Estou em cima da janela vendo as pessoas que passam na rua. Hoje em especial, está um calor do cão, e eu quero sentir a brisa pelo menos por um segundo.
Vejo alguém saindo da casa vizinha, uma garota, deve ser a irmã do Leigh, eu tenho a impressão que já a vi em algum lugar, a observo melhor e me lembro onde é que eu a vi.
Ligo para Clance na mesma hora.
— Oi Keith, eu tô te vendo daqui da janela. — Clance fala, me dando um oi da janela dele.
— Oi Clance, tá vendo a menina que tá passando aí? — vou direto ao ponto.
— Tô... e ah! Keith é ela! É ELA! — ele grita e a menina levanta o olhar para a minha janela, me fazendo cair de susto.
— Não grita! — sussurro — Ela tem ouvido, sabia!?
— Você tem que falar com ela, tipo agora.
— Ela vai me achar maluco. E além do mais, é a irmã do Leigh que nós estamos falando.
— Quem liga pra ele? Eu tô nem aí pra ele, você também devia. — me levanto e vejo que a garota sumiu.
— Eu também tô nem aí pra ele, mas vai que o Leigh é mais louco do que eu imaginei... — falo.
— Ela foi embora... — Clance fala, triste.
— Merda. Você viu pra onde ela foi? — pergunto, olhando a rua.
— Não. Mas talvez ela tenha voltado para a casa dela. — supôs.
— Talvez...
— Bate lá. — meu amigo fala.
— Quê!? Como assim bater? — grito, num tom desafinado.
— Na casa dela — ele fala como se fosse óbvio.
— Eu não, vai você! — olho para ele do outro lado da rua. Clance faz uma cara de desgosto.
— Tá, eu vou lá, mas nem adianta que eu não vou falar de você pra ela. — Clance fala, nervoso.
— Ok, eu só quero saber o nome dela.
— Tô indo. — meu amigo desliga.
Subo na janela outra vez e vejo Clance saindo da casa dele. Confiante, meu amigo vai até a casa de Leigh, ele para na frente da porta e por um momento não faz nada, mas logo bate na porta.
Ninguém atende na primeira batida, nem na segunda, só na terceira que a porta se abre. É a garota.
Clance começa a falar com ela e eles ficam por um bom tempo conversando, eles se despedem e meu amigo vai para a minha casa.
Desço correndo e abro a porta pra ele.
— E então...? — pergunto, ansioso.
— Cara, ela é demais! O nome dela é Merian, mas pode chamá-la de Mare; ela é super legal, cara. Você devia falar com ela. — Clance se senta no sofá — Ah é, eu falei de você pra ela.
— O quê!? — olho surpreso pra ele.
— Mare adoraria te conhecer, ela me pediu pra marcar um dia na praia com nós três.
— S-Sério? Ah cara! — dou um toca aqui nele.
Ficamos conversando, deitados no sofá, sobre o dia que encontrarmos Mare, é claro que a maioria é pura ilusão, mas de vez em quando é divertido nos iludir com alguma coisa.
— Boa tarde rapazes — tomamos um susto e nos levantamos de uma vez. Meu pai está parado à nossa frente com sua pasta de trabalho debaixo do braço.
— Boa tarde senhor Peterson, como vai? — Clance dá o melhor sorriso que consegue.
— Ótimo, obrigado Clance. — ele se vira para mim — Keith, eu vou chegar tarde hoje, pode pedir sushi se quiser, o dinheiro está no balcão da cozinha. Tchau.
Meu pai vai embora e eu e meu amigo ficamos nos encarando, atônitos.
— O que acabou de acontecer? — ele pergunta.
— Eu não faço a mínima ideia. — respondo, confuso.
— Ele deve estar de bom humor...
— Não fica criando expectativas. — me levanto — Quer comer aqui hoje?
— Pensei que nunca perguntaria — Clance ri.
Rio com ele e penso em como o meu pai estava tão estranho hoje, finjo que é normal e deixo de lado.
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Stunning
Teen FictionKeith é um garoto com uma auto estima bem alta e desejado por qualquer garota. Ele e seu baixo são as únicas coisas que impotam, além é claro, de sua banda "Daddy Issues" ou "DI", como a maioria fala. Uma semana. Foi o suficente para fezê-lo odiar...