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- A, me poupe dos seus julgamentos.- O jovem de cabelos cor de escarlate, tinha seu belo rosto praticamente transformado em uma carranca esculpida pelo mais absoluto ódio.

- Você é um merda, e vai viver sendo um merda.- As palavras chulas eram gritadas em sua cara.- Vive as minhas custas para sustentar esse seu vício miserável.

- Vicio esse que comecei para não ter que sentir toda a merda que sinto ao olhar pra essa sua cara.

- Então vai logo embora caralho ou faz como sua mãe e morre logo de uma overdose.

- Maldito seja o dia em que ela transou com você. Maldito seja o dia em que ela continuou com a gravidez. Maldito seja a porra do dia em que eu nasci. Maldito seja o caralho do sangue que corre nas minhas veias.- O suor escorria pelas têmporas do jovem, como se tentasse expelir de alguma maneira aquilo que é chamado de um dos sete pecados capitais, a ira.- Eu só queria poder te matar.

E uma debochada gargalhada invade toda casa (se é que isso pode ser chamado assim), um lugar que nem ao menos odor de lar tinha. Pois o que se via espalhar por todo ambiente eram, latas de cerveja, caixas de pizza (algumas com pedaços literalmente podres) que estavam a semanas ali, um sofá rasgado, bitucas de cigarro jogados pelos quatro cantos, afinal, o cinzeiro já formava um pequeno monte de pó acinzentado. E este repugnante e nojento lugar, era o que Taehyung permanecía por no máximo trinta minutos. Pois só entrava para banhar-se no imundo banheiro que ali havia, vestia qualquer peça que encontrava (todo o seu guarda-roupa era composto de peças pretas), pegava a carteira e assim saia.

- Me matar?- O homem que apenas colocou esperma em sua mãe (pois ele recusava-se a chamá-lo de appa) soltava altas gargalhadas.- Sei que as drogas te deixam em estado de transe, só que elas começaram a afetar sua falta de noção. Você ainda é menor de idade e se fizer isso a culpa cairá em cima do seu nojento amigo viadinho.

- NÃO OUSE REFERIR-SE AO JIMIN ASSIM.- O efeito da inicial abstinência de cocaína, já lhe afetava os nervos, porém os efeitos causados por tal falta do entorpecente tomava proporções ainda maiores, quando o homem a sua frente, costumeiramente despejava tantas palavras horrendas que uma pessoa séria capaz de ouvir.

- Assim como? Chamando ele de fresco, viado, bichinha, que da o cu? Não é isso que ele é? Não é isso que ele faz com o outro fresco do marido dele?

E esse foi o estopim.

Taehyung poderia suportar tudo. Ser chingado das mais horríveis coisas que existissem, ele aguentava violência, socos, humilhação. A única coisa que ele não suportava de forma alguma era que tocassem ou desrespeitassem o Jimin.

Ele que era seu amigo. Que o conheceu quando ele o viu na rua chorando depois de ter ingerido pela primeira vez cocaína. Jimin era o único a quem ele recorría quando começa ficar exausto da vida e não conseguia morrer depois das quatro vezes que tentou cortar os pulsos e a única coisa que conseguia era perder sangue sem sentir a vida deixar seu corpo.

Jimin era realmente tudo para ele. A única família que ele tinha. O único real Porto Seguro. E destrata-lo de forma tão baixa o cegou.

Taehyung socou o rosto miserável, socou e socou e socou, até que seus dedos começassem sangrar e o nariz quebrado do homem abaixo de si estivesse quebrado.

Pouco se preocupando com os xingamentos do homem que beirava seus 100 quilos e seu nariz sangrando enquanto ainda permanecia deitado. Taehyung sai de casa com os nós dos dedos ainda sangrando. Mais com (pouca) sensação de prazer ao ter depositado parte de sua raiva no repugnante rosto do ser que atende pelo nome de Jeon Kim.

Caminhando a passos tão pesados que por mais um pouco rasgaria a sola de seus coturnos revelando seus ressecados pés. Esses que estavam neste estado devido a todas as vezes em que trocava seus calçados por algum papelote de maconha, pacote de cocaína ou doses de heroína. Sim, o jovem tinha a mais grave das dependência, pois ele tinha a todas as drogas.

Entorpecentes [TAEKOOK/VKOOK]Onde histórias criam vida. Descubra agora