Amor, Paixão e tanto faz

XIX

— Sinto que isso me fez bem... — Disse Roberto — Uma hora ou outra eu falaria para ela.

Todos ficaram em silêncio.

— Vamos fazer o que agora? — Perguntou Alice.

— Giovana morreu em cima do puff... Podemos assistir aquele filme novo da Netflix.

— Clichê? — Falou Eduardo.

— Também, mas é outro... — Pedro fez uma cara de quem estava lembrando de algo — É outro, não lembro agora.

— Vamos! — Falou Roberto.

Todos se levantaram e foram para a sala. Mas antes, Alice pegou um cobertor e cobriu Giovana.

Eles passaram a tarde toda assistindo filme e comendo o sacão de Doritos. Pedro do lado de Roberto e Alice do lado de Eduardo. Então o celular de Eduardo vibra.

— Alô... acho que sim... uhum... tá, te mando a localização e o número... tá, quando chegar me fala. — E desligou o celular.

— Quem era? — Perguntou Alice.

— Quando ela chegar você vai saber. — E colocou o braço de volta no ombro de Alice.

21:20

O interfone tocou no apê de Roberto e ele atendeu.

— Quem é? — Falou Roberto.

— E a Marina, trouxe pizza. — Falou ela pelo interfone.

— Eu não conheço...

— Deixa ela subir, é minha prima. — Disse Eduardo interrompendo Roberto.

— ... Ah, — Ele apertou de novo o botão do interfone — Pode subir.

Não demorou muito para baterem na porta.

— Eu abro! — Disse Eduardo.

Giovana estava no sofá sozinha enrolada no cobertor e mexendo no celular, Pedro estava sentado no banco da cozinha com Alice e Roberto.

Quando Eduardo abriu a porta, Marina estava com três caixas de pizzas grandes.

— Meu Deus, — disse Alice após uma fungada forte — pega os copos que eu pego os pratos RÁPIDO — ela se levantou e enquanto Pedro pegava os copos ela se virou para Roberto e perguntou: — Onde ficam os pratos?

— Eu pego. — Disse ele se levantando.

Marina chegou na cozinha comprimentando todo mundo e até Giovana do outro lado da sala.

— Gente Marina, Marina gente. — Disse Eduardo enquanto colocava as pizzas na mesa.

— Pizza? — Disse Giovana se levantando com o cobertor como se fosse um vestido e se sentou na mesa.

00:00

— Não vamos fazer mais nada logo no dia em que eu chego? — Perguntou Marina sentada no mesmo puff em que Giovana estava.

Pedro e Alice largaram o celular e olharam para ela.

— O PlayBeer está aberto? — Perguntou Eduardo.

— Acho que sim, a "reforma" — Disse Roberto fazendo aspas, sentado na cadeira que fica na frente da escrivania — acabou semana passada.

— Reforma? — Perguntou Marina.

— Um homem bêbado entrou lá e depois de ficar mais bêbado rasgou metade dos assentos estofados e depois quebrou o vidro da frente tentando passar por ele gritando: "Eu sou o homem invisível e nada me para". — Disse Pedro sem nenhuma pausa.

— Vamos ver então, se estiver aberto nós entramos e bebemos alguma coisa... e se não estiver aberto vamos em outro lugar. — Sugeriu Marina.

Roberto se levantou e foi para seu closet depois que Pedro o olhou nos olhos como se estivesse perguntando se estava bem com a ideia. Eduardo estava escorado no vidro do quarto, Alice estava deitada na cama e Pedro sentado no pé da cama.

Saindo de seu quarto, Roberto vai até o de seu pai para avisar que vai sair.

— Quando você voltar me avise... — Roberto chegou perto da porta devagar e ouviu — Para com isso ele ainda continua ele, não modele uma pessoa pela sua sexualidade... NÃO!... Quer saber? Se você não é capaz de amar seu filho pelo resto de sua vida só por uma agulha num palheiro não sou capaz de amar você... — O pai dele limpou uma lágrima em seu rosto com a mesma mão que segurava o celular deixando de escutá-lo — Adeus Izabel. — E desligou.

Roberto esperou meio minuto e depois entrou no quarto.

— Pai? — Ele estava sentado na cama olhando para o celular.

— Sim filho.

— Você tá bem?

— Sim... — Ele passou a mão no rosto e se virou — Quer alguma coisa?

— Vou sair com o pessoal, me empresta o carro? — Perguntou Roberto entrando no quarto e se sentando do lado de seu pai.

— Claro! Vai lá.

Roberto apoiou sua cabeça no ombro dele e falou:

— Obrigado... E eu te amo muito... Não por isso mas no geral.