Finalmente adeus...

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Seu corpo jazia praticamente morto no que sobrara de Largo Grimmauld. Ele tremia nos últimos espasmos de vida, seus órgãos estavam parando lentamente, a dor era mórbida. 

E ele nunca esteve tão feliz. Estranho né? 

Mas ele não se importava. Harry havia perdido tudo.

Ou nada, já que o "tudo" era uma mentira. Ele passou 33 anos de sua miserável vida tentando sobreviver, ele aceitou uma guerra em nome de uma paz que nunca existiu, ele assumiu a responsabilidade de manter a salvo amigos que nunca lhe foram fiéis. Ele aceitou o fardo de ser o eleito de uma luz que ofuscava os olhos de muitos – inclusive os seus – para que a podridão não fosse vista.

Ele perdeu a chance de ter amigos de verdade, que lutariam por ele até o último suspiro para defender aqueles que nas primeiras oportunidades lhes deram as costas. Ele perdeu a chance de conhecer seu verdadeiro poder, pois a "luz" dizia que era errado, ele passou fome, sede e frio nas mãos daqueles que deveriam protegê-lo. 

E quando eles conseguiram tirar dele o último fio de esperança que ainda lhe dava forças para recomeçar, eles o cortaram. Pois não bastava vê-lo na lama, não bastava vê-lo sem forças para levantar, não bastava sugarem sua vida lentamente, não bastava usarem seu corpo de maneiras tão sujas e desumanas, não bastava matarem as poucas pessoas que o apreciavam de verdade na sua frente e dizer que era culpa dele, não bastava o humilharem, esfregando na sua cara o quão estúpido ele foi...

Não...

Não bastou...

Não foi o suficiente...

Era preciso mais...

Era preciso o golpe de misericórdia...

Era preciso eles dizerem a grande verdade...

Eles tinham que dizer que ele foi burro o suficiente para matar a única pessoa que nasceu para amá-lo incondicionalmente...

Então no final quando Harry viu o mundo bruxo definhando, pois a magia da terra estava morrendo...

No final ele desistiu...

Depois de tanto lutar ele desistiu...

O ômega sentiu uma pressão nos seus pulmões segundos antes de uma bela mulher aparecer e acariciar seus cabelos. 

- Mor-morte... - ele disse em um sussurro falho - Que b-bom que ve-veio... - a bela loira de olhos obscuros lhe ofereceu um sorriso terno. 

- Desculpe a demora mestre. - Harry fechou os olhos e sorriu minimamente. 

- Tudo bem... - ele falava tão baixinho que se a bela loira não fosse uma entidade sobrenatural certamente não o ouviria. 

- Eu tive que observar por todos esses anos seu sofrimento em silêncio, mas saiba que estive ao seu lado em cada lágrima derramada e senti sua dor a cada decepção. 

- Eu sei, eu sentia você... 

- Eu queria ter te salvado, mas a forças maiores me impediam.

- Mas agora você pode me levar certo? - Harry abriu os olhos minimamente.

- Sim criança. Eu te levarei comigo para bem longe desse mundo podre. - Morte disse com nojo - E quando estivermos no nosso reino veremos esse mundo queimar em agonia. - Harry com extremo esforço assentiu - Está pronto? 

- Sim, por favor. 

De repente, Harry parou de respirar. Seus olhos se arregalaram, mas logo em seguida ele sorriu gentil e seu corpo parou de reagir indicando que esse mundo não era mais habitado por ele.

ℭ𝔬𝔯𝔭𝔲𝔰, ℭ𝔬𝔱 𝔈𝔱 𝔄𝔫𝔦𝔪𝔞 𝔔𝔲𝔞𝔢 𝔙𝔬𝔟𝔦𝔰...Onde histórias criam vida. Descubra agora