XXVIII

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Eduardo acordou calmo, respirando normalmente, mas... estranho. Faltava apenas alguns quarteirões quando ele pega seu celular e envia uma mensagem para o grupo em que tinha ele, Pedro e Alice.

Edu —Quando tivermos um tempinho preciso conversar com vocês.

Eles não receberam a mensagem na hora por estarem sem sinal. A entrada do bairro é cheia de árvores e dificilmente alguém consegue sinal por ali. Ele percebe que já está perto de casa e se espreguiça, Alice olha para ele e pega em sua mão, estava quente por ele ter se encolhido todo e também porque ela tinha o coberto com uma tanga não muito fina que ela comprará em alguma lojinha beira mar.

Em menos de dez minutos eles chegam e vão direto para a casa de Alice, todos descem do carro e se esticam, principalmente Roberto que dirigiu por quase três horas e só parou uma vez.

A Mãe de Alice abre a porta e cumprimenta todos com uma abraço que fez o Eduardo sentir um quentinho no coração.

—Como você está? — Pergunta ela.

—Melhor... — Eles se separam e se olham.

Todos já haviam entrado por estarem com fome e deixaram eles dois a sós.

—Podemos conversar agora? — Pergunta ela e ele assentiu com a cabeça — Vamos nos sentar aqui mesmo, — eles se sentam um pouco a frente do carro, na guia mesmo — eu sei que é difícil a vida, ainda mais quando perdemos alguém... — Ela pega a mão dele e se olham, ele está com os olhos transbordando — Mas eu acredito que um dia estaremos todos juntos e felizes, se quiser um abrigo ou até um tempo de qualquer coisa pode me pedir a chave do sítio e passar uns dias tá bom? — Eles se abraçam e ele chora nos ombros dela.

—Obrigado... o velório será por aqui, não sei onde direito... — Falou ele depois de se soltarem.

—Eu irei, você precisa de forças e eu estarei lá com você. — Ela passa a mão nos cabelos dele e dá um beijo na testa — Agora vá comer, fiz seu prato favorito.

Ele olha para ela e pergunta:

—Macarrão com queijo?

Ela assenti com a cabeça, então ela se levanta e ajuda ele a se levantar.

Quando eles entram na cozinha, todos estavam esperando ele para comer.

—Ai obrigada porque eu já tava amarela aqui de fome. — Disse Marina, sendo a primeira a pegar uma colher do macarrão com queijo, que faz Eduardo ficar com água na boca com aquele queijo se esticando cada vez mais que ela o puxa.

Ele se senta e olha para cada um que estava ali, sentiu acolhido quando Alice o tocou no braço e olhou para ele.

***

18:08

Após passarem a tarde toda na sala de Alice, Roberto recebe uma ligação de seu pai dizendo que precisava do carro para ir no mercado fazer a compra do mês.

—Precisamos ir, meu pai precisa do carro.

Todos estavam cansados mas se levantaram mesmo assim e se despediram de Alice, enquanto Roberto tirava sua mochila do porta malas, todos saíram e só ficou Eduardo e Pedro faltando.

—Recebemos a mensagem, quando você quer? — Disse Alice escorada na porta.

Ele levanta o olhar e fala:

—Quando tivermos a oportunidade, pois não será ensaiado.

Eles concordam, pois é a única coisa que podem fazer e é o recomendado, sem pressão. Eles se beijam na bochecha e entram no carro, o carro da partida e eles vão embora, deixando ela dando tchau e esperando eles virarem a esquina.

Ela respira fundo e fala para si mesma:

—Precisamos de um tempo, será o melhor para nós.

***

Roberto dirige até a casa de Eduardo e deixa ele, Marina e Pedro.

—Não precisa levantar, só abrir o porta malas que a gente tira tudo, são só quatro mochilas mesmo. — Fala Pedro.

—Obrigado, tomara que eu descanse, amanhã tenho treino. — Pedro sentiu o tom de medo em sua voz quando ele terminou e entre olharam.

Pedro pega sua mão e a segura enquanto todos saem do carro.

—Vai ficar tudo bem, — Eles encostam as testas — Estou aqui para você como você está por mim.

E se beijam.

—Eita que eu eu fui o próprio candelabro daquele filme da disney, já posso fazer até o live action. —Diz Giovana.

Eles riem e Pedro solta a mão dele, saindo do carro, pegando sua mochila no porta malas e o fechando.

—Me avise quando chegar em casa, okay?

—Pode deixar. — Responde Roberto e depois da partida no carro — Pode vir pra frente que eu não uber não.

Giovana passa entre os bancos e se senta no banco do passageiro. Mexendo no celular ela vê que amanhã e terça não haverá aula por causa de um vazamento na escola, ela comenta com ele sobre isso e sugere passarem a tarde na casa dela.

— Sobrou carne né? — Pergunta ele já chegando perto da casa dela já.

—Mas será que presta? eu coloquei no congelador mas tem pouco eu acho.

—Vou ter que ver, mas provavelmente vão querer pouco. — Falou Roberto estacionando na frente da casa dela.

— Quer entrar pra conferir? — Fala Giovana.

—Acho melhor. — Ele puxa o freio de mão e desliga o carro. —Eu pego sua mochila, vou precisar ver a bagaceira que tá lá atrás de qualquer jeito.

Eles descem do carro e ele abre o porta malas, não estava bagunçado, só com o tapete meio torto. Ele pega a sua e a mochila dela, coloca a dele no banco do passageiro quanto ela abre a porta.

Eles vão para a cozinha e ele larga a mochila do lado da escada, indo direto para a cozinha conferir o freezer, ele pega um dos sacos cobertos de gelo e olha para ele.

—Bom, como ficou congelado acho que não tem problema. — Diz ele.

—E tem mais um, eu esqueci, — ela vai até perto dele e pega mais um saco congelado —Acho que da sim.

Eles guardam os sacos e Roberto pergunta qual horário.

—Acho que depois do almoço tá bom, até acender a churrasqueira e a carne ficar no ponto... — Responde ela mexendo no celular, o celular de Roberto vibra e ele olha para ela surpreso — Sou ágil meu amô.

Era uma notificação de que ela já havia criado o grupo e avisado a todos.

—Quando seus pais vão voltar? — Perguntou ele.

—Talvez hoje de noite ou amanhã... Por que?

—Não quer companhia numa casa tão grande?

Ele não havia dito com um tom com segundas intenções. Ela pensou e falou:

—E quem disse que eu vou estar sozinha?

—EU SABIA! — Falou ele batendo no mármore.

—E quem não? — Eles dão risada e se abraçam.

Foi um abraço até que longo.

—E... Eu senti saudades de você. —Falou ela.

Eles já estudaram juntos e foram melhores amigos até um pouco depois dele passar um tempo com seu tio.

—Eu também... e você não cresceu nada bicho. — Ela se desgruda dele e da uns tapas fraquinho —Ai mulher, se ficar hematoma o Pedro te mata. — Fala ele dando risada.

—Banido da minha casa, vai embora vai, xo. — Fala ela.

Então ele se despede e volta para o seu carro, do seu pai na verdade.

Amor, Paixão e tanto fazOnde histórias criam vida. Descubra agora