25- Waiting for a Friend

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A luz do sol em meu rosto foi o que me acordou no dia seguinte, fazendo com que eu imediatamente soltasse um grunhido pela dor de cabeça forte que sentia. Eu estava nua, coberta apenas pelo cobertor, pois, após chegar em casa na noite anterior, tirara as roupas, que ficaram um tanto úmidas por conta da chuva durante o caminho de volta para casa — e as jogara no chão, sem ter o trabalho de as guardar.

Arrependi-me de ter tentado me sentar, porque aquela dor de cabeça parecia apenas piorar à medida em que eu me movia, mas criei coragem o suficiente para andar até o banheiro. Minha aparência deplorável foi a primeira coisa que eu notei, por isso, fui até o box, tomando um banho longo e quente, relaxando todo o meu corpo. Depois de me vestir, fui até a cozinha para tomar uma aspirina e passei os cinco minutos seguintes sentada na cadeira da mesa da cozinha, com os olhos fechados. Isso até Lydia chegar, com um sorriso do tamanho do mundo e tagarelando sem parar sobre o garoto do site de relacionamento, e eu, honestamente, não prestei atenção em uma sílaba sequer do que ela disse.

— Você sabe o que aconteceu com o Luke? — Foi isso o que me fez erguer a cabeça e olhar para ela, confusa. — Michael disse que ele sumiu. Não está em casa e não atende o celular, mas o carro ainda está na Amnesia. — Ela deu de ombros, pouco preocupada. — Acho que deve estar precisando de um tempo para pensar, agora que a mãe está no hospital.

— Espera... — disse eu, ainda assimilando as palavras. — O quê?!

— É, parece que a Liz tomou a dose errada da medicação, estava com depressão e tudo o mais. De qualquer jeito, ele não é mais problema meu.

Como ela poderia estar tão indiferente àquela situação? Pouco tempo antes, ela era apaixonada por ele e agora, desaparecido e com a mãe internada, Lydia agia como se fosse algo irrelevante. E Luke, provavelmente, nem sabia sobre Liz, já que andava sumido desde a festa e o carro amarelo de seu padrasto continuava no estacionamento da boate.

E, com isso, ela pegou um biscoito e voltou para o quarto, deixando-me parada como uma estátua, sabendo que a culpa de tudo era minha.

Eu não pude fazer nada além de me preocupar excessivamente durante o caminho para a escola. Talvez, ir à uma festa em uma terça-feira não tenha sido mesmo uma boa ideia.

Não encontrei ninguém antes das aulas começarem. Passei os cinco minutos antecipados na classe sentada e quieta, pensando em onde diabos Luke poderia estar, e me amaldiçoando mentalmente por ser tão idiota: por ter pego a chave, por ter deixado Luke me beijar, por ter correspondido ao beijo, por ter deixado Ashton beber e, consequentemente, ir embora, por ser sempre tão egoísta e por estar agora me sentindo tão culpada — tanto que, durante os dois períodos antes do almoço, eu nem sequer sabia as aulas as quais estava assistindo. Tanto faz, porque meus pensamentos continuavam em Lucas, na confusão em que ele poderia estar metido e em tudo que poderia estar acontecendo com ele — meu pessimismo não estava ajudando em nada.

Saí apenas de meus devaneios quando tocou o sinal para o almoço, e eu logo vi Ashton esperando por mim na porta da classe, que foi rapidamente deixada por todos os outros alunos. Ele sorria, como sempre, e eu sorri de volta, embora preocupada, perguntando-me se ele sabia o que havia acontecido com seu melhor amigo. De qualquer modo, peguei meus livros e fui até ele, cumprimentando-o com um selinho.

— Hey, Jenn. — Seu sorriso cresceu, assim como o meu.

— Oi — disse eu, tentando impedir, e fracassando, que ele pegasse meus livros e os carregasse para mim até o meu armário. Em seguida, ele andou ao meu lado até o refeitório, com um braço em volta de meus ombros.

— Nós vamos sair depois das aulas, tudo bem? Vai ser uma ocasião especial — disse ele, pouco antes de nos sentarmos à mesa onde estavam apenas Lydia, Michael e Calum. Assenti, sem prestar muita atenção, tentando ignorar a falta que o Hemmo fazia naquela mesa e a eventual preocupação que ainda me incomodava. Ninguém tocou no assunto e isso me decepcionou ainda mais.

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