Capítulo 12(Lorenzo)

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Eu passei o domingo todo com minha filha, a Lua, chorando em meus braços, era como se ela sentisse algo ruim estivesse se aproximando e chorasse. Mas não havia nada ali e nem em outro lugar. Mas fiquei sem notícias da Maitê durante o dia inteiro, só quando acordei na segunda-feira pela manhã que eu entendi o porquê de ambas as coisas Maitê havia sido agredida, fui o primeiro a ver as mensagens da Maitê, era o corpo e o rosto dela, que nas demais vezes em que eu vi aparentavam ser delicados e agora estavam feridos e completamente machucados, isso não podia ficar assim. Eu precisava fazer algo. Então levante da cama com rapidez e já arrumei porque queria tirar ela daquele lugar perigoso o quanto antes.

Optei por não acordar os meus irmãos, apenas deixei um bilhete simples dizendo para quando levantarem me ligarem, deixei minha filha no quarto da minha irmã para que ela pudesse continuar dormindo e saí em direção a casa da Maitê.

Quando cheguei lá usei uma chave universal para abrir a porta sem que os vizinhos desconfiassem de nada, assim que entrei vi a sala dela com diversas coisas quebradas e sangue pelo chão e por algumas paredes, senti um nó no estomago e os olhos arderem. Fui procurar por ela.

–Maitê? Você está aqui? Está acordada? – Perguntei meio sem saber o que dizer.

Então entrei em um cômodo separado, era o quarto onde ela estava, e Deus ela estava chorando e completamente machucada, pessoalmente era ainda mais difícil de ver do que por fotos, eu me aproximei da cama e comecei a tentar acalmar ela.

– Ei, sou eu o Lorenzo. Vi suas mensagens. – Fiz uma pausa para poder tocar ela. – Eu vim para poder te proteger.

Entre as lagrimas dela eu pude ver que ela tentava me falar algo, mas eu apenas a abracei, eu sabia que isso não iria resolver as coisas, mas eu queria confortar ela. Quando a soltei vi que ela havia parado de chorar e estava tentando se sentar, eu a ajudei e me ajoelhei para poder olhar para ela.

– O que... a gente vai fazer... agora? – Ela falou com uma voz arrastada e rouca, o que me fez lacrimejar novamente.

Eu fiquei dois minutos pensando na resposta dela, então me levantei e fui até o guarda roupas dela. Enquanto ela me olhava sem entender muita coisa.

– Não sei até o final da tarde ou amanhã, mas hoje..., – nesse momento minha voz falhou. – Hoje eu vou tirar você daqui.

Pensei que ela iria ficar brava com aquela atitude idiota minha, mas tudo que ela fez foi me mostrar onde tinha uma mala e uma bolsa e me auxiliar para encontrar as peças de roupa que seriam realmente necessárias. Ela não havia me perguntado mais nada, nós havíamos levado cerca de 15 minutos para encontrar tudo que era necessário, e em menos de 20 minutos eu havia conseguido acalmar ela e a tirar de lá. O que significava que era cedo demais para alguém ver nós dois entrando em um carro com malas, os olhos dela ainda estavam marejados, mas eu pude notar que era de alivio e não de medo.

Eu estava levanto ela para um lugar mais seguro. 

O Recomeço de MaitêOnde histórias criam vida. Descubra agora