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SÁBADO 14:12

Faltando dois dias para a volta às aulas no ensino médio, Eduardo não estava muito ansioso por conta da mudança de casa e de escola no mesmo tempo, após um acontecimento que mudou a vida dele de uma hora para a outra. O sábado não estava lá essas coisas meio ensolarado mas chato.

— Mãe, vou no mercado. — Disse ele pegando sua carteira e chaves.

Ele nem sabia se a mãe dele estava acordada, depois de uma semana carregando e descarregando caixas e mais caixas eles dois precisavam de um descanso.

Após ele fechar o portão um perfume deixou ele hipnotizado, mas ele não sabia de onde estava vindo, sábado aquela rua é muito movimentada, com crianças jogando bola e andando de bicicletas. Havia adolescentes sentados conversando, umas meninas olhavam para ele lógico que estavam falando dele e curiosas para saber como é o novo garoto do bairro. Ele pega seu fone e os coloca deixando no aleatório toca "Beija eu" de Silva.

O mercado não era muito longe, na rua de baixo.

Descendo a rua uma menina esperava sua mãe na esquina do lado, Eduardo não prestou muita atenção, estava pensando no que comprar e no que assistir quando voltasse. Quando ele passou duas casas a menina começou a andar de bicicleta descendo a rua em que Eduardo estava. O perfume voltou mas ele não se atreveu a olhar para trás ou para os lados só pensou:

— Nossa, que perfume bom... — A menina passa por ele numa velocidade não muito rápida — Será dela? Moça olha para trás, nunca te pedi nada. — Ela não olhou.

Chegando na esquina ela parou, olhou para os dois lados e esperou sua mãe. Elas passam reto não olhando nem para trás.

Pelo menos é cheirosa. — Pensou ele.

Chegando no mercado ele pega uma bolacha Negresco, uma coca-cola, fica na mesma fila em que outros meninos estavam, pareciam da idade dele, mas Eduardo não ligou muito enquanto eles ficavam a todo momento cochichando sobre ele, — Parece até que cometi um crime — pensou ele, então chega a vez dele, ele paga e vai embora, passando por aquele mesmo grupinho que falavam dele novamente na rua dele. Mas ele nem liga muito para o que os outros falarão, falam ou vão falar, ele sempre usou esse método para ser feliz e viver sem peso na consciência, por pensar no que eles pensavam.

Após chegar em casa, ele liga a TV e coloca um filme não muito longo, ele também estava cansado de carregar caixas. Tanto que acabou dormindo antes mesmo de o filme acabar, só acordando seis e meia do dia seguinte. Ele resolve terminar de assistir o filme de onde ele perdeu, a sua mãe acorda e vai até a sala.

— Mãe, temos que ir comprar meus materiais — Disse Eduardo.

— Vá tomar café, coloque uma roupa que antes do almoço vamos. — Disse ela com uma cara de sono.

Ele termina de assistir e vai para seu quarto se arrumar. Passa pela cozinha e toma uma xícara de café.

— Pega a chave — Disse sua mãe passando pela cozinha e indo para a garagem.

Eduardo toma o café e corre para seu quarto pegando seu celular e seu fone, ele passa pela cozinha novamente e pega as chaves indo direto para a garagem.

— Vamos passar na Kalunga e depois almoçamos em algum lugar. — Disse a mãe dele.

— Okay... mas não vamos naquele restaurante que só tinha nós aquele dia, muito estranho.

A mãe dele ri, liga o carro e liga o som do carro que começa a tocar "The Loco-Motion" de Grand Funk Railroad, a mãe dele gosta de músicas dos anos 70°, 80° e 90°.

Amor, Paixão e tanto fazOnde histórias criam vida. Descubra agora