Capítulo 12

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Raffael

Mas que merda, eu devia ter continuado no anonimato, mas não, fui ter a brilhante ideia de me apresentar a ela, de dizer que eu sou seu admirador secreto. Olho ela indo embora sabendo que está com raiva de mim, também minhas atitudes de ontem não foram das melhores.

Volto até debaixo da torre e recolho a cesta, indo para meu carro onde deixei as coisas que tinha trazido.

— Por isso nunca me apaixono – digo pegando o buquê de flores que comprei.

Olho as rosas por um bom tempo, mas ao invés de joga-las fora, reparo em um rapaz olhando as flores do campo.

— EI, RAPAZ – grito chamando sua atenção, de início ele se assusta, mas vem até mim, não me

parece ter mais de dezessete anos – Você tem namorada?

— Sim senhor.

— Estava querendo colher as flores para ela, não é? – Ele faz que sim com a cabeça – Bem pegue, melhor do que ser preso por arrancar flores de um lugar público – digo lhe entregando o buque.

Ele demora um pouco, mas finalmente pega, e quando faz isso saio dali rápido, indo para o interior, não ia para lá, mas preciso de ajuda, e só meu avô pode fazer isso.

Cheguei já era de noite e todos estavam jantando, mas ficaram felizes em me ver, e eu em ver eles, muito feliz na verdade, nunca achei que ficaria feliz por ver meus irmãos mais velhos, e muito menos meus avós.

— E então querido, o que te trouxe até nós? – Minha avó pergunta enquanto a ajudo com a louça.

— Preciso de uns conselhos do vovô, e de meu irmão também.

— Mas só deles - ele me olha um pouco triste. Mas sei que é brincadeira.

— A princípio sim, mas acho que a senhora pode me ajudar também – digo sorrindo para ela.

— E sobre que você precisa de conselhos?

Penso um pouco em como contar a ela, mas consigo e conto tudo o que tem me acontecido nas últimas semanas, assim como conto o que aconteceu nesta tarde.

— Bem filho, você errou e muito em fazer isso com ela, mas entendo seus motivos - dou um sorrisinho, mas ela não retribui – mesmo assim foi errado. Se você está mesmo gostando dessa garota, demonstre a ela, tente conquista-la do jeito certo, cara a cara, peça mais uma chance, quem sabe ela não concorda?!

Minha avó vai para o quarto me deixando sozinho na pequena cozinha, e fico olhando os vaga-lume pela janela, mas ao me virar, vejo meu irmão me olhando com uma cara de poucos amigos.

— O que foi? – Pergunto cauteloso, tenho certeza de que ouviu tudo o que falei.

— Sabia que você é um babaca? Do pior tipo.

— Henry eu...

— Não Raffael, não me venha com desculpas, você sabe muito bem pelo que Hannah vem passando e faz isso com ela, achou mesmo que ela lhe daria uma chance com você saindo com várias garotas enquanto a paquerava? Ela não é como as outras, e você deveria saber muito bem disso.

— Henry eu sei que fiz besteira, mas quero concertar, quero me redimir com ela, eu sei que você veio buscar Carla para irem morar juntos, e muitas vezes invejei a relação de vocês, é por isso que vim aqui, para te pedir ajuda. Mesmo sem querer me apaixonei de verdade por nossa vizinha, e não quero perde-la sem lutar antes.

Saio dali para o ar puro do campo. Ouvir os grilos cantarem, e sentir o cheiro do orvalho me fez me sentir muito melhor, mas tenho que pensar logo em um jeito de conquista-la, Hannah é muito bonita, esperta, carismática, qualquer um que a olharão lhe desejar, por isso não posso perder tempo, tenho que começar a trabalhar antes que seja tarde.

Mas antes preciso dormir, depois penso em um, ou melhor em vários jeitos de conquista-la.

O Gato do Meu VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora