Diario de Duda

Capitulo 7

Dia 9 de fevereiro de 2014 19:34 hrs

Acordei e logo me olhei no espelho, aquilo que tinha no meu rosto não era um olho e sim uma beterraba gigante. Coloquei um casaco com capuz, um boné do mano, tapava mais ou menos o olho roxo, a calça e o tênis eram os mesmos de sempre. Peguei meu material correndo e sai de casa antes que alguém me visse. Liguei a música e fui andando devagar pro colégio. Baixei a cabeça e nem vi quem passava por mim, às vezes esbarra de leve em alguém e pedia desculpas baixo.

Cheguei na escola antes do horário, apesar de ter andando muito devagar. Entrei e fui direto pra sala, como imaginei ela estava vazia, sentei no meu canto, coloquei o fone e apoiei a cabeça na parede.

Meu celular começou a vibrar, peguei e era uma sms do Arthur: "Onde você está?" Respondi: "Não te interessa, não quero mais você na minha vida" Comecei a chorar.

Coloquei no plano de fundo do celular, tem uma foto minha e do Erick, sorri em meio as lágrimas. Se ele estivesse aqui tudo seria diferente, sinto muito a falta dele.

Coloquei as duas mãos juntas e fiz uma pequena oração, em silêncio:

- Meu irmão, onde quer que você esteja me proteja de todo o mal. Por favor, cuide de mim, como os anjos que você acreditava cuidavam das pessoas... Eu te amo demais e vou te amar por toda a eternidade. Amém!

Senti um calafrio, como se algo tivesse passado pelo meu lado, mas não algo ruim. Algo bom.

O celular vibrou de novo. Algumas pessoas começaram a entrar na sala. Outra sms do Arthur: "O que aconteceu? Meu anjo, não fala isso, por favor, me fala o que aconteceu..." Ignorei a sms. Voltei a prestar atenção na música.

Logo o sinal bateu e a aula começou. Os professores me olhavam com cara feia, por causa do boné e do capuz, mas não falavam nada. Passei o intervalo dentro da sala e as outras aulas passaram rápido. Sai do colégio o mais rápido que eu pude.

Vi o Arthur parado no portão do colégio, abaixei a cabeça e passei por ele, ele estava mexendo no celular. Assim que passei por ele senti meu celular vibrar, peguei pro impulso, tinha uma sms dele: "To te esperando no portão do colégio, vem falar comigo!" Olhei pra trás e ele me viu, estranhou por estar com aquela roupa, mas veio atrás, acelerei o passo, mas ele me alcançou.

Já estávamos longe do colégio. Ele segurou meu pulso:

- Ai! - ele soltou. Estávamos praticamente sozinhos na rua, só passavam alguns carros. Ele tentou levantar minha cabeça, mas eu não deixei: - Sai de perto de mim.

- Não Duda não vou sair até você me falar por que está me tratando assim. - ele tentou levantar minha cabeça de novo e dessa vez conseguiu. Mas antes que ele visse meu rosto eu sai correndo.

Já estava bem perto de casa. Entrei correndo em casa e tranquei a porta. Não tinha ninguém, fui direto pro meu quarto. Olhei pela janela e vi o Arthur indo embora com a cabeça baixa. Deitei na minha cama, ainda muito dolorida. Ele mandou uma sms: "Não sei o que está acontecendo contigo, mas eu vou estar aqui te esperando, sempre. Eu te amo". Joguei o celular num canto do quarto e dormi. (...)