantenho imersa até meu corpo me acordar com uma dor forte na boca do estômago. Eu sinto também uma ânsia de vômito, mas a ignoro ao passar na frente do banheiro com cheiro de desinfetante de lavanda. Os corredores coloridos por um vermelho tijolo me desconcentram da tarefa que eu dou ao meu cérebro de não me deixar vomitar no meio do corredor.

Mas é claro que eu sinto meu corpo me trair novamente, então eu giro os calcanhares e corro para o banheiro, o cheiro agora forte de lavanda invadindo meu olfato, impregnando-se nele da mesma forma que qualquer cheiro faz uma mulher grávida enjoar.

O cheiro de lavanda fica ainda mais forte quando eu me ajoelho em frente a privada e levanto a tampa desajeitadamente e com pressa.

Meu corpo expulsa o meu pequeno café da manhã. O líquido meio gosmento e ralo me faz vomitar de novo, de modo que eu segure as bordas da privada com força e meus cabelos caiam para frente, porém rapidamente são tirados do meu campo de visão.

Eu fico parada, congelada no lugar, tentando distinguir o chão no meio da minha visão embaçada e meu olfato bagunçado.

- Consegue levantar?

A voz familiar me assusta um pouco, mas estranhamente me conforta. Afrouxo a pressão das minhas mãos contra a privada e me levanto com a ajuda dele. As mãos quentes e firmes me trazem arrepios, mas eu me concentro em manter meus pés firmes como mármore no chão.

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⏰ Última atualização: Jul 03, 2021 ⏰

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