Sem título adequado

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Eu vi o Diabo esta tarde   e ele disse que estava orgulhoso .

Era naquele imenso mar de orgulho que toda minha esperança  se depravava.

Em algum lugar ,poderia eu  não me orgulhar da própria ruína?

Eu poderia,em algum lugar,não ter visitado o inferno?

Sinto o vento me levando para lugares distantes, espero que eu chegue ao Sol .

Espero que eu veja como aqueles raios invadem o céu  e  espero que eles também possam rasgar o meu coração.

Talvez o Diabo  não se sinta tão orgulhoso  sabendo que não tenho uma alma .

Eu vi como as nuvens dançavam  sobre mim e eu quis ,de algum modo,  estar entre aqueles movimentos.

Eu vi como o mundo parecia ser tão insignificante  quando se olha para cima.

Queria sentir a terra caindo sobre mim e eu quis que ,por um momento, ela cobrisse todo o meu orgulho.

Minha alma se foi e  eu nem ao menos  posso contemplar as estrelas.

Eu vendi minha alma ao paraíso, talvez eu ande pelas ruas douradas e converse com as estrelas.

Mas como eu  poderia estar no paraíso com as estrelas  acima de mim ?

E quem poderia cantar para mim quando eu fosse embora ?

De fato  eu vendi a minha alma ,mas ela foi recusada com leveza e sutilidade.

Eu a vendi, porém estou preso à terra que me cobre, a terra que cobre a mim  e a minha ruína.

A cidade dos Monstros   - Poemas parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora