Capítulo 19(Maitê)

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Meu dia havia começado como praticamente todos os outros dessa semana, levantava por último e meu café já estava servido. A diferença era que hoje o Pietro iria passar o dia fora, de manhã ele foi autenticar os documentos e a tarde ele iria levar para o Cezar assinar, e a Sarah iria passar o dia com a bebê Lua, o que significava que ou eu ficava dentro da casa sozinha ou passava o dia com o Lorenzo na cafeteria. Descobri que ele alugava o ponto e era sócio do café, e como nós dois ainda não havíamos conversado sobre como iria ser depois que ficássemos juntos ele queria participar mais dos próprios negócios.

– Hoje vou passar o dia com você. – Depois de falar percebi que eu não havia pedido e sim comunicado ele disso.

– Ótimo, vou adorar ter uma boa companhia hoje. Mas já vou avisar hoje o dia vai ser estressante.

Nós dois rimos daquilo, porque sabíamos que nada poderia ser mais estressante que o que estava para acontecer hoje.

– Sabe eu estava pensando Mai, e o que você acha de irmos jantar fora hoje? – Eu adoro ver ele nervoso para falar comigo, por algum motivo me faz querer provocar ele.

– Claro... vamos todos, ou você está me convidando para um encontro?

Assim que ele ouviu a resposta se aproximou de mim, e ficou a poucos centímetros de meus lábios faltava bem pouco para ele me beijar, e isso não acontecia desde o selinho que eu dei nele. Quando de repente a porta se abre e ele se afastou de mim depressa, e tudo que eu pensei foi "Droga!"

– Com licença, senhor e senhora De Angelis? – Era um menino que aparentava ter mais ou menos quinze anos.

– Sim, posso te ajudar em algo? – A voz do Lorenzo ficou mais séria, sumiu aquele tom que quase ronronava.

– Eu trabalho a algumas quadras daqui meu chefe disse que era pra eu pedir pro senhor e sua esposa irem até lá amanhã na parte da tarde, porque ele quer tratar de negócios com vocês. Aqui está o cartão dele com número pra contato, tenham um bom dia.

– Obrigado. – Eu praticamente gritei, mas ele não teria ouvido, porque saiu correndo e o Lorenzo fechou a porta.

– Sua mãe não te deu educação, senhor De Angelis? – Decidi começar as provocações logo pela manhã hoje.

Ele ergueu uma sobrancelha para me olhar, ainda próximo a porta ele abriu um meio sorriso.

– Onde nós estávamos mesmo, senhora De Angelis?

– Acho que o senhor estava me convidando para um encontro.

– E se fosse isso, o que iria me dizer?

Ele ainda me olhava com um olhar provocante e sedutor, e isso estava me aquecendo só que essa pergunta tão descarada me fez corar. Sem perder a postura de quem gostava das provocações eu respondi.

– Eu aceito seu convite, desde que você me prometa três coisas.

– Qualquer coisa que você quiser.

– Eu quero ser beijada, sem medo ao fim da noite, quero conversar sobre nosso futuro e quero que você prometa que não vai se importar com os julgamentos que as pessoas podem fazer, por nosso relacionamento ter começado tão rápido.

Eu vi cada expressão do rosto dele enquanto eu falava e por fim ele sorriu e se aproximou de mim.

– Eu prometo que não vou me importar, e garanto que irei conversar de todos os assuntos que você quiser. – Ele fez uma pausa e parou novamente próximo de mim quando eu achei que ele iria me beijar ele voltou a falar – Desde que você me prometa que vai dar uma chance verdadeira pra nós dois, independentemente de qualquer coisa que possa acontecer, e prometa também que isso não é só por conveniência.

Eu o olhei nos olhos, já estava cansada de esperar que ele me beijasse, passei uma das minhas mãos em torno do pescoço dele e o puxei vagarosamente em minha direção. O beijando com vontade e paixão, nossas línguas se conhecendo e nossos lábios roçando um ao outro. Só interrompi o beijo porque fiquei sem folego para continuar, mas ainda tinha folego o bastante para as provocações que se seguiram durante o dia até chegar quase que no final da tarde. Já havia passado das quatro da tarde quando um babaca estacionou o carro de qualquer jeito do lado de fora do portão, eu entrei para avisar o Lorenzo e os seguranças que estavam ali. Quando eu percebi quem era o babaca saí correndo em busca da proteção do Lorenzo e contei pra ele o que eu havia visto.

Era o Cezar e ele estava armado, Deus estava apavorada. Não consegui ouvir ou raciocinar com nada, só consegui formar uma única frase que quando saiu minha voz estava tremula.

– Você não precisava ter vindo aqui, Cezar.

Eu fiquei cerca de dez minutos sem ouvir nada, até que eu fui despertada do meu transe pelos barulhos de quatro disparos. Instantaneamente eu me agarrei no Lorenzo e chorei mesmo sem ter visto onde foram os tiros.

– Maitê, tá tudo bem, olha não pegou em você e nem em mim, mas preciso que você respire fundo tá bom?

Eu apenas assenti e me soltei levemente dele, quando olhei para frente um dos seguranças levou um tiro de raspão, mas o Cezar levou os três tiros estava esvaindo em sangue no chão, nessa hora eu fiquei nervosa e acabei desmaiando nos braços do Lorenzo. 

O Recomeço de MaitêOnde histórias criam vida. Descubra agora