Medicines (KTH + JJK)

Conversar pode ajudar

Taehyung's P.o.v

Fico brincando com a pirralha por mais um tempo, tínhamos feito um reino, onde minha Barbie era a rainha, e ela minha serva. Eu gostava de brincar assim, e ela também ao que parecia. No meio da brincadeira onde eu ia dar a ordem de decepar a cabeça de um traidor do meu reino, ouço minha mãe me chamando, já havia dado a hora da maldita consulta?
Não era nem que eu não gostasse de ir na psicóloga, era só muito chato ter que repetir as mesmas coisas e ouvir as mesmas coisas duas vezes por semana, aquilo me deixava bem saturado.

— Amor? Vamos? - Vejo a mulher de cabelos pretos entrar no quarto e levanto do chão enquanto a carinha de felicidade da mais nova se desfazia, eu também não queria parar a brincadeira agora, mas o acordo pra não voltar pra cínica foi ir nessas malditas consultas.
— Sim, vou só trocar a roupa... - Digo saindo do quarto e subo as escadas escolhendo a roupa que me deixava com um visual "menos pior". Desço indo até o carro vendo minha mãe sair atrás de mim.
— Taehyung, podia pelo menos ter penteado o cabelo... - Ela diz tentando arrumar ele saindo com alguns fios na sua mão - Seu cabelo está caindo? - Ela pergunta me fazendo dar uma risada em resposta, em seguida entro no carro. Mas sim, ele estava caindo, esse era um dos efeitos de má alimentação e vontade de morrer constante.

Algumas vezes minha mãe tentou puxar assunto no caminho, mas eu não dava muita importância, estava guardando tudo o que eu queria falar pra mulher que estava sendo paga pra me ouvir, se não nem sobraria muita coisa. Assim que ela para o carro na frente da clínica, a mesma solta um suspiro me olhando, e eu sabia que lá vinha palestrinha.

— Filho, eu sei que você não gosta muito de dividir seus pensamentos comigo, e eu não sei o que acontece nunca... Mas apesar disso, eu quero te ajudar, eu quero entender como te fazer sair disso - Vejo os olhos dela se encherem d'água e não consigo sentir nada a não ser pena, dela no caso, por ter um filho tão inútil. - Eu amo você meu amor, e eu só quero que você volte a ser como você era antes.. Antes disso tudo. - Percebo ela começar a chorar e sinto um leve desespero, o que eu faço agora? Puxo ela pra me abraçar e dou uns tapinhas nas suas costas, era assim que se fazia não?
— Calma mãe, tudo vai ficar melhor.. - "Quando eu der um tiro na minha cabeça", foi a única coisa que eu consegui pensar. Eu sempre causava sofrimento em todas as pessoas a minha volta.
— Sim amor, vai sim.. - Ela separa o abraço me dando um beijo na testa. - Agora vai, já está atrasado.

   Me despeço dela e saio do carro caminhando pra dentro da clínica e me sentando numa das poltronas esperando a minha vez. Começa a demorar então pego meu celular e decido jogar alguma coisa, quando sinto olhos, fora os meus focados na tela.

— Aposto um sorvete que sou melhor nesse jogo do que você!