Cap 9

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Depois de semanas sem nem ouvir falar naquela senhora histérica a vi em uma coletiva de imprensa falando sobre seu filho que havia morrido no acidente, não dei atenção, admito que o filho morto é parecido com Haru, mas acredito que aquilo seja apenas um surto de uma mãe em luto, não sei o que faria também se meu filho morresse assim, deve ser horrível.

Como de costume saio para levar o lixo antes de ir me arrumar para dormir, quase tenho um ataque cardíaco depois de fechar a porta e ver que tinha um homem enorme igual ao que vi no jornal.

-Misericórdia!

-Opa desculpa, te assustei? Não foi minha intenção! — falou ele sem graça.

-Não foi nada, eu que estava distraído, com licença. — falei sem muito papo e desci para jogar o lixo fora.

-Espere, não quer ajuda? — falou o homem tentando ser gentil.

-Não obrigado, posso levar sozinho.

Deixei ele ali sem reação, não sei o que esta acontecendo, sinceramente não quero saber, deixei meu lixo separado e arrumado nas lixeiras e subi, aquele homem não estava lá, deve ter sido um surto meu, ultimamente esta tudo muito corrido lá no trabalho.

Já estava de pijama quando a campainha tocou e eu fui atender, era aquele cara de antes, não estou com paciência, então atendi de pijama mesmo.

-Ola, desculpe eu não me apresentei mais cedo, meu nome é Kalel Evergarden.

-Haa… Ola!? Sou Toru, mas penso que não veio aqui só para dizer seu nome… — Ninguém é insistente assim atoa.

-Tem razão… — ele fez um sorriso malicioso e tentou exibir seus músculos. — vim entregar esse presente, é um bolo espero que goste, me mudei essa semana e queria fazer amizades.

-Mamãe, tem alguém aqui? - falou Haru vindo em minha direção e subindo nos meus braços.

-É só o novo vizinho meu amor, diga oi. — falei para ele dizer, mesmo que eu não quisesse ele aqui, crio meu filho para ter educação com todos.

-Oi! Moço, porque o senhor esta fedendo tanto? — Eu não consegui segurar o riso, por isso enterrei minha cara no peito de Haru.

-Me desculpe, eu vim entregar esse bolo para vocês, espero que gostem de chocolate.

-Ebaaaa bolooo!

-Sim, sim, um bolo, mas ele é para amanhã, eu vou colocar um pedaço na sua lancheira, agora diga obrigado para o moço Haru e vá já para a cama. – Eu não sei qual é a dele, mas suponho que essa desculpa de bom vizinho cola como ele pensou que iria colar.

-Obrigado moço! Mamãe por que não convida ele para nosso jantar com a tia Emily e o tio Jones? — Nessa hora Haru conseguiu me dar uma rasteira que nem ele imaginava.

-Eu adoraria participar se sua mãe deixasse, eu traria outro bolo de chocolate para a sobremesa. — ele joga baixo subornando uma criança.

-Serio!? Obaaaaaa, mamãe por favor.

-Você estará livre as 20:00 no sábado? — falei me rendendo.

-Lógico! Agora garotão sua mãe falou para você ir voando dormir, assim amanhã você vai poder comer bolo! — É assustador, ele conseguiu a confiança do Haru muito rápido, quem é ele?

-Sim, boa noite moço, boa noite mamãe. — falou Haru pedindo para me dar um beijo.

Ele saiu dali correndo para a cama dele.

-Eu não sei o que fez aqui, mas você é mais perigoso do que parece. — falei com um tom de piada, mas estava mais serio do que nunca.

-Não é nada que se deva preocupar, sou apenas um bom vizinho.

Depois de uma pequena conversa ele foi embora para o apartamento do lado do meu, onde morava senhor Sanchez, eu sabia que tudo era estranho demais, mas estava cansado demais para pensar nisso, apenas fui dormir.

O dia seguinte me fez pensar sobre o que aconteceu naquela hora, eu não posso mais sentir feromônios, pois meu inibidor é muito forte e esse é um dos efeitos colaterais, talvez aquele cara tivesse tentando me seduzir!? Que nada, muito engraçado, ponto alto da minha vida, depois que ganhei esse corpo nem um alfa se interessa por mim, ser delicado e parecer que depende sempre de alguém para fazer qualquer coisa é o padrão para todos os ômegas, às vezes me pergunto do por que nasci assim, eu nunca fui esse ômega, gosto da minha liberdade, porém isso não é o foco aqui, como Haru confiou nele logo de cara… Será porque eles são parecidos… Se…

Meu estômago revirou… Eu acreditei que tinha esquecido isso… Mas pensar nisso agora me fez entrar em pânico, precisava me acalmar, respira… Respira… Não é ele… eles são iguais…

-Eu não estou me sentindo bem, se alguém perguntar eu fui para casa mais cedo ok!? — Falei para Jones que era o chefe de equipe.

-Tudo bem? Quer que eu te leve na sua casa? — falou ele.

-Não esta tudo bem, eu consigo ir sozinho.

E assim eu fui, ao invés de andar para casa comecei a correr, estava em pânico, porque meu corpo ainda se lembra do toque? Meus olhos encheram de lágrimas, eu preciso sair daqui, rápido, preciso ir para casa, antes que o pânico me deixe paralisado demais para me mover, eu não quero de novo não.

Entrei em casa aos tropeços e tenho certeza que esbarrei em alguém antes de entrar, fui ate meu criado mudo la tem alguns calmantes que um médico me receitou depois de uma vez que tive uma crise dessas quando Haru estava experimentando uma roupa de educação física.

Eu tentei pedir para Emily buscar Haru na escola, mas minha mão estava tremendo demais, ouvi alguém chamando meu nome dentro da minha casa, mas não sabia identificar a voz, eu estava cada vez mais apavorado e minha visão turva, quando me achou era apenas um borrão escuro, ate eu apagar completamente, jogado no chão do meu quarto.

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