Por favor!

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Os olhos se abriram tão preguiçosamente que quase se fecharam de novo. Não sabia se estava inconsciente ou apenas cansado.

Kim Seungmin não estava inconsciente. E era levado até uma sala cheia de... travesseiros? Que merda. Normalmente eram loucos descontrolados que ficavam naquele tipo de cela.

E Seungmin não era louco! Claro que não.

Sentia o corpo dolorido e as feridas ainda ardiam muito, mesmo que já tampadas e cuidadas. Ou pelo menos aparentavam estar cuidadas.

—— Jinnie... — Foi a primeira coisa que conseguiu dizer quando sentiu o chão fofinho aconchegar seus pés descalços.

Não conseguia tirar o seu garoto da cabeça. Sabia que ele estava chateado consigo, mas precisava muito dele naquele momento e para a vida toda.

Vida...

Seus pensamentos aos poucos iam voltando ao normal, conforme o efeito do remédio passava de fato. Era algo rápido, na visão do Kim. Mas, na verdade, aqueles breves segundo eram longas e longas horas. Horas muito cansativas.

Mas o Kim nunca se daria conta disso.

—— Jinnie... por favor! — Se levantou e correu, batendo o corpo contra a porta de ferro. —— Pelo amor de Deus! Eu não sou louco, eu não fiz nada!

Que proteção de merda. O sangue escorria por sua testa e quase se derramou até os olhos. Sua cabeça latejava e novamente sentiu o corpo ser dopado, dessa vez sem influência alguma de remédio.

Sabia que estava adormecendo, pois a imagem de Hyunjin estava bem ali a sua frente. O rostinho assustado e triste. Tentou ir até ele, mas este se foi tão rápido quanto veio.

—— Hyunjin... meu Hyunjin! — Sorria bobo ao vento, a cabeça fora do lugar e os olhos lutando para se manter aberto, mesmo não sendo necessário.

Adormeceu e sonhou. Sonhou com o seu garoto. Sonhou com o passado, ele não era uma alucinação!

Mas como poderia confiar tão cegamente em suas memórias?

Ele estava internado, o entupiam de remédio, é claro que uma hora ou outra uma falha irá se manifestar em seu corpo. Apesar dos remédios ajudarem em algo, eles pioram outro. Tudo tem um preço, nada é de graça. E essa falha está dando as caras muito rápido.

Acordou. Não sabia se era dia ou noite. Não sabia quantas horas eram, quanto tempo dormiu, não sabia se dormiu. Não sabia se realmente acordou.

Se levantou e balançou levemente a cabeça, sentindo está latejar devido movimento brusco. Sentia como se estivesse dopado.

Era assim a maior parte do tempo.  Ele nunca precisava de droga alguma, pois já se sentia fora de si o tempo todo.

Se levantou, cambaleando e logo as penas parecem ter se cruzado entre si, pois caiu no chão. E de repente tudo o que conseguiu fazer foi chorar.

Estava com tanta saudade do seu garoto que nem a dopamina do seu corpo foi capaz de aliviar aquela dor. Precisava dele, presava muito dele.

Mas ele simplesmente se foi e agora todos pensam que Seungmin é um louco alucinado!

Como se já não bastasse o fato de ter perdido seu amado, agora estava aqui! Preso como um bicho, como uma espécie de leão feita em laboratório e com grande risco na sociedade.

Mas Seungmin era inofensivo... dava para ver isso em seu rosto. Ele jamais teria coragem de machucar ninguém.

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