Capítulo 5

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Estou em cima da janela vendo as pessoas que passam na rua. Hoje em especial, está um calor do cão, e eu quero sentir a brisa pelo menos por um segundo.

Vejo alguém saindo da casa vizinha, uma garota, deve ser a irmã do Leigh, eu tenho a impressão que já a vi em algum lugar, a observo melhor e me lembro onde é que eu a vi.

Ligo para Clance na mesma hora.

Oi Keith, eu tô te vendo daqui da janela. — Clance fala, me dando um oi da janela dele.

— Oi Clance, tá vendo a menina que tá passando aí? — vou direto ao ponto.

Tô... e ah! Keith é ela! É ELA! — ele grita e a menina levanta o olhar para a minha janela, me fazendo cair de susto.

— Não grita! — sussurro — Ela tem ouvido, sabia!?

Você tem que falar com ela, tipo agora.

— Ela vai me achar maluco. E além do mais, é a irmã do Leigh que nós estamos falando.

Quem liga pra ele? Eu tô nem aí pra ele, você também devia. — me levanto e vejo que a garota sumiu.

— Eu também tô nem aí pra ele, mas vai que o Leigh é mais louco do que eu imaginei... — falo.

Ela foi embora... — Clance fala, triste.

— Merda. Você viu pra onde ela foi? — pergunto, olhando a rua.

Não. Mas talvez ela tenha voltado para a casa dela. — supôs.

— Talvez...

Bate lá. — meu amigo fala.

— Quê!? Como assim bater? — grito, num tom desafinado.

Na casa dela — ele fala como se fosse óbvio.

— Eu não, vai você! — olho para ele do outro lado da rua. Clance faz uma cara de desgosto.

Tá, eu vou lá, mas nem adianta que eu não vou falar de você pra ela. — Clance fala, nervoso.

— Ok, eu só quero saber o nome dela.

Tô indo. — meu amigo desliga.

Subo na janela outra vez e vejo Clance saindo da casa dele. Confiante, meu amigo vai até a casa de Leigh, ele para na frente da porta e por um momento não faz nada, mas logo bate na porta.

Ninguém atende na primeira batida, nem na segunda, só na terceira que a porta se abre. É a garota.

Clance começa a falar com ela e eles ficam por um bom tempo conversando, eles se despedem e meu amigo vai para a minha casa.

Desço correndo e abro a porta pra ele.

— E então...? — pergunto, ansioso.

— Cara, ela é demais! O nome dela é Merian, mas pode chamá-la de Mare; ela é super legal, cara. Você devia falar com ela. — Clance se senta no sofá — Ah é, eu falei de você pra ela.

— O quê!? — olho surpreso pra ele.

— Mare adoraria te conhecer, ela me pediu pra marcar um dia na praia com nós três.

— S-Sério? Ah cara! — dou um toca aqui nele.

Ficamos conversando, deitados no sofá, sobre o dia que encontrarmos Mare, é claro que a maioria é pura ilusão, mas de vez em quando é divertido nos iludir com alguma coisa.

— Boa tarde rapazes — tomamos um susto e nos levantamos de uma vez. Meu pai está parado à nossa frente com sua pasta de trabalho debaixo do braço.

— Boa tarde senhor Peterson, como vai? — Clance dá o melhor sorriso que consegue.

— Ótimo, obrigado Clance. — ele se vira para mim — Keith, eu vou chegar tarde hoje, pode pedir sushi se quiser, o dinheiro está no balcão da cozinha. Tchau.

Meu pai vai embora e eu e meu amigo ficamos nos encarando, atônitos.

— O que acabou de acontecer? — ele pergunta.

— Eu não faço a mínima ideia. — respondo, confuso.

— Ele deve estar de bom humor...

— Não fica criando expectativas. — me levanto — Quer comer aqui hoje?

— Pensei que nunca perguntaria — Clance ri.

Rio com ele e penso em como o meu pai estava tão estranho hoje, finjo que é normal e deixo de lado.

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