Me levanto para me retirar da sala quando ouço a voz de Cristóvão me fazendo congelar no meio do lugar
- Aurora - Ele diz de forma que a sua voz faça todos os pelos do meu corpo se arrepiarem, sim, eu tenho muito medo dele e eu não consigo entender porque
- Sim, senhor ? - Olho para ele apertando as barras do meu vestido e ele pega um de seus charutos ascendendo e tratando em seguida
- Não pense que só por que irá trabalhar fora que não cumprirá os afazeres daqui, você escolheu isso e irá arcar com as consequências -
Ele diz e eu posso sentir o ódio no seu tom de voz, não só eu, mas como todos presentes ali sentiram que Cristóvão não ficou nem um pouco feliz com a ideia e acho que assim como eu todos tinham a mesma dúvida de: Por quê tamanha objeção com a minha liberdade?
Bom, podem pensar que por eu ser uma criada não-remunerada talvez ele não queira perder o privilégio, mas acredite, eu sentia que havia algo a mais, o olhar que Cristóvão me despertava dizia que ele tinha algo para mim, seja para me contar ou fazer, de qualquer forma eu tinha medo das duas coisas.
- Bom, pelo menos ela vai poder trabalhar e quem sabe ir embora daqui, se fosse por mim ela já estaria longe dessa casa a muito tempo-
Sra. Marry diz mais para sí do que para todos, mas não impediu de todos ouvirem, ela por si , percebendo que deixou seus pensamentos sobre mim se libertarem por erro seu, ruborizou e começou a se abanar com o leque como disfarce, não me surpreendeu pois eu já sabia dos seus sentimentos por mim
- Pois bem, eu acho de bom grado, Aurora é uma moça bonita e com esse trabalho talvez encontre um soldado no qual talvez a aceite como esposa -
Anne diz e eu sorrio de leve olhando meus pés, a ideia do casamento nunca passou muito pela minha cabeça, pois primeiro, quem iria casar com uma criada? homens queriam mulheres com porte e dote, que tenham algo a lhe oferecer, eu não tinha nada disso, mal tinha a mim mesma.
- Quem irá se casar com uma criada mulambenta ? Olhe para ela - senti todos se voltarem para mim, encarei Elizabeth de forma fulminante - Não tem trejeitos de moça, é uma empregada sem valor -
Ela me devolveu o olhar na mesma medida, se pudesse voava no seu pescoço e te mostraria como era realmente ter valor, sinto as mãos da Sra.Ana em meu ombro como se me segurasse pois havia lido meus pensamentos
- Bom, sei que está muito bom a conversa sobre o destino da pequena Aurora, mas precisamos preparar o jantar -
Sra. Ana me puxa dali , eu ainda estava estática com tal humilhação, ao chegar na cozinha ando de um lado para o outro passando a mão nos cabelos
- Como ela ousa dizer o que é uma mulher de valor? Uma criatura sem alma ou sem respeito por ninguém, nem caráter - Eu digo e respiro fundo
- Se acalme, minha filha - Sra.Ana diz me dando um copo com água e eu bebo ainda com as mãos tremendo, estava só os nervos, o comentário de Elizabeth não só me deixou em fúria, como fez todos ficarem perplexos, anos que ela vem me dando alfinetadas, mas nunca fez nada em público.
- Sei como lhe acalmar- sra. Ana diz e abre uma das portas da cozinha ,Luis entra em um dos seus melhores trajes, seu cabelo loiro estava um pouco molhado e estava diferente de como sempre o via com as mãos e as roupas sujas de trabalhar com seu pai
- Lui - eu sorrio indo até ele o abraçando forte, ele retribui o abraço me tirando do chão e me girando levemente -
- Vocês podem passear, não demore - sra. Ana olha pra mim - temos que servir o jantar -
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Efeito Borboleta
Teen Fiction"O bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um furacão do outro lado do mundo" Antes mesmo de Edward Lorenz descobrir a teoria do Caos, ele já acontecia da vida de Aurora uma jov...