Introdução

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O taxi parava em frente a pequena casa ladeada de árvores aos quais eu lembrava como se estivesse ali ontem. Entreguei o dinheiro ao motorista e sai do carro no mesmo silêncio que entrei segurando a mochila que estava ao meu lado. Todos os meus pertences já haviam sido enviados antes, com a minha pequena mudança. Sim, foi necessário que Rennée enviasse todos os meus móveis e coisinhas que enfeitavam meu quarto para cá. Não conseguiria dormir em um quarto que não fosse o meu.

Subi as pequenas escadas sem pressa, batendo vagarosamente na porta, que foi aberta poucos segundos depois por um Charlie um pouco mais velho do que eu me lembrava, carregando um semblante cansado e ao mesmo tempo ansioso.

- Entre, querida.

Passei por ele que segurava a porta para mim.

- É bom estar aqui. - estranhei como minha voz soou, baixa e um tanto rouca, faziam quase dois anos que eu não pronunciava nem mesmo uma palavra.

- Bella já está chegando, ela me ligou falando que o jantar na casa de Edward se estendeu mais que o planejado. Mas e - Charlie não pôde terminar sua sentença, a porta se abriu e uma esbaforida Bella entrou, seguida pelo garoto alto, extremamente branco e muito bonito. Não que eu entenda muito de critérios, tudo que aprendi vi em filmes e na convivência, se é que se pode chamar assim, com os poucos amigos de Bella.

- Bella!

Charlie a repreendeu por agarrar-se a mim, que estava parada estranhando o contato físico que a tanto tempo eu não tinha, certo que Rennée havia me abraçado no aeroporto, mas fora um contato muito mais respeitoso da parte dela. Bella era quente e acolhedora, exatamente como eu me lembrava. A abracei fracamente de volta.

- Estou tão feliz que você esteja aqui.

Me soltou e Edward veio ao meu encontro, oferecendo-me sua gelada mão.

- É bom tê-la aqui, Isabel. - O vampiro falou comigo mesmo sabendo que eu não iria respondê-lo. Ele ainda não me passava confiança e sim, Bella havia me contado por telefone, num de seus monólogos com uma criatura monosilábica. Mesmo assim segurei sua mão, mesmo que num toque rápido, afinal tinha alguma educação.

- Bella, estou indo, vocês precisam de alguma privacidade, me ligue mais tarde. Adeus, Charlie. Isabel. - recebendo um aceno de meu pai, ele saiu, deixando apenas nós três na pequena sala, nos encarando.

- Bel, vamos subir, arrumei seu quarto do jeito ao qual eu me lembrava. Estou ansiosa para você conferir. - Bella puxou-me pela mão enquanto Charlie assentia e voltava a olhar o jogo de beisebol que passava na grande tela em frente ao pequeno sofá e sua poltrona.

Subimos as escadas em silêncio e entramos no meu quarto, quase todo o espaço era preenchido por telas e tintas eu adorava pintar, não me achava um talento nato, mas me esforçava. Das duas janelas que compunham aquele quarto, a maior ficava no canto mais próximoas telas, deixando a luz iluminar todo o ambiente, ao lado dela, uma janela menor ficava por cima da minha cama de casal, que estava ali como se nunca tivesse ido saído de Jacksonville, ladeada por plantas e as tralhas sentimentais que ficavam no parapeito da janela. Escorado na parade estava um espelho de chão, que estava comigo desde os 12 anos, quando o encontrei num bazar de móveis usados com Rennée. O Guarda roupa duas portas mais que suficiente para meus vestidos, agora todos de inverno, ficava de frente a cama, entre a porta e a parede.

- Bel, você gostou do jeito que eu arrumei? - ela me olhava em expectativa.

- Obrigada, Bella, está bonito assim. - dessa vez minha voz saiu num tom mais fino que o normal, ainda estava me habituando.

- Er... Como você está? - ela me olhou em dúvida se poderia tocar no assunto. Continuei a olhando e esperando o que ela realmente queria dizer. - Aquilo ainda continua acontecendo?

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