Under My Skin

Capítulo I - CAMILLE

- Você vai amar a festa, Camille, você vai ver.
Essa é a milésima vez que Lindsey diz isso e eu ainda não me convenci de que ela está certa.

Estou distraída com a paisagem ao meu redor, pinheiros típicos de Oregon, quando Lindsey freia bruscamente o carro.
- Chegamos! - diz ela com a sua voz entusiasmada - Anda logo, você tem que conhecer o Nicolas!
- Aquele menino do qual você fala o tempo todo? - digo com desanimo - Não posso esperar.

Nicolas, Nick (quem liga) tem olhos cinzas quase azuis e cabelo castanho escuro de fazer inveja. Ah, ele também é forte e muito atraente. Não, não o conheço. Mas de tanto Lindsey falar dele parece que somos até amigos.

Lindsey me puxa pelo braço e antes que eu perceba já estamos no meio da festa.

Embora tenha vindo para a festa de boa vontade, esse não é meu programa favorito. Não me entenda mal, só não gosto de ficar assistindo pessoas dançando e se embebedando. Meus livros são muito mais interessantes.

Sem perceber sou arrastada pela multidão ao meu redor e vou parar na pista de dança. Tento localizar Lindsey, mas um muro de pessoas bloqueia minha visão. Então, decido sair para tomar um ar.

É impressionante como a maioria das pessoas desprezam a natureza hoje em dia, o jardim está quase vazio. Não que isso me incomode, prefiro ficar sozinha.

Das pessoas presentes no jardim, não posso deixar de prestar atenção em uma que está me encarando estranhamente, desde que sentei no banco do jardim. É como se o conhecesse e, meu deus, ele é muito gato.

Sem pensar me levanto e vou em direção a ele, mas, antes do quinto passo, um idiota derrama um copo de bebida na minha blusa. Vodka. Que ótimo.

Imediatamente, corro para a cozinha da casa, morrendo de vergonha. E dou de cara com Lindsey, que me olha de forma alegre. Alegra até demais.
- A gente ficou! - diz ela sorrindo.
- A gente... Quem? - respondo.
- Eu e o Nicolas, sua sonsa, anda logo, vou te apresentar.
Lindsey me puxa pelo braço, como sempre, e sem perceber estou parada no mesmo lugar de antes no jardim, mas desta vez tem um garoto sentado no banco. O garoto que continua a me encarar. Nicolas.