Thea O'Conner P.O.V.
Com passos rápidos e nervosos, ando pelo corredor da ala feminina, abarrotado de garotas com suas bolsas, se dirigindo até à saída da escola; para passarem o fim de semana em suas respectivas casas. Sinto meus nervos à flor da pele, um arrepio que cruza toda minha espinha dorsal e atinge minha consciência, causando-me espasmos de ansiedade. O frio do cômodo amplo e espaçoso me incomoda e enrijece meus pelos e poros. Tenho voltade de sair correndo pelo corredor a dentro, chegar ao dormitório e me pôr debaixo do edredom confortável da minha cama quentinha.
Tive ciência desde o início de que hoje faria frio, mas como uma grande teimosa que sou, optei por pôr um vestido de tecido fino e confortável. E agora pago às consequências pela insistência. Abraço meu própria corpo e esfrego as mãos pelos braços, e isso me faz lembrar de momentos atrás, quando eram outros braços que rodeavam meu corpo. Balanço a cabeça e sorrio fraco, quando uma menina passa por mim e me dá tchau. Chacoalho a cabeça e tento tornar a fração dos meus batimentos cardíacos mais estáveis. Nunca me senti assim antes, e isso me confunde.
O que aconteceria se eu estivesse lá, ainda?
Suspiro e preciono os olhos. Dou mais algumas passadas, cruzo uma esquina, desço um lance de escadas e quando ando mais alguns metros, avisto a porta do meu dormitório. Respiro aliviada, e ando mais, até chegar no meu abrigo, que me remete calor e aconchego. Entro pelo vão e corro para cima da minha cama. Jogo as cobertas sobre o corpo e embrulho até à cabeça. Consigo escutar o baixinho barulho das rápidas colisões dos dentes inferiores com os superiores.
Quando foi que a temperatura caio tanto?
Encolho minhas pernas e aperto os lençóis entre os dedos, estrangulando cada nó, agora esbranquiçados pelo esforço desnecessário, mas que camufla um pouco da friúra do corpo e me alivia. Derrepente, começo a sentir calor, e uma gota de suor passar por minha têmpora, escorrendo por minha bochecha. Franzo o cenho e desembrulho a cabeça, em seguida olho para o teto. Soergo o olhar e vejo Sina segurando o controle do aquecedor em uma das mãos, enquanto olha para o aparelho, com um leve sorriso nos lábios rosados.
— Até que enfim aprendi mecher nesse troço, — Diz, parecendo falar sozinha. — Não aguentava mais passar tanto frio. — E então me olha, fazendo-me levar um susto e esconder a cabeça por entre os edredons. — Pode ir levantando, Dona Thea.
Escuto seus passos pelo quarto, enquanto apenas me encolho mais entre os confortáveis, agora calorentos, lençóis de algodão.
— Vamos logo, Thea! — Me chama mais alto. Me encolho mais no colchão. — Eu te ligue para irmos mais rápido, não para você deitar e dormir. Quero chegar logo em casa para podermos ir logo à festa que te falei. — Anda até perto de mim e arranca as cobertas do meu corpo. Arregalo levemente os olhos. — Você não esqueceu, né? — Abro a boca para responde-lá, mas ela apenas vira as costas e joga minhas roupas que jaz no chão, sobre meu rosto.
— Aish... — Levanto meu tronco e me sento na cama. Retiro o resto de pano da cara e coço os olhos. O impacto não foi o dos mais gentis que já recebi.
— A festa começa oito e meia da noite... Não podemos perder essa oportunidade de jeito nenhum. — Sina se afasta e vai até perto da sua cama, retira suas pantufas do ursinho Puff dos pés e as pega na mão, logo apontando o chinelo em minha direção. — Você vai ver como vai ser legal.
Estreito o olhar e coço o topo da cabeça. Acho um pouco impossível eu me entreter em uma festa cheia de gente que não faço a mínima idéia de quem sejam. Mas para não decepcioná-la, farei isso, e se eu não gostar, na próxima é só eu não ir. Uma festa assim não pode me matar, não é?
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Reencontrando O Amor - Josh Beauchamp
FanfictionJosh era um garoto animado e muito fofo que todos ao seu redor se impressionava com a capacidade de ter tamanha felicidade em uma única pessoa. Quando as aulas volta, Josh se vê apaixonado por Luna, uma menina linda e encantadora, e assim ambos se...