Alívio. Prazer. Satisfação.

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Pessoal, esse capítulo é um capítulo relativamente pequeno. Por quê? Porque eu divide ele em duas partes, eu não gostei de como havia escrito a segunda parte dele, então decidi cortar ele pra que eu pudesse melhorar a segunda parte.
Ele é um capítulo que talvez dê um cado de gatilho em muita gente, ele tava mais pesado, mas eu resolvi dar uma amenizada por conta de não saber se isso seria ruim pra algumas pessoas. Se vocês estiverem se sentindo desconfortáveis ao ler esse tipo de coisa e quiserem que eu trate esse assunto com mais delicadeza, por favor, me falem. Eu escrevi esse capítulo segundo relatos de outras pessoas com quem eu tive contato e perguntei sobre, por favor, não pense que estou romantizando, ou generalizando esse tipo de situação, cada um passa tem uma experiência própria.
No mais, espero que tenham uma boa leitura, comentem o que vocês estão achando e não se esqueçam de dar a estrelinha. 💛

JUNHO POV

Alívio. Prazer. Satisfação. As pessoas dão diferentes sentidos à essas palavras. A definição de prazer pra mim, pode não ser mesma pra você. O alívio de não sentir a dor. O prazer de sentir outra. A satisfação de esquecer os problemas. Os cortes.

Não, eu não sinto prazer nisso que faço! Mas é uma forma de enganar a mim mesmo, um jeito de pensar que tá tudo bem. Não tá tudo bem. Um prazer forçado. O sangue que escorre. O sangue que escorre trás a notícia de vitória. A vitória sobre meus sentimentos, eu os consegui vencer mais uma vez! Consegui os enganar!

Esse sou eu. Eu fujo dos meus problemas, porque é bem mais fácil que enfrentá-los.

- Eu disse que não precisa!

Eunsang estava espantado com o que via. Não o julgo. Ele deve pensar que sou louco.

O silêncio tomou conta do ambiente. Nossos olhares se entrelaçaram. O que estaria se passando na cabeça do menino de cabelos desbotados?

- Tá tudo bem ... - Delicadamente, Eunsang me segurou pelo braço.

O ônibus parou. Antes que eu pudesse passar pelos portões de entrada da escola, Eunsang me puxou.

- Não vamos à escola hoje.

- Mas ... Eunsang ...

Ele segurou em minha mão, fizemos o caminho contrário ao trajeto do ônibus. Fomos para a sua casa. Eunsang ficou calado o caminho inteiro. Não abriu a boca pra falar nada, mas também não o fiz.

A casa estava vazia. Eunsang me levou até o seu quarto, me sentou na cama e me pediu pra esperar. Ele fechou e porta, pude ouvir o barulho das teclas de seu celular serem apertadas, estava prestes a fazer uma ligação.

- Minhee? - Ele havia ligado para o amigo. - Eu sei, não posso explicar agora. Se perguntarem sobre mim ou Junho, você inventa alguma coisa convincente. - O que se passava naquela cabeça? - Eu sei, porra! Dá pra fazer essa merda sem fazer qualquer tipo de pergunta?! Eu disse que não dá pra explicar agora! - Ele se irritou. Não sei exatamente com o que, até porque não sei o que Minhee estava falando do outro lado da ligação.

- Eunsang ...

- Eu sei, me desculpe pela gritaria, Minhee me estressou. - Ele estava procurando alguma coisa em uma de suas gavetas. Achou. - Me estenda o seu braço, por favor.

Eu hesitei. Não queria que ele fosse obrigado a ver aquilo outra vez. Não quero que fique espantado novamente.

- Ei, eu disse que tá tudo bem, pode confiar em mim - ele sorriu pra mim. Ele foi levantando a manga de meu moletom bem devagar, as feridas eram recentes, ele sabia que iria doer. - Você quem fez isso?

O que eu deveria falar? Eu provavelmente o espantaria.

- Se for te deixar mais confortável, não precisa me responder - ele estava passando algum líquido em um algodão, eu não sabia exatamente o que era.

- Sim, fui eu ... - Ele começou a passar o algodão em meus ferimentos. Aquilo ardia, puxei meu braço.

- Ei, calma, vai doer só um pouco - ele passava o algodão com a maior delicadeza do mundo. - Você quer conversar sobre isso? Foi por causa de ontem com o seu pai?

Ah, se ele soubesse de tudo. Se ele soubesse que meu pai representa só dez por cento de todos os meus problemas, de todas as minhas inseguranças. Sim, meu pai não contribuía muito pra minha saúde mental, mas não era só isso.

As palavras acolhedoras de Eunsang mexiam muito comigo. Nesse mix de sentimentos, um grande filme da minha vida problemática passou pela minha cabeça. Passou tão rápido, mas tão devagar ao mesmo tempo. Aquilo fez uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Eunsang enxugou a lágrima de meu rosto. Eunsang me abraçou, me abraçou tão forte que não aguentei. Chorei. Eu chorei muito, era um choro de alívio. Chorei pois me sentia seguro com Eunsang. Era bom saber que eu tinha alguém. Talvez ele fosse a única pessoa que se importava comigo.

- Junho, acho melhor você descansar, dá pra perceber que você não dormiu nada essa noite - ele estava certo, passei a noite em claro.

Acho que não dá pra enganar as pessoas que se importam com a gente. Eu tentei fingir estar feliz no ônibus, fracassei. Ou talvez não tenha fracassado, pois mesmo que meu "sorriso" tenha sido desfeito, eu ganhei o apoio e compreensão do menino de cabelos desbotados.

Eunsang fechou a porta do quarto e puxou as cortinas, deixando o ambiente escuro.

- Acho que seria legal você tentar dormir, pelo menos pra se recompor - ele pegou um shorts em uma das gavetas da cômoda. - Coloca isso, você não vai querer dormir de calça jeans, não é mesmo? - Assim o fiz, troquei minha calça pelo shorts. Eunsang pegou minha calça, dobrou e colocou em cima da cômoda.

- Obrigado ...

Ele olhou pra mim e sorriu, sem me responder nada.

Ele pegou um cobertor e fez sinal para que eu pudesse me deitar. Eu deitei e ele me cobriu. Como se já não fosse bastante, ele deitou do meu lado e me abraçou.

- Se isso te fizer sentir mais confortável, vou ficar aqui com você - o abraço caloroso de Eunsang me fez pegar no sono rapidamente.

- Se isso te fizer sentir mais confortável, vou ficar aqui com você - o abraço caloroso de Eunsang me fez pegar no sono rapidamente

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⏰ Última atualização: Jul 27, 2020 ⏰

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Junho, o melhor mêsOnde histórias criam vida. Descubra agora