Cap 8

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Meus dias de folga do trabalho eram para Haru, principalmente por que hoje ele fará 5 aninhos, meu bebê cresceu tanto, cada dia que passa ele parece mais lindo, seus cabelos cacheados e negros como a noite se destacavam com os olhos de um azul com toque púrpura em sua iris, sua pele era morena e lógico que tinha alguns traços japoneses como os olhos que eram um pouco puxados, porém, quase imperceptível, às vezes ao olhar para ele as lembranças ruins voltando, pois Haru não tem quase nada meu, eu fico pensando se que ele parece muito com o pai, perdi a conta quantas vezes ele já me viu chorando por isso, mas ele não é o pai.

Inúmeras vezes estive a ponto de desistir e só precisei de um abraço dele e um sorriso para continuar e persistir, não importa com quem ele se pareça, ele é meu filho e meu maior tesouro.

Eu havia comprado um bolo e algumas guloseimas que ele gostava para o seu aniversário e estava tudo pronto, por fim ficamos vendo o que estava passando na televisão antes dos convidados chegarem, foi quando abriu um especial de última hora, o carro de algum ricaço tinha tombado e explodido, nada que eu realmente me importasse, mudei para os desenhos mais próximos e fui terminar de arrumar a decoração da festa.

A maior parte das coisas eu que tinha feito, ficou rústico para não dizer horríveis, mas era o que eu dava conta de dar para o meu filho, ele também ajudou, foi tão lindo ver ele assoprando os balões e me dando para amarrar.

Não demorou muito para Jones, Emily e sua família chegar e mais alguns amiguinhos do Haru.

Jones adorava brincar com Haru e Emily odiava que Haru não a desse atenção, era fofo ver eles disputando a atenção daquela criança que estava ali brincando com ambos e crescendo cercado de amor.

O dia seguinte era para voltar a rotina de sempre, deixar meu filho na escola de manhã no caminho do trabalho, depois de tanto treinar e continuar treinando ganhei muita massa muscular e a imagem do ômega frágil morreu, apenas quem me conhecia de quando entrei sabia o que eu era, mas o restante pensava que era apenas um Alfa recessivo, para ser sincero nem ligo para isso.

Era ótimo ter minha equipe como o modelo na nossa empresa, graças a isso sempre era elogiado por meu desempenho e planejamento, não achava justo só eu receber esses elogios então sempre os distribuía para todos, motivava minha equipe e ainda mais quando me esforçava e conseguia mais alguns equipamentos para ajudar no manuseio das caixas.

Já era meio-dia, como o tempo voa! Eu estava almoçando e abruptamente meu telefone toca, era uma das professoras de Haru, atendi na mesma hora, meu coração estava calmo, pois não devia ser grave, segundo meu extinto, mesmo assim eu estava aflito.

-Senhor Toru!? Aqui é a professora de seu filho Haruno. - falou a mulher do outro lado do telefone. - sei que é de repente, mas poderia comparecer na escola agora!?

-Aconteceu alguma coisa com Haruno? - falei levantando e quase derrubando a cadeira.

-Não, não... Ele está bem, mas tem uma senhora dizendo ser a avó dele aqui no portão e exigindo que o entreguemos para ela! - isso soava como pegadinha, minhã mãe não tem contato comigo a anos e ate onde sei eles nem estão morando mais aqui na cidade.

-Estou indo aí, obrigado! - Me levantei e paguei meu almoço e fui correndo para a escola de Haru.

Ao chegar perto, a cena era digna de novela, uma senhora que deve ser rica por ter dois armários do lado dela e um carro de luxo atrás, estava discutindo com a diretora e a coordenadora da instituição, não consegui ouvir tudo, mas sabia que ela estava botando defeito em toda a escola e exigindo que a obedeça, a professora que havia me ligado me viu pelo portão e foi ate mim.

-Me desculpe senhor, mas aquela senhora esta aqui já faz alguns minutos e não quer ir embora!

Respiro fundo e vou até lá.

-Por favor alguém pode me explicar o que infernos esta acontecendo aqui? - falei interrompendo todos ao ficar no meio deles.

-Quem é você? Como ousa entrar em nossa discussão sem ser chamado!? Saia daqui e volte a fazer qualquer coisa que um ser miserável como você faça. -Eu tive que respirar para manter a calma, não podia fazer merda, não na frente de uma escola.

-Me chamaram na discussão quando estão discutindo sobre o meu filho, então senhora, eu não sei o que ou quem você é, mas por favor se retire, estamos na frente de uma escola, o dinheiro te deu posses, mas parece que te tirou os modos! - falei vendo a raiva daquela mulher ferver.

-Você deve ser o padrasto do meu neto ou algo assim... - essa velha ta pedindo pra levar uns catiripapu aqui. - ... Quanto foi?

-Quanto foi o quê?

-Quanto foi para você cuidar da mãe e do meu neto, tenha certeza que você será generosamente compensado...

-Deixe eu esclarecer algumas coisas aqui, primeiro, não chame meu filho de neto, pois para mim e para ele você é uma velha maluca que esta fazendo escândalo no portão de uma escola, segundo, eu sou a mãe dele... -Nessa hora ela quase desmaiou, por "coincidência" o guarda costa a pegou. - ... E terceiro não há dinheiro que me faria entregar o meu filho para você, então mais uma vez, saia daqui e não volte mais ou irei agora mesmo chamar a imprensa, eles iram adorar colocar em uma capa "Mulher rica tenta pagar propina e sequestrar criança".

Bufando ela saiu e entrou novamente no carro chamando seus seguranças.

-Isso ainda não acabou, eu vou recuperar meu neto! - falou a senhora antes de ir.

-Recuperar o que nunca foi seu é novidade para mim. - retruquei.

Finalmente quando ela foi embora todos nos despedimos e aproveitei que já estava com a professora, para perguntar sobre o desenvolvimento de Haru, ela o elogiou e contou que ele tem algumas dificuldades, porém é normal e que em sumo ele era um ótimo aluno, fiquei feliz da notícia, voltei para o trabalho contente, mas morrendo de fome, maldita velha sem educação, fiquei sem almoço, mas o que não para de me tormentar, quem é ela?

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