... segredos obscuros...
Entrei com Miles em sua casa lhe dando auxílio para ele subir as escadas .
- Linsdey ...- ele choramingou tropicando no degrau - minha pequena Linsdey ...
- parece que o maior libertino de Londres finalmente se apaixonou - comentei
- não estou apaixonado ! - rebateu Miles escancarando a porta
- então porque se refere a srta Steinfeld como "minha pequena Linsdey"?
- por que ela é pequena - respondeu ele - indefesa ...pobrezinha ... eu queria ...eu queria ter protegido ela ...
- do que você está falando Miles ? - perguntei enquanto ele se jogava no sofá cobrindo os olhos com o antebraço .
- nada !- ele resmungou - deixe-me dormir !
- estou indo - resmungei também .
O mordomo , Dinkson , já estava parado na porta esperando minha retirada.
- cuide do Miles Dinkson - pedi - não deixe ele beber mais .
- sim senhor - respondeu-me o mordomo .
- não de ouvidos ao Ediezinho - gritou Miles do sofá - eu beberei o quanto eu quiser !
- eu ficaria muito agradecido se você jogasse a bebida substituísse por água - falei em um tom mais baixo - ele está tão bêbado que duvido que perceba a diferença .
- tentarei - respondeu Dinkson
- obrigado - respondi saindo para fora .
Subi na carruagem e bati no teto para que o cocheiro retornasse para casa . Observando as ruas movimentadas de Londres .
Ao longe vi uma mulher de cabelos negros como ébano vestindo um vestido simples lilás .
- pare a carruagem - gritei pulando para fora com ela ainda em movimento .
Corri em direção da mulher de estatura média que se afastava devagar
- Lis ! - gritei atraindo a atenção das pessoas ao arredor - Elisabeta ! Lis !
Corri até ela mas ela continuava a andar sem ouvir meu chamado , não parei de gritar seu nome um minuto se quer .
Não poderia ser a Lis , simplesmente não podia ser ela !
- Elisabeta ! - gritei de novo quando ela entrou em uma ruela suja - Lis !
A segui encontrando o beco sem saída vazio com uma única porta , não hesitei em bater .
Uma senhora miúda com um garotinho em seus braços e duas meninas agarradas em suas pernas atendeu a porta .
- boa tarde - falei - Elisabeta se encontra aqui ?
- Elisabeta ? - a Sra perguntou
- sim - falei tentando observar o interior da casa mas não obtive sucesso - Elisabeta Evans Bridgerton ?
- não existe nenhuma Evans ou Bridgerton aqui - respondeu a Sra
- eu ...- tentei impedir a mulher de fechar a porta com meu pé - quem tudo vive aqui ?
- eu , meu esposo e meus quatro filhos - disse a mulher
- onde está seu marido ?- perguntei observando os rostinhos tristes das crianças
- foi procura um emprego - a mulher disse envergonhada - está a meses sem um emprego .
- por favor , se ele não encontrar nada , mande ele na manhã seguinte para esse endereço - entreguei meu cartão para a jovem senhora junto com algumas moedas - o cavalarisso irá se aposentar na próxima semana , talvez seu marido possa ocupar o cargo .
- obrigada milorde - ela respondeu agradecida
Ouvi a senhora falar com uma de suas filhas pedindo para que ela fosse buscar pão , logo a menina loira correu em minha frente .
Balancei minha cabeça ao recordar o motivo que me trouxe ali , Elisabeta .
Aquela mulher era tão parecida ...deveria ter sido apenas ilusão . Não podia ser a Lis .
Após vaguear pela cidade voltei para casa encontrando a srta Dorrit sentada aconchegada em uma das poltronas com os pés escondidos pelo vestido enquanto lia um livro .
A SOMBRA DO AMOR
Ela nem esperava o que encontraria nesse livro ! Ela já estava com as bochechas coradas.
é um bom livro - falei assustando-a - espere até chegar ao capítulo dezenove !
- por que ? - ela perguntou curiosa
- você verá - respondi dando ombros tentando mostrar desinteresse - espero que não fique chocada .
- não ficarei - ela não parecia segura disso
- quando terminar de ler o livro me diga o que achou - falei indo até minha escrivania para assinar alguns papéis
- eu o farei - ela garantiu
- promete ? - curioso...agora ela teria que falar !
- eu... prometo - ela falou seguindo até a porta - posso levar o livro comigo para meus aposentos ?
- não quer ler aqui ? - perguntei erguendo uma sobrancelha , será que minha presença a desagradava ?
- acho que ficarei mas confortável lendo em privado - respondeu
- bom , pode levar o livro - falei observando ela sair.
Sentei-me atrás da escrivaninha e soltei um suspiro passando a mão por meus cabelos .
O que aconteceu comigo para ter visto uma alucinação da Lis no meio da rua?
Primeiro eu visualizava Florence na porta que dividia os quartos , agora Lis... eu estava ficando louco!
E porque toda vez que eu via a srta Dorrit meu coração parecia ganhar vida e meu sangue circulava com mais rapidez ?
Ela exercia um poder sobre mim ! Como uma bruxa , uma ninfa , uma deusa ...
Esse sentimento era perigoso , eu tinha que manter distância dela ! Por Deus.... eu queria saborear aqueles lábios carnudos ...
Contendo um gemido enquanto meu pau reagia voltei a assinar os papéis . Como eu iria sobreviver com a srta Dorrit sob o mesmo teto que o meu ? Dormindo no mesmo corredor ?
- já chega ! - gritei batendo com a minha não sob o tampo da escrivaninha . Rapidamente subi para meu quarto .
O episódio com a ilusão da Lis me esgotou . Eu precisava de uma boa noite de sono , só isso .
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Condenada Paixão
RomanceEdmund Bellard ,acredita no amor , afinal porque ele não acreditaria quando toda sua família se casou por amor? Ele só não acredita que pode encontrar um amor duradouro , por isso não vê necessidade em se casar novamente . Lis , a falecida esposa d...