VI

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Eduardo ficou sem palavras.

— Eu não quero mais ficar aqui.

— Aqui, você diz sua casa? — Perguntou Eduardo.

— Aqui essa vida.

Eduardo o abraçou novamente envolvendo-o ainda mais em um domo anti-tristeza como era chamado seu abraço.

— Vamos pra casa... — Disse Eduardo se levantando — Sua... tem gente preocupado com você.

23:01

— Já passou das onze... Será que ele achou Pedro? — Disse a mãe de Pedro.

Alice estava pensativa demais para responder.

— Onde está o padrasto dele? — Perguntou alice.

— Ele trabalha das uma às onze, deve estar chegando.

Alice ficou ainda mais pensativa, mas não falou nada apenas pegou seu chá e tomou um pouco. Alice escuta as correntes de uma bicicleta.

Chegaram... — Pensou ela.

A porta se abre.

— Filho? — Fala a mãe de Pedro.

Pedro ficou calado.

— Vamos?... Alice!? — Alice estava boiando ou estava pensando mas não muito, ela olha para ele — Vamos?

— Ah, sim. — Ela levanta da cadeira e eles vão embora.

Alice se agarrou no braço de Eduardo.

— Vamos aonde? — Perguntou ela ao perceber que Eduardo mudou de direção depois de sair da calçada.

— Eu não quero voltar sem beber alguma coisa para esquecer um pouco o que aconteceu hoje. — Disse ele — Vamos ao GeekBurger.

TERÇA 00:00

O padrasto de Pedro chegou em casa, ele e sua mãe ainda estavam acordados falando sobre a adoção e que um papel não mudaria nada... Até essa semana.

— O que aconteceu? — Perguntou o padrasto — Por que estão acordados?

— Preciso falar uma coisa para vocês — Disse Pedro — Se sente. — Pedro puxou uma cadeira para o ele.

— Que foi filho? — Perguntou a mãe dele.

Pedro se calou por um momento.

QUARTA 06:00

O celular de Eduardo tocou como todo dia de segunda a sexta tocava, ele vai até o quarto em que Pedro está. Eduardo abre a porta.

— Pedro? Acorda. — Eduardo sai e deixa a porta meio aberta.

Eles se arrumam e vão para escola mas antes passando pela casa de Alice.

— Vamos cinderela. — Disse Pedro batendo palmas ao ver Alice saindo de sua casa.

— Mas que coisa, eu tô indo. — Disse ela fechando a porta, depois de um tempo sem ninguém falar nada ela fala: — Eai, cês tão bem?

— Hm-hm — Disse Eduardo balançando a cabeça positivamente.

Pedro só fez que sim com a cabeça. Para ele foi muito rápido sair da casa onde pensava que era, onde sua família sempre estava e ir morar com seu melhor amigo  praticamente de um dia para o outro.

Já na escola, um homem ligou para Pedro no meio da aula e ele foi atender fora da sala.

— Quem será? — Disse Alice para Eduardo depois que Pedro saiu.

— Sei lá. — Respondeu Eduardo balançando os ombros.

Ele ficou bem cinco minutos lá fora e quando voltou pegou seus materiais.

— Que foi? — Perguntou Alice.

— Preciso ir, pode tirar foto da lousa para mim? Brigadão. — Ele sai da sala e todos ficam falando do boato que estava correndo por ai.

— Eu não sei direito. — Disse a Natália do segundo B — Dizem que ele matou e escondeu seu pais e foi morar com o Eduardo.

— Ouvi por aí que ele é adotado — Disse Augusto do primeiro D — mas acho mentira eu já vi ele com seus pais e eles se parecem muito.

— Que Pedro? — Disse o Aluno novo que mal sabia que sala ir.

12:30

— Onde tá o Pedro? — Perguntou Alice.

— Sei não, acho que deve estar em casa ou no trabalho. — Disse eduardo — Vou ver no snapchat.

— Como que um app de foto pode ajudar?

— Ele mostra a localização do usuário... — Ele procura no mapa — Café, deve estar trabalhando.

***

— Mas qual a porcentagem de certeza? — Pergunta Pedro.

— De noventa por cento — O homem de terno lhe dá um cartão — Esse é o endereço, boa sorte agora tenho que ir.

O homem levanta da mesa e se despede de Pedro com um aperto de mãos.

Talvez algum dia ache a minha verdadeira casa — Pensou ele sentado sozinho na mesa.

Amor, Paixão e tanto fazOnde histórias criam vida. Descubra agora