Capítulo 7(Cezar)

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Já havia se passado horas e eu não tive coragem para voltar para casa só consegui pensar no fato de que não me arrependo de nada, nada a não ser talvez... do meu casamento, nós não éramos felizes e isso é a mais pura verdade, mas também como eu poderia saber como ter um casamento feliz se tudo que faço é repetir ações que vi meu pai fazendo um dia. Eu deveria agir de outra forma e evitar mentiras, mas eram as mentiras que eu mantinha que deixavam a Maitê segura de tudo, principalmente de mim mesmo.

E para piorar agora havia Alice e um filho, meu filho estava em seu ventre, como eu iria resolver isso? Não posso contar sobre esse assunto para ninguém pois será Maitê quem vai sofrer e eu já vou lhe causar mal o bastante. Eu precisava voltar para casa e garantir que ela esteja bem, vou contar para ela e pedir para que mantenha isso em segredo. Por ela mesma, esse segredo precisa ser mantido.

Quando cheguei em casa, infelizmente, ela ainda dormia um sono profundo e descansado. Então a deixei dormir e saí para trabalhar. Sabia que seria um dia de muito movimento e pouco rendimento da minha parte pois minha cabeça estava naquelas duas mulheres que fazem parte de minha vida, uma eu amo e respeito e a outra eu preciso que fique bem pois eu fiz uma promessa. As horas que se decorreram até o almoço passaram de forma longa como se não fossem passar nunca, mas lá estava ela, e estava linda.

– Alice, oi, podemos conversar agora durante o almoço? – Tentei parecer calmo, mas realmente precisava de respostas que somente ela poderia dar.

– Oi, Cezar... claro que sim, se sua esposa não se incomoda vamos... – ela fez uma breve pausa para me olhar, senti meu rosto se contorcer com aquela frase, mas acompanhei ela.

Durante o caminho até o restaurante que tinha ali perto, fiquei analisando-a e não pensava em mais nada. Ela era linda de verdade, tinha um corpo que era perfeitamente bem distribuído, seus seios pareciam sempre que iam pular para fora da roupa que vestia, sua cintura era delicada e fina, seus quadris e suas coxas eram lindas e bem delineadas de forma que me faziam entrar em transe sempre que a via, seu rosto era de um anjo sexy e lindo tinha olhos num tom escuro quase pretos e tinha o cabelo em um tom de castanho escuro que brilhava ao sol por causa de leves mechas claras a pele era clara e sua boca carnuda. Seus sorrisos iluminavam o mundo ao seu redor.

– Ei, Cezar, já chegamos, acorda. – As palavras dela me tiraram do transe em que eu estava.

– Desculpa estava olhando para você e me perdi...

–Acho bom se encontrar. – Disse ela de forma seca e irritada, me interrompendo – Você é casado e não deveria mentir nem pra mim nem pra ela... – Dessa vez ela sussurrou, com os olhos marejados e a voz pesarosa.

Assim que pegamos uma mesa mais reservada, olhei no fundo dos olhos dela e comecei a falar sem deixar que ela me interrompesse novamente.

– É, eu estou em um casamento com uma mulher insuportável que não amo e disso você sabe, sempre que chego em casa sinto falta de você Alice. Você está grávida e estou certo de que esse filho é meu, só preciso de um momento pois preciso resolver como lidar com ela. Quero ficar com você e ter minha família ao seu lado. Amo você, Alice. – Quando terminei de falar tinha meus olhos com lágrimas escorrendo.

Terminamos o almoço sem mais nenhuma palavra o que me deixava nervoso. até que ao final do almoço ela apenas falou secamente.

– Você tem 2 meses para resolver tudo.

Ao terminar essas palavras ela saiu e me deixou sozinho, como eu iria resolver tudo em dois meses?

Apenas Maitê me conhecia o bastante para saber que lido de forma horrível com a pressão, mas dessa vez não ia contar com ela. Maitê já sabia de toda a história sobre minha infância e ainda sim aceitava tudo. Ela conhecia minha mãe e meu padrasto e apenas sabia, mas eu nunca poderia amá-la. Durante toda minha infância perdi meu pai, e eu o amava mais que tudo, e minha mãe casou de novo, mas ela e o marido passaram a ser abusivos e agressivos comigo. Lembrar disso me machuca, minha mãe me batia toda vez que eu contava que meu padrasto havia tocado em mim e dizia que eu era um grande mentiroso, e isso acontecia quase que diariamente. Quando me falaram que eu teria que casar com Maitê por ter tirado dela a virgindade, eu senti raiva pois um casamento deveria ser por amor e não por sexo puramente. Seis meses após o aviso ele estava em um altar de uma igreja se preparando para dizer sim, mas tudo que ele aprendeu nos últimos meses sobre o que deveria ser o próprio casamento foi que ele deveria mandar na relação e ela ser uma boa esposa obediente. Ele deveria ditar as regras após os sim. E foi isso que ele fez nos últimos anos, ditou as regras que achava melhor para o bem-estar dele.

Cezar: Amo você e vou dar um jeito em tudo, prometo, você está com uma barriguinha linda já. Amo você demais.

Agora era hora de ir para casa e encarar a realidade. 

O Recomeço de MaitêOnde histórias criam vida. Descubra agora