Epílogo

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Quando começou, ela não idealizou momentos, pois uma vez já o fizera e agora, ela preferia muito mais vive-los.

Naquela noite ele lhe adorou, seus lábios correram sobre sua pele em carícias ardentes. Sob a luz da lua, ofegantes eles se amaram.

Na manhã seguinte, ele não havia ido. Fios de prata e ébano se emaranhavam sobre lençóis revirados. Ele a envolveu e ela se permitiu ficar. Em seus olhos não havia lembranças de fantasmas, tanto quando ela, ele se sentiu em casa.

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Kagome não esperava casamento, noivado ou sequer contrato, aquele era outro tempo, mas principalmente, Sesshoumaru era um lord youkai e ela uma miko humana. Mas tanto quando ela que ficou, ele não queria ir, pois diferente do pai quando ligou-se a sua mãe, ele a amava e mesmo que não o dissesse com palavras, ele nunca a deixaria duvidar ou se questionar. Havia ainda um outro fator, ele era egoísta, ela era dele, tanto quanto ele era dela e ele trataria para que assim continuasse, pois acima de romântico, ele era prático.

Entre os da sua espécie, marcar um parceiro era como ligar suas almas, quando ele a propôs, ela sorriu brilhantemente e lágrimas humidesseram seus olhos de alegria. Então, ela lhe deu a única resposta que poderia, pois a muito ela se deixou afogar e ele não a deixou ir.

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Em comemoração a sua união, uma festa foi realizada, nobres youkais e seus amigos se misturaram no grande salão. Quando aqueles mais ousados se opuseram a escolha de seu senhor, não foi ele a revidar. Naquele dia, sua corte entendeu que sua nova senhora tinha um temperamento ardente, mesmo que tivesse um sorriso brilhante.

Muito mais tarde, Sango a abraçou e não a questionou sobre sua escolha, pois Kagome estava feliz e isso para ela bastou.

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Um dia, Sesshoumaru a convidou para ir em um passeio, ele não a olhava em seus olhos e em seu íntimo, ela se preocupou, enquanto emoções desagradáveis se formavam. Incerteza, especulações, medo, ciúmes, se misturaram e a abalaram.

Quando eles pousaram na vila e uma Sango de sorriso animado, juntamente a uma Rin quicante a puxaram para a casa da amiga, só restou confusão. Elas a puseram em roupas leves, floridas e belas, enfeitavam seus cachos e a mimaram.

Kagome entendeu o que acontecia quando ela o viu esperando ao lado de Kaede, com um caminho aberto a percorrer entre seus amigos presentes. Naquele momento, as emoções desagradáveis, não eram sequer lembranças, a verdade era que sempre haveria momentos de fraqueza, emoções eram incompetentes e ela não era perfeita, mas amava seus defeitos.

Foi Sango a campanhá-la, foi ela quem a apresentou a Sesshoumaru com palavras duras e promessas de dor, caso ele não fizesse de Kagome a mulher mais amada daquele mundo. O inu-youkai não disse nada, ele apenas tomou a mão de sua companheira, pois ele já tinha escolhido e ele cumpria suas promessas.

Para sua espécie, marcar o parceiro era o mais importe, para Kagome, mesmo que ela não o dissesse, o casamento tinha seu significado. Foi por isso que ele organizou aquele cerimônia, o outro motivo, era que uma Kagome feliz, era uma Kagome faminta e ele realmente apreciou a tradição das noites de núpcias.

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Três anos mais tarde, ela recebeu uma carta. Quando ela abriu a missiva, uma pequena pérola rolou para sua palma aberta, o reconhecimento brilhou em seus olhos e quando ela buscou, achou apenas um pequeno pedaço de papel, gasto e com letras borradas, como se houvesse sido lido e ponderado muitas vezes antes de ser enviado.

"Eu nunca poderia tê-la feito feliz e me desculpo. Agora você é, e isso é mais do que eu poderia pedir. Kagome, esse desejo não é meu para fazê-lo, por isso eu a enviei, Kykyo se foi, brincar com os mortos não é algo que aprendi a abominar.

O bastardo parecia feliz também, mesmo que nada tenha mudado em sua aparência de gelo, já brigamos demais para que eu possa reconhecer isso. Gostaria que isso se entendesse pelos próximos séculos, não apenas décadas, mas não é minha escolha e não desejo lhe machucar mais uma vez, por isso, ponho essa possibilidade em suas mãos, para que você possa ter a escolha e independente de qual for, continue feliz.

Uma gota molhou e borrou mais as palavras e então, outra. Kagome apertou a pequena pérola em suas mãos, sentindo seu toque quente. Ela não esperou por isso, essa possibilidade, e ela, por um momento, se sentiu dividida. Viver demais, significava contemplar a perda mais de um par de vezes, por outro lado, ela estaria junto aquele que amava, sua família.

Um riso alto a destraiu, quando ela ergueu seu olhar, uma pequena menina de fios ébanos e olhos dourados corria entre as flores do jardim. Aquele som encheu seu peito de calor, sua mera visão espantou as lágrimas.

Sayuri também viveria séculos, mesmo sua infância só findaria quando Kagome já tivesse praticamente no fim de sua vida. Ela não estava pronta para partir, ela queria vê-la crescer e principalmente, ela queria estar lá por sua filha a repreendendo quando preciso, mas principalmente, a apoiando.

Seu reiki se enrolou ao youki dele quando Sesshoumaru se aproximou, ele parou ao seu lado, ela se aconchegou no calor dele e eles observaram o primeiro fruto daquele amor.

Não havia outra escolha, para ela já era bastante claro e em sua mão, a pequena esfera se desfez quando seu pedido foi atendido.

Não havia outra escolha, para ela já era bastante claro e em sua mão, a pequena esfera se desfez quando seu pedido foi atendido

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Travessia - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora