quando dois corações falam linguagens diferentes no amor

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Minha avó fazia o melhor bolinho de chuva que uma panela podia fritar, e antes de me passar o pote sempre oferecia um sorriso. Era o jeito dela de dizer "pega, tá cheio de amor". Minha tia, sua filha, cozinhava as melhores batatas, tinha as melhores risadas e ensinou o carinho da comida pra minha irmã. Hoje em dia cada vez que ela cozinha sinto no cheiro a curva sutil o que as mulheres da minha família tinham a oferecer. Era o jeito de dizer "ei menina, eu amo você".

A gente quando criança é plástico e pega a forma do que vê, aprendi que amar é sorrir gentilmente e entregar aquilo que fez com paixão. 

Ela aprendeu que o amor só vinha de uma figura inalcançável no topo do altar, que amor era algo divino, inalcançável e que se dissesse em voz alta, não encontraria mais a paz.

Amor como esse não era para nós meros mortais.

eu sorri gentilmente e a entreguei meu coração

ela deu

dois passos pra trás.

-a forma que ensinamos nossos filhos a amar

As Coisas Que Falo Com o EspelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora