Prólogo

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— Nikolae, não precisa vir comigo.

— Mas, Don Sarantos...

— Era para o irresponsável do Eros estar aqui e não eu! Onde ele está?

— Ele disse que recebeu um e-mail do senhor pedindo para voltar para Nova Iorque para a reunião trimestral da famiglia.

— Mas, eu não mande e-mail algum. Enfim, quero resolver logo sobre o Porto Piraeus, precisamos de pelo menos algum espaço para voltarmos com nossas operações já que esses chineses alugam nossos serviços.

— Eu vou com o senhor, chefe.

— Não vai, não! Preciso de você em terra, não sei o que eles estão aprontando e você vai descobrir o que está realmente acontecendo e onde o Eros se enfiou, quero saber sobre esse e-mail também. Vou levar apenas três soldados comigo.

— Como o Don quiser.

— Eu achei estranho a escolha de Mykonos, mas é uma bela ilha, faz anos que não venho aqui.

— E aqui é justamente o seu domínio, Don Sarantos.

— O que querem dizer com isso?

— Não sei, chefe.

— Nem eu, isso é muito estranho.

— Muito mesmo, chefe.

— Sabe quem estará com o sr. Li?

— O filho e alguns de seus lacaios.

— Novamente, Nikolae, fique alerta!

— Sim, Don.

— Eu não confio nesses chineses, quero retomar o nosso lugar de direito em Piraeus e esses filhos da puta tem posse de quase todo o porto mais importante da Grécia, temos que tomar cuidado com eles.

— Ouvi dizer que são perigosos.

— Não mais do que nós. — Eu dei um sorriso maquiavélico para meu soldado mais fiel. — Eles são espertos e atacam onde dói mais. Fique de olhos abertos, Delfin.

— Daqui iremos para onde, Don?

— Para o porto de Tourlos e de lá para Piraeus, tenho que assinar uma papelada, depois temos que ir para São Paulo, Giacomo disse que já está terminando a seleção de mulas e prostitutas para ir para Nova Iorque e eu tenho que fazer as aprovações finais, de lá voltamos para casa.

— Deixarei tudo pronto. Quer pernoitar por aqui?

— Talvez! Eles conseguiram o iate?

— Sim, estão te esperando no mar Egeu, próximo da ilha, um barco irá levá-lo até lá.

— Excelente. Fique alerta, Nikolae!

— Sim, Don!

Eu cocei os olhos com impaciência, estávamos no porto de Tinos resolvendo alguns pequenos impasses em relação as notas fiscais de um dos navios cargueiros vindo da China estava lotado de tecidos finos, drogas e algumas mulheres com direção à Reggio Calabria, era uma carga preciosa de uma das nossas aliadas, a 'Ndrangheta, então tudo tinha que sair perfeito, com certeza algumas delas morreram pelo caminho, pensando nisso mandei mulheres a mais, afinal a prostituição não aceita número a menos que o pedido.

— Cuide de tudo na minha ausência, Nikolae.

— Pode deixar, chefe. Tem certeza de que vai levar apenas três soldados mesmo?

— Não insista, Delfin!

— Está bem!

Eu não queria levar tantos soldados até porque seria uma negociação rápida, assim eu esperava. Ledo engano!

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