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               Tão logo o jovem retornou para a oficina para deixar as ferramentas e foi chamado pelo chefe.

— Dean você está com uma semana livre. Vá se cuidar um pouco. — Bobby avisou posto que iria fazer manutenção nos equipamentos da oficina.

— Tem certeza Bobby? Eu posso continuar trabalhando indo ao cliente. — Dean avisou ao mais velho que apenas deu um tapa de leve em seu ombro.

— Garoto, vá descansar. — Bobby respondeu amigavelmente.

          Agradecido Dean terminou seu trabalho naquela sexta e foi para casa, no caminho comprou um hambúrguer e um refrigerante.

— O que eu vou fazer aqui por uma semana? — Perguntou-se olhando para dentro do seu apartamento.

         Ele deitou no sofá e sentiu algo na ponta, pegou e viu que era um ursinho. Sorriu e o pegou, indo até o quarto, sua cama não era nada a mais que um colchão no chão com cobertores e um travesseiro. O homem pensou na possibilidade de tirar um cochilo, ergueu a ponta do colchão e tirou de lá uma coleira azul, colocou-a, voltou para o meio das cobertas e rodou algumas vezes para enfim deitar de lado encolhido com a pelúcia junto dele.

          O sono estava muito bom, mas foi interrompido ao ouvir batidas na porta. Dean levantou mais que depressa e saiu fechando a porta do quarto, seguiu até a porta da sala e olhou no olho mágico vendo que era Charlie. Abriu a porta e a garota deu uma risada ao entrar.

— O que foi? — Perguntou confuso com o olhar da amiga.

          Ela alisou o cabelo do amigo principalmente atrás da orelha.

— Bom garoto! Esqueceu a coleira. — Ela avisou apontando para a região.

            Com os olhos arregalados em surpresa Dean tocou o pescoço e viu que esquecera de remover o objeto.

— Desculpe por isso. — Ele falou sem jeito pronto para tirar.

— Se você quiser ficar com ela, fique. — Ela respondeu dando de ombros.

            Ele sorriu, mas ainda sim a retirou.

— Então Deanno, Bobby me falou que você está com a semana livre e adivinha só? Amanhã tem leilão e você vai. — Ela disse enquanto mexia em seu celular.

— Eu vou? — O Winchester questionou cruzando os braços.

— Vai sim. Amanhã eu passo aqui para te buscar, lembre-se de fazer um cálculo de quanto você precisa e não esqueça dos 5% deles. Ah pode ser que você obtenha menos do que precisa, mas lindinho do jeito que você é acho que o arremate será em dobro.

           Ele colocou a língua para ela e depois revirou os olhos, mas não negou.

— Agora vamos assistir Harry Potter! — Ela clamou pegando o controle da TV.

— De novo Charlie? — Ele praguejou jogando a cabeça para trás.

— Calado, Harry Potter hoje, amanhã e sempre! — Charlie resmungou batendo na testa dele o empurrando contra o sofá.

              Obviamente ele assistiu vários filmes até lembrar de algo.

— Charlie, e se alguém me reconhecer? — Ele perguntou assombrado só de pensar nessa possibilidade.

— Use uma máscara. Não me refiro as da saúde e sim as de carnaval. Do jeito que você é uma anta pode acabar se confundindo. — Ela falou e apertou a bochecha do amigo que rosnou em brincadeira.

               O dia seguinte seria algo novo e até mesmo assustador para Dean, mas ele não voltaria atrás mesmo que cada parte do seu corpo tremesse só na possibilidade de encontrar alguém que fosse gostar de seus jeitos, ainda que não fosse puramente sexual como nas clássicas cenas petplay do BDSM. Ele realmente se sentia um cãozinho carente e precisava de cuidado ou subiria pelas paredes. Saiu de seus devaneios com Charlie avisando que estava indo embora e que viria o buscar na tarde seguinte.

                 Ele ficou um bom tempo com a cabeça nas nuvens, enquanto o filme passava na tv. Pouco depois seu celular tocou e no visor apareceu o nome: SAM, mas ele ignorou a chamada e todas as demais.

Dog's lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora