Capítulo 9: O último dia de vida

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*Eve POVs*

Vou correndo sem rumo algum, avisto uma praça e vou até ela, sento em um dos bancos. Deixo as lagrimas presas em meus olhos descerem livremente. Tudo em mim está doendo, meu coração está partido. Como ela teve a coragem de fazer aquilo. Ela me manipulou, ela queria que eu me tornasse igual a ela.

Porque? Isso tinha que ter acontecido, logo agora que eu já me entreguei completamente a ela. Logo agora que eu amo. Porque ela fez isso comigo! Seria uma vingança pela facada?

Preciso ir embora desse lugar, mas como? Tudo que eu tenho está lá naquela casa, e eu não quero ver o rosto dela nunca mais. Estou sem saber o que fazer, estou sem rumo. Sinto que tudo está desmoronando em mim. E ela está olhando isso acontecer, rindo da minha cara.

Fico um tempo ali naquele lugar, e percebo que estou com o meu celular. Resolvo ligar para a Carolyn, preciso voltar para Londres e esquecer definitivamente Villanelle da minha vida.

- Alô?

- Oi Carolyn, é a Eve – Respondo

- Oi Eve, quanto tempo! Resolveu aparecer?

- Quanto tempo né... – Digo com a voz um pouco embargada

- Você está bem? – Ela percebe

- Boom... estou – Tento disfarçar e nego dizendo que estou bem

- A que devo a sua ligação? Já cansou de brincar de casinha? – Percebo o tom de deboche em sua voz e resolvo não devolver

- Eu liguei para saber se ainda posso ter meu emprego de volta – Vou direta ao ponto

- Cansou mesmo, não foi falta de aviso. Bom Eve, você não merece seu emprego, mas como estou em um bom dia. Preciso de você aqui amanhã mesmo. – Ela se faz de debochada no começo, mas volta ao seu tom ríspido

- Muito obrigada Carolyn, prometo que não vou decepciona-la! Não consigo garantir que chego amanhã, pois estou em lugar muito longe distante de Londres. – Agradeço e tento explicar os motivos caso eu não consiga chegar em Londres em tempo.

- Eve, não me importo, quero você aqui amanhã! Tenha um boa noite! – Ela diz rispidamente e desliga a ligação, sem deixar que eu possa responde-la

- Carolyn...

Ela desliga o telefone, preciso voltar lá para pegar minhas coisas, essa viagem seria impossível sem meus documentos e passaporte. Mas como irei voltar lá, algo me impede profundamente. Algo que não gosto nem de mencionar e quero esquecer.

*Villanelle POVs*

Quando vejo Eve sai por aquela porta, sinto uma vontade enorme de me matar com aquela arma. Eu estrago tudo em minha vida! Perdi a mulher que eu amo, a única pessoa que me acolheu e que me amou verdadeiramente. Sinto que agora seria o meu verdadeiro fim, não conseguirei viver sem ela.

Escuto passos e olho para frente e avisto ela:

- Eve? Você voltou, me perdoa meu amor – Tento me aproximar novamente, mas ela se afasta

- Só vim pegar minhas coisas! Adeus Villanelle até nunca mais – Ela diz indo em direção do nosso quarto

- Eve me escute por favor! – Tento me aproximar novamente dela, mas ela só se afasta e afasta.

Eve procura desesperadamente por suas coisas, vejo que seu rosto está vermelho, e pergunto por onde ela estava, por ter demorado. Tento uma última tentativa de me aproximar e ela grita comigo.

- Cala a boca, me deixa em paz! – Ela diz com os olhos cheios de lagrimas, aquilo corta meu coração.

- Eve por favor... – Respondo já chorando

Eve passa por mim, correndo e sai pela porta, vejo que agora eu não irei vê-la nunca mais. Vou em direção do banheiro, pego aquela mini arma e coloco embaixo do meu queixo, quando ia apertar o gatilho escuto um grito de socorro. Olho pela janela e vejo um homem apontando uma arma na cabeça de Eve.

*Eve POVs*

Quando consigo sair daquela casa e deixar Villanelle para sempre, sinto um puxão no meu cabelo por trás. E logo depois algo metálico e frio na minha cabeça.

- Pensou que ia fugir Eve Polastri? – Um homem de quase dois metros de altura fala. Sinto que conheço aquele homem de algum lugar

- Quem é você? Me solte – Pergunto bastante assustada

- Você me conhece, te convidei para comer sushi, mas você nunca apareceu... fiquei tão triste! Mas hoje venho lhe dizer que o dia da sua morte chegou Polastri, ninguém mandou você matar um dos 12, tudo tem consequências... se tivesse ido jantar comigo, talvez poderia deixar escapa-la, mas você fez outras escolhas... Muito triste!

- Socorrroooo – Resolvo gritar por ajudar

- É melhor você cala a boca! Cadê a sua namoradinha? Preciso dar um fim nela também. – Ele me aperta mais ainda me machucando

- Ora ora, olha quem apareceu... Oksana! Preparada para ver sua namoradinha morrer? – Ele diz me virando em direção dá sacada da casa e avisto Villanelle vindo com uma arma apontada na minha direção

- Solta ela, seus problemas são comigo! – Ela ordena

- Também, mas a Polastri tem culpa no cartório também. Então acho que as duas terão que morrer. Você não acha? – Ele responde

- Já falei para você soltar ela! – Ela repete bastante alterada

Olho para Villanelle com olhos arregalados de medo e com a respiração desregulada, logo depois ouço um disparo. Olho em direção do meu ombro e vejo muito sangue, fico esperando a dor angustiante da morte e ela não vem. Levanto meu olhar para Villanelle e ela vem correndo até mim e me abraça

Eu retribuo o abraço apressadamente

- Voocê salvou a minha vida! – Digo gaguejando de nervosismo

- Você também já salvou a minha. – Ela segura o meu rosto e faz um carinho naquele lugar e depois diz:

- Eu não conseguirei viver sem você, por favor me perdoa – Ela olha para os meus olhos, sinto que ela está sendo sincera, seus olhos cor de mel estão vermelhos e bastante tristes. Aquele brilho que ela tinha, não estava mais lá

- Eu também não posso viver sem você – Digo á ela, tentando tranquiliza-la

Ela segura em meu queixo e me beija, um beijo com tantas emoções envolvidas, um beijo de saudade. Sinto um gosto salgado na sua boca e quando me afasto para encarar ela e vejo que ela está chorando. Abraço ela fortemente e ela se entrega ao choro.

- Nós precisamos conversar – Digo a ela

- Sim, eu preciso lhe explicar está situação – Ela diz com a cabeça baixa fitando o chão.

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