My way - He XinLong [hiatus]

Cap. 3 - Na estrada

*S/n*

O Zihao deixou a gente na portaria do prédio. Antes de ele ir eu o abracei mais uma vez, sabendo que ia demorar a vê-lo novamente. A cada passo que ele dava pra longe, era um pedaço do meu coração que se partia. Foi a mesma coisa quando eu deixei a Lili na casa dela. Minha ficha ainda não tinha caido.

Subi mais dois andares de elevador, até chegar no meu. Algumas lágrimas desciam pelo meu rosto, mas quando as portas do elevador se abriram eu as enxuguei rapidamente, minha mãe não poderia me ver chorar. Tirei a chave de casa do bolso da mochila e andei pelo corredor até chegar a frente do meu apartamento.

- Querida? - ouvi minha mãe dizer quando eu abri a porta.

- Sim, mãe - ela saiu da cozinha com o cabelo amarrado num coque, me olhando com aqueles olhinhos de recepção que só ela tinha.

- Você poderia começar a empacotar suas coisas? Amanhã eu vou na sua escola pegar sua transferência antes de viajarmos. Temos que sair o mais rápido possível.- ela tentou sorrir mas eu percebi o quão preucupada ela estava. Eu assenti com a cabeça e me dirigi ao meu quarto passando pelas coisas empacotadas em caixas.

Entrei no quarto e joguei minha mochila na cama, tirando o meu uniforme também. Eu peguei minha toalha antes de começar a arrumar tudo, e fui tomar um banho. Depois do banho vesti uma calsa moletom e uma blusa mais folgada. Sentei me no chão e comecei a tirar as minhar coisas do guarda-roupa.

                                 
                                   (...)

Após algumas horas, consegui empacotar tudo do meu quarto e ainda tinha ajudado minha mãe com as coisas do banheiro e da sala. Depois de acabado, nos jogamos no sofá ao mesmo tempo, com se tivesse sido ensaiado.

- Eu vou sentir saudade de tudo aqui. - me pronunciei após alguns segundos de silêncio.

- Eu sei, meu amor. - ela disse virando para mim - Eu também. Me desculpe por estar fazendo isso com você, filha. Eu sei que sua vida toda está aqui mas...

- Não é culpa sua, mamãe. - eu a cortei com medo de que começasse a chorar e eu não resistisse também - Vamos vencer isso juntas, afinal, temos uma a outra

Ela sorriu.

                                   (...)

 
- Vai ser rápido. - Minha mãe desceu do carro que estava cheio de caixas.

Estavamos em frente a minha escola, e minha mãe desceu pra pegar minha transferência. Nós iamos de carro pra Taiyuan, ou seja, iria demorar uma eternidade pra chegar - 14 fucking horas -, minha mãe tem medo de altura e, segundo ela, seria bom passarmos um tempo juntas. Eram oito e meia da manhã de um sábado, e eu estava com muito sono, mas tensa demais pra dormir.

Eu peguei meu celular e abri o WeChat no  grupo em que tinha eu, Zhou Li e o Zihao. Eu ainda não tinha contado que ia embora hoje. Eles vão me matar.
         
                          *Chat on*

    S/n : Oi meus amores. Eu estou indo agora. Espero que vocês não me matem por não avisar antes, eu não gosto de despedidas, só nos doeria mais. Eu vou passar um tempo na estrada, então vou ficar sem sinal. Eu amo muito vocês e vou morrer de saudade. Se cuidem.

                          *Chat off*

Eu vi minha mãe atravessar a rua de volta para o carro com alguns papeis na mão. Era real. Aquilo estava acontencendo de verdade.

- Pronto, querida.- ela me entregou os papeis - Você pode colocar numa pasta ai no porta-luva?

Eu peguei e guardei no lugar indicado. Minha mãe deu a partida no carro, antes de pegar estrada, iamos passar num café ali perto, e compra algo pra comer.

           
                               (...)

10:45
Ja estavamos há 2 horas no carro. Minha mãe pediu pra eu colocar uma playlist legal que a animasse. Então, durante todo o caminho, ela ia cantando e eu a acompanhava, estavamos fazendo um show no carro. As horas passaram bem rápido. Quase uma da tarde paramos num restaurante de beira de estrada, para almoçar.

                               (...)

13:30
Voltamos à estrada e eu estava cansada então acabei por dormir. Acordei umas horas depois quando minha mãe estacionou o carro em um posto.

                                    (...)

- Você estava realmente cansada, não é mesmo? - abri meus olhos e ja estava tudo escuro.

- Que horas são? - perguntei me levantando e tirando o cinto.

- São cinco e meia. Vamos parar aqui pra comer e andar mais um pouco pra ver se achamos uma pousada. - ela puxou uma bolsa termica do banco de trás.

  - Vamos comer aqui?

- Acho que não tem problema, depois eu limpo o carro. - fiz que sim com a cabeça e comecei a comer as coisas que ela tirava da sacola.

                                     (...)

As próximas horas de viagem foram entediantes e cansativas. Ja estavamos na estrada há 10 horas, e eram nove da noite quando finalmente achamos uma pousada. Minha mãe dizia que poderia dirigir mais, mas eu consegui convencê-la que era melhor descansar e acordariamos cedo no outro dia.

Fizemos check-in na pousada para apenas uma noite, e o bom, era que o jantar era inculso. A comida ja seria retirada então rapidamente comemos algo e subimos. Tomamos banho e minha mãe rapidamente dormiu. Eu não conseguia imaginar como era difícil pra ela também, ela também tinha a vida dela em Xangai, embora tivesse nascido em Taiyuan, a maior parte de sua vida ela viveu lá. Era complicado pra ela também. O que seria de nós se meu pai não tivesse ido embora?

Eu não gostava de pensar muito no meu pai, ele tinha nos deixado e, no início ele ainda me levava ao parque nos finais de semana, mas depois dos meus doze, é raro ele falar comigo sem ser em datas comemorativas as quais ele me manda cartões. Se a minha relação com ele já não era tão boa, imagina a da Sra. Chen com ele, minha mãe não falava com meu pai mais do que um "oi", "tchau" ou "não é da sua conta"/"fique fora disso". Eu só quero ver como vai ser no meu casamento...

Eu não demorei muito pra pegar no sono também. Primeira vez que eu dormi antes das dez e meia sem que minha mãe mandasse, e eu estava sem internet também. Aah, caramba! Meus amigos devem estar querendo me matar.