C O L E S P R O U S EAcordei ouvindo as incansáveis batidas na porta do meu quarto. Tinha absoluta certeza que era meu pai, pois se tem algo que ele gosta de fazer, é me importunar. Mads ainda dormia ao meu lado, ela tinha sorte de ter bebido tanto e não ter que ser acordada com alguém esmurrando a porta. No relógio marcava oito horas da manhã e na cabeça do meu pai era um bom horário para acordar aos sábados.
Levantei da cama preguiçosamente e andei até a porta coçando os olhos tentando me acostumar com a claridade que invadia meu quarto pela janela. Abri a porta e meu pai me olhava com uma expressão carrancuda, revirei os olhos sabendo que iria ouvir sermão mesmo sem saber o motivo já que naquela semana eu não havia feito nada de errado.
―Quantas vezes eu já disse que não quero que você traga mulheres pra cá. – sua voz saiu como um sussurro, mas ainda assim parecia que estava rosnando pra mim. ― Se quiser transar com alguma vadia que procure um motel, em minha casa eu quero respeito.
― Ela é só minha amiga, e não aconteceu nada. Quando ela acordar a levarei para casa, senhor Sprouse – falei tentando transparecer o mais calmo possível, embora soubesse que ele odiava quando eu o chamava de senhor Sprouse ao invés de pai. Eu fiz apenas para provocar, porque forma que ele se referiu a Madelaine me fez querer revidar as ofensas. Entretanto, era sábado, e eu não queria estragar meu dia.
Ele não falou nada, apenas ficou me encarando com sua expressão de que não transou a noite e então saiu andando pelo corredor.
Voltei para a cama com a intenção de tentar dormir novamente, mas de alguma forma o sono havia passado. Então peguei meu celular e abri na conversa com Charles onde havia o contato de Lili.
Quando cheguei do clube com Madelaine não tive tempo para pegar no celular novamente já que ela resolveu querer conversar sobre todos os filmes que já viu na vida e mexer em todos os móveis do meu quarto. Mas deitado na cama encarando o celular eu salvei seu número e abri a conversa. Sua foto foi a primeira coisa que eu reparei.
Lili estava sorrindo, mas não estava olhando para a câmera. Certamente alguém havia tirado a foto quando ela não estava vendo. Seu sorriso era espontâneo e fazia seus olhos ficarem estreitados. Eu nunca a vi sorrindo daquela forma, muito menos pra mim já que era nítido que ela me odiava.
Fiquei com o celular em minhas mãos encarando a tela com sua foto aberta perguntando-me se eu deveria falar algo por longos minutos. Só fui sair do transe quando ouvi Madelaine resmungar ao meu lado fazendo-me guardar o celular depressa como se estivesse escondendo algo nele.
― Bom dia. – ela disse com a voz sonolenta e foi levantando indo direto para o banheiro.
Quando saiu de lá já era como se não estivesse acabado de acordar, ou como se não estivesse com uma puta ressaca. Mads era incrivelmente bonita, daquelas de tirar o fôlego de qualquer um, mas para a infelicidade dos garotos que se envolviam com ela, Madelaine era um Cole na versão feminina.
Não se apaixonava e não namorava. Ela era a pessoa que não ligava no dia seguinte e isso deixava os rapazes frustrados sempre. Já presenciei algumas cenas onde eles ficavam correndo atrás dela enquanto tudo o que Mads fazia era esnobá-los.
É triste, mas é verdade. Garotos não conseguem lidar com o fato de alguma garota dispensá-los antes mesmo deles a chutarem.
Veem isso como um desafio e tentam de todas as formas fazer com que elas se apaixonem apenas para inflar o ego. Assim como também não conseguem entender quando uma garota age exatamente como a maioria deles.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Maior dos Clichês - Adaptação Sprousehart
RomanceQuantas vezes você já ouviu a história onde a Nerd se apaixona pelo popular babaca? Cole sabia que um dia viveria seu clichê, assim como todos viveriam. Mas a ironia do destino, ou carma, fez com que a ordem dos fatores alterasse quando foi ele, o...