she's gone

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Harvey chegou ao serviço e foi direto para sua sala. Sentou-se a sua mesa e puxou a cadeira para perto. Seus dedos dedilharam as papeladas e  puxaram uma caneta. Precisava acabar logo com aquilo.

Entretanto visualizou um envelope branco em cima de sua mesa escrito "Harvey" com uma letra que ele conhecia bem.

Ele abriu o envelope e tirou uma carta de dentro.

"Venho, por meio desta carta comunicar formalmente meu pedido de demissão"

Não.
Não.
Não.

Isso não pode estar acontecendo, ele levantou rapidamente e correu até o escritório dela.

Vazio.

Suas mãos começaram a suar e sua garganta secou. Seus pulmões começaram a queimar e ele não estava conseguindo respirar. Seu estômago embrulhou e ele correu para o banheiro, ainda com a carta na mão.

Vomitou todo seu café da manhã e se sentou no chão.

A única coisa que se passava pela sua cabeça era porque? Porque?

Seus olhos caíram na carta novamente procurando alguma explicação plausível para aquela decisão repentina.

me desligando do cargo de CEO que ocupo na empresa, por motivos pessoais. Solicito, se possível, a dispensa do cumprimento do Aviso Prévio, e o encerramento imediato do contrato de trabalho.

Donna Roberta Paulsen

Nenhuma explicação. Apenas o pedido. Ela nunca tinha feito isso antes.

Ele começou a fazer os exercício de respiração que a Paula tinha ensinado e aos poucos foi se acalmando.

Ele se levantou e voltou a sua sala, pegou seu celular e discou o número dela.

Nada.

Ela não atendia.

Ele ligou uma, duas, três... dez vezes.

Nada.

Não se importou de deixar milhares de ligações e recados perdidos no celular dela e começou a discar o número  novamente.

Donna, me ligue assim que puder. Não faça isso por favor, me retorne e não faça isso. Vamos conversar por favor Donna

Donna, se eu te fiz alguma coisa me perdoe, vamos resolver isso, você não pode me deixar...

Donna por favor só me atende, eu vou ficar deixando recados até você me atender. Por favor, não faça isso.

Donna eu estou indo aí, só me espere eu estou indo.

Ele saiu apressado do prédio e mandou Ray dirigir até a casa de Donna. Passou o caminho todo se perguntando o que ele poderia ter feito para causar isso. Repassou tudo o que tinha acontecido em sua mente e não encontrou nada.

Assim que ele chegou bateu na porta freneticamente. Esperou por uma resposta e nada. Bateu novamente. Nada

Seu estômago voltou a apertar e ele respirou fundo tentando se acalmar. Não vomitaria na porta dela.

Ele lembrou que ela deixava uma chave reserva debaixo do tapete e pegou. Colocou o objeto na maçaneta e girou.

Assim que a porta abriu ele entrou. A casa parecia estar vazia e seu coração se apertou. Ele caminhou pelos cômodos e as coisas dela já não estavam mais lá. Poucos móveis permaneciam nos lugares e ele começou a se sentir tonto novamente.

Correu até o guarda roupa dela e não achou uma roupa. Ela tinha ido embora.

Harvey discou o número dela mais uma vez

Donna eu estou na sua casa, o que aconteceu? Por favor volte e vamos conversar, eu vou ficar te esperando.

30 minutos depois e nada

Donna não faça isso comigo por favor não faça. Só me deixa entender o que aconteceu, você não pode me deixar assim sem nenhuma explicação.


Donna, eu vou lotar seu celular até você me responder. Eu vou descobrir o que aconteceu mas por favor não me deixe

Don, por favor

Ele sentiu sua voz embargando e apenas ficou respirando até acabar o tempo de mensagens de voz.

Ele sentou dentro do closet dela e ficou alguns minutos de olhos fechado inalando o cheiro do perfume dela.


Harvey passou a semana todo ligando para ela e deixando mensagens de texto e de voz, já que ela não atendia.

Ligou para Mike e descobriu que ela estava trabalhando para ele, sua primeira reação foi gritar e perguntar como ele teve coragem de fazer isso, de fazer uma proposta para Donna pelas costas dele.

"Harvey, eu juro a você que não fiz proposta para ela pela suas costas. Um dia Rachel me disse que Donna precisava de ajuda, precisava de um lugar para trabalhar e nos sempre conversamos sobre chamar vocês dois,mas nunca fizemos por sabermos que vocês estavam felizes aí. " ele tomou fôlego "ela não quis me dar muitas explicações só me disse que Donna precisava de nossa ajuda. Quando perguntei o que tinha acontecido ela disse que não poderia me contar mas que estava resolvendo tudo. "

"Se Donna precisava de ajuda porque ela não veio até mim? " ele estava se sentindo péssimo por ela não ter o procurado. Eles sempre se ajudavam.

"Eu não sei... a única coisa que eu sei é que ela estava mal, ainda está, mas está melhorando."

"Então eu vou aí, eu vou conversar com ela, eu vou ajudar ela no que ela precisar"

"Harvey eu acho melhor não, ela se afastou de você por algum motivo e não acho que resolveria se você viesse aqui. Rachel pediu para que eu te mante se longe dela então acho que é só isso que ela quer"

Nunca se sentiu tão ligeiramente atingindo no peito. Seu coração parecia ter despedaçado sem chance de volta. Sua cabeça latejava e seus olhos seguravam as lágrimas.

"Mike... eu não sei o que eu fiz para ela"

"Eu também não"

De repente começou a se sentir irritado, com ódio. Ela não tinha o direito de ir embora sem lhe dar uma explicação, ela não tinha direito de fazer isso com ele depois de todos esses anos de parceria. Ela não tinha direito de abandonar ele.

"Quer saber, deixa pra lá Mike, deixa ela em paz"

Ele não esperou uma respostas apenas desligou o telefone.

Por mais que tentasse esquecer ele não conseguia, não conseguia se concentrar na maioria das coisas que fazia, não conseguia ter uma conversa normal com qualquer pessoa pois sua paciência estourava.

Ele não conseguia mais transar com sua namorada, não tinha voltado de ir trabalhar pois sabia que ela não estaria.

A única coisa que o agradava era beber até esquecer de tudo. Beber até sentir sua volta ficar tonta e seus pés descontrolados.

Pelo próximo mês inteiro ele começou a tentar nutrir ódio por ela. Ódio por tudo, pois era a única coisa que estava fazendo ele seguir os dias dele.

Paula chegou até ameaçar ele dizendo que terminaria tudo se ele não melhorasse mas ele deu de ombro e só respondeu "faça como quiser, eu já perdi tudo"

Foi aí que ela percebeu que talvez não tenha sido uma boa ideia esse plano, mas não desistiria dele. Faria ele a amar.

Depois de um mês inteiro ele já estava menos mal e até conseguia transar com sua namorada, mas ainda pensava nela e queria que fosse ela ali deitada embaixo de si se contorcendo.

A Paula achava que aquilo era uma melhora, mal sabia que quando ele a fodia com força ele pensava em outra e que ele nunca melhoria e deixaria de sentir uma falta absurda de Donna.

Duas semanas depois ele se viu entrando em um bar e bebendo seu uísque favorito. Queria tirar ela de sua cabeça, de seu coração, mas estava sendo mais difícil do que ele imaginava.

A bebida acabou despertando uma certa coragem nele que não havia tido no último mês, ele pegou o celular e começou a digitar uma mensagem para ela.

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