painting the pain

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recomendo escutar a música da mídia a partir do "". boa leitura!

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Eddie demorou um pouco mais para subir ao telhado naquela noite pois abaixo do braço, carregava consigo uma caixinha de tintas flamejantes de tons pastéis e metálicos. O seu presente do Natal passado, e o único até aquele ponto do ano seguinte.

— Rich! Olha o que eu trouxe para... Richie? Você está bem?

Richard não estava sentado como encontrava-se nos início dos encontros passados. Já deitara-se no topo da residência Kaspbrak - agora seu novo refúgio -, sabendo que se esguichasse seu corpo, seus braços enfraquecidos acabariam tremendo até não aguentarem sustentar o corpo que pertencia-os, e sua coluna se curvaria para frente, pedindo descanso imediatamente. Seu estava mais pálido que o normal, as olheiras mais nítidas e os caracóis negrumes visivelmente não tiveram contato com um pente nas últimas vinte e quatro horas.

— Estou bem sim, Eddie Bear. - Abriu um sorriso passageiro, esperando o amigo sentar-se ao seu lado.

"Ele sorriu, então está bem, não está?" Eddie supôs. No seu mundo pequeno, sorrisos eram sempre sinônimos de felicidade. Não havia ninguém como Richie para mostrá-lo que pode haver um sorriso falso ou provocado pela tristeza, até aquele momento.

— O que tem aí? - apontou para a caixinha amadeirada.

— Minhas tintas e pincéis. Queria te mostrar alguma coisa que eu gosto e fazer algo para você, já que me emprestou os HQs.

— Fazer algo para mim?

— Sim. Não vai durar para sempre, mas... posso pintar o seu rosto?

— Andale, Eduardo! Me mostre o Da Vinci que há dentro de você! - Tozier exclamou com uma risada baixa e divertida.

Kaspbrak franziu o cenho com o seu jeito desengonçado e mais animado, mas no fundo achou engraçado.

— Da Vinci é italiano, não espanhol, Richie.

— Mas eu gosto dele, e além de inglês só sei falar espanhol. Ah, seu nome ficou bonito nessa língua, vai.

Eddie sorriu mordendo o canto interior das bochechas, contendo uma risadinha. Sentou-se no colo de Richie para melhor ter uma melhor visão da sua tela, que seria a face do garoto. Foi um ato natural para ele, e Richie não maliciou, apenas agiu como se fosse algo comum entre amigos. Ele gostou do contato mais próximo.

— Gosta dele por quê? - prolongou o assunto sobre o renascentista.

— Ele teve todas as profissões artísticas que você pode imaginar. E ainda é gay, tem como melhorar?

O menor, que abria as tintas uma por uma para conferir qual ainda estava líquida e qual cor deveria usar, atrapalhou-se com suas mãozinhas e deixou alguns pontinhos caírem.

— Você... é como ele?

— Eu? Sou só um vagabundo que nem vai pra escola direito, Eddie. Como vou ser inteligente como ele?

— Richie, eu quis perguntar se você é gay.

— Ah... posso dizer que gosto de garotos. E você?

𝐌𝐎𝐎𝐍 𝐁𝐎𝐘,  𝗿𝗲𝗱𝗱𝗶𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora