Cap 3

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Quando finalmente me acalmei, contei para Emily o que tinha acabado de acontecer e sem perguntar nada para seus pais ou ate mesmo a mim ela falou que eu iria para a casa dela, enquanto me ajudava a recolher minhas coisas.

Seu pai estava no carro com o celular em mãos ligando para ela quando nós vê e ele desliga, ela então me abraça e pede para esperar um minuto, era nítido que aquela situação era estranha, entenderia caso o pai dela me rejeitasse, sou um estranho para eles, ainda por cima,sou um ômega dominante, eu sabia que o pai de Emily era um alfa, mesmo que recessivo.

A conversa de ambos não durou muito e logo ela veio aos pulos, o pai dela olhava para mim com um sinal de aprovação, era constrangedor, mas estava aliviado, eu teria um lugar para dormir, pelo menos por hoje.

-Prazer Toru, eu sou Derek White, Emily me contou o que aconteceu. - falou o senhor White enquanto entrava no carro. - Ela gosta muito de você, sabia!? La em casa você é sempre um dos maiores assuntos dela.

-Pai, pare com isso. - falou Emily envergonhada.

-Mas é verdade meu amor, eu e sua mãe amamos como sua amizade é linda. - ele estava claramente tentando me animar, ou pelo menos ajudar com minha situação desolada.

Mesmo que não estivesse tão no clima de sorrir, me esforcei, pois achava a tentativa muito mais do que eu merecia, na verdade, ver como Emily era amada e próxima ao pai a ponto de eles discutirem sobre coisas comerciais como se fosse algo comum, fazia com que o hematoma do golpe que meu pai me deu pegasse fogo.

As cenas de mais cedo voltam em minha mente em um constante replay enquanto as palavras deles ecoava na minha cabeça.
Acordei dos meus devaneios quando chegamos na casa dos White, apesar de saber que eles são pessoas de uma situação financeira muito boa sua casa era de uma forma simples e elegante, um lugar que emanava uma energia feliz e de que tudo estava bem, mas eu não podia deixar de sentir culpa e vergonha, aquela não era minha casa, eles não eram meus parentes, sou apenas um penetra aqui.

- Bem-vindo a nossa casa! - Disse Emily me puxando para fora do carro.

-Vamos meninos entrem, Emily mostre o quarto de hóspedes para ele eu vou falar com sua mãe por um momento. - O pai de Emily falava enquanto tirava minha mochila do porta-malas, tentei ajudar, porém, ele dispensou e disse para seguir Emily.

Assim que abrimos a porta da casa a mãe de Emily, estava nos esperando, Emily olhou para ela e me puxando gritou que o pai dela iria explicar tudo, a mãe não parecia se importar com aquilo, apenas pediu para que ela fosse mais devagar ou iriamos nos machucar.

Era incrível como elas se pareciam, mesmo com algumas diferenças, enquanto Emily tinha um enorme cabelo castanho sua mãe o tinha bem pequeno, quase como o do pai dela, sem contar que uma parece a versão de uma época diferente da outra.

Finalmente no quarto de hóspedes ela me ajudou a arrumar tudo, até pegou minhas coisas com o pai dela e me ajudou a arrumar aquilo direito, dobrando e arrumando em uma cômoda que havia no quarto.

-Toru, eu sinto muito! Eu fiz você ficar sozinho com o diretor e quando você saiu correndo eu não fui te ajudar. - falou Emily com os olhos marejados.

-Não foi sua culpa, além dó mais isso era o que devia ser feito. - eu forcei um sorriso para ela.

-Eu sei que não posso desfazer nada do que aconteceu, mas me deixe te ajudar? Eu vou fazer o possível com meus pais para deixar você ficar connosco, além disso, quando eu me tornar CEO da empresa do meu pai, vou precisar de alguém em quem possa confiar. - ela sorri.

-Obrigado por tudo, você não sabe o quanto já fez por mim, eu não sabia mais o que fazer, mas você estava lá e me ajudou tanto só com isso, obrigado! - falei a abraçando fortemente.

Novamente estava chorando, quando levantamos os olhos vimos os pais de Emily juntos na porta a chamando, eles precisavam conversar a sós com ela.

Meu coração ainda estava em pedaços, minha vida em frangalhos e minhas forças totalmente esgotadas, eu sabia que de agora em diante tudo seria diferente, eu não poderia voltar até a escola, lá não é seguro e também não estava preparado para pisar lá novamente.

Quando finalmente voltaram Emily parecia feliz, mas seus pais pediram para que ela nós deixássemos a sós, agora era minha vez, antes que começassem a falar os agradeci, afinal eles me acolheram e mesmo que não por muito tempo, já haviam feito mais que o suficiente.

De forma calma e serena eles me pediram para contar minha história, já não era tão pesado como da primeira vez que contei, ainda sim, doía, como uma faca sendo ficada e torcida em mim, também contei o que aconteceu na sala do diretor, as expressões deles mostravam a indignação e, ao mesmo tempo tentaram me confortar, olhando daquele ponto Emily havia puxado isso dos pais, ela tem sorte por te los.

-Você foi corajoso querido, não são todos que são assim sabia disso? - falou a senhora White. Eu a agradeci.

-Sabe Toru, não é porque não gostamos de você, ao contrário, nossa filha nunca foi tão feliz desde que te conheceu, desde o dia em que vocês viraram amigos ela fala de você, como se diverte com você e como te acha incrível, no entanto, não cabe a nós a questão a decisão de ter você conosco. - disse o senhor White.

-Infelizmente não temos ligações sanguíneas com você e com isso não podemos ter sua guarda, para que você seja realmente ajudado amanhã iremos até o conselho tutelar e tentaremos ver o que pode ser feito a partir dai, me desculpa ter que fazer você ter que viver ainda mais um trauma. - falou a senhora White.

-Eu entendo, não é como se eu tivesse muita opção infelizmente. - respirei fundo para espantar as lágrimas.

-Mas de toda maneira por que não ter uma noite divertida? Vamos pedir pizza, qual sabor você mais gosta? - perguntou o senhor White.

Eu fiquei envergonhado de falar, afinal era a visita surpresa, mas eles insistiram então falei o sabor mais popular que consegui pensar.
Aquela noite, estava totalmente em farrapos com tudo, mas ainda sim ver como aquelas pessoas tentavam me animar , fez querer ficar melhor e talvez renovou um pouco das minhas energias, mesmo sabendo que aquilo era algo momentâneo e efêmero com o que estaria vindo.

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