Um momento errado, um adeus...
Lucian reconheceu o ambiente para onde foi arrastado pelo Coven. As marcas de fogo subiam do chão de pedras e deixavam suas manchas negras pela parede. A ausência do Sacerdote Lefrève em sua própria casa era uma prova irrevogável de que haviam falhado. Imaginou o que teriam feito ao padre.
Vislumbrou uma chama azul terrivelmente familiar e antes que pudesse reagir, foi atingido no pescoço. A ardência do fogo do submundo se alastrou pelo tórax. Lucian caiu de joelhos.
Os mantos negros se aproveitaram de sua fraqueza e amarraram seus pulsos para trás.
Lucian recebeu um chute no rosto, e seu corpo tombou.
- Onde ela foi enterrada? – Sibilou uma das mulheres malditas do Coven.
- Não sei do que vocês estão falando. – Lucian rosnou mas não era mentira. E se ele soubesse onde estava o corpo dela, as mulheres do Coven seriam as últimas a saber.
- Você não conseguirá esconder por muito tempo. O espirito do Fantasma Profano já está entre nós. E bem perto da Genuína. Nós abriremos o caixão, e o príncipe enfim voltará.
- Boa sorte em abrir o caixão sem a chave. Hannah jamais a entregará de boa vontade à vocês.
Lucian zombou e urrou em seguida, quando a labareda azul do chicote voltou a atingir sua pele. Dessa vez, no ombro.
- Deixem o garoto em paz. A chave está comigo.
- Ora ora. Vejam se não é o nosso querido padre. O grande exorcista do século – disse um dos mantos negros.
Lucian fitou a escada em espiral e suspirou de alívio ao ver Lefrève aparentemente intacto. Apesar do bigode bagunçado e da batina rasgada, pela mentira do padre ao dizer que possuía a chave, Lucian soube que ao menos ele teria algum plano.
- Não desperdice nosso tempo Lefrève. Dê-nos a chave. Dê-nos o que é nosso.
- Foi pra isso que voltei aqui senhoritas. Mas primeiro, libertem o garoto.
- Sem negociações Lefrève. Entregue a chave.
- Bom, se preferem assim, terão que se explicar a Acássia, quando disserem a ela que perderam a oportunidade de abrir o túmulo do Fantasma Profano. – Ele ameaçou dar as costas.
- Esqueceu que podemos obrigar você, padre?
- E como pretendem fazer isso? Me possuindo?
O padre soltou um riso forçado. A gargalhada era um contraste nítido as suas feições cansadas. Lucian se moveu para ficar de pé, mas ao apoiar um joelho no chão, outra chibatada o fez cair de lado. A raiva fazia seu sangue ferver. Lucian queria queimar uma a uma. Reduzir a chamas a casa do Sacerdote e torturar o Coven maldito. Mas sabia que seria necessário mais do que isso para matá-las.
O silêncio pesou o ar.
Como se elas considerassem o pedido do padre. Se havia algo que poderiam temer mais que o Fantasma Profano, era Acássia.
Lucian aguardou a dor dilacerante da queimação se dispersar, e conseguiu ficar de pé.
- Nós soltamos o filho de Acássia, padre. Depois que você mesmo abrir o caixão.
O Sacerdote Lefrève encarou Lucian enquanto descia os degraus. Lucian praguejou mentalmente por não poder ler os pensamentos de ninguém dali. Todos do Coven protegiam suas mentes com feitiços, obviamente o Sacerdote havia feito o mesmo.
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Olhar de Fogo
FantasyUMA HISTÓRIA DE HALLOWEEN Entre na mansão e não se incomode com o ranger da porta, apenas tome muito cuidado com seus olhos. Hannah não seguiu meu conselho e acabou pagando caro por isso... Somente ao conhecer seu misterioso vizinho, e fitar aquele...