Voltaria infinitas vezes no dia de hoje

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Pov Annabeth

Eu senti vontade de vomitar quando Percy disse aquilo, parece que todos os meus órgãos subitamente decidiram que seria uma boa hora pra se revirar completamente, o ar prendeu na minha garganta e eu por fim sorri, Percy me olhava com expectativa.

- então eu era a garota... Que você disse que queria beijar? – ele sorriu abafado, e falou baixinho

- sempre – se aproximou e juntamos nossos lábios em um beijo tenro, calmo e doce, como se estivéssemos esperando por aquilo a muito tempo e realmente eu estava, senti o cheiro da pele de Percy e entre acariciou o meu rosto, e eu instantaneamente desejei estar no chão e não a metros dele. Nos separamos porém nossos rostos continuaram juntos e nos beijamos de novo.

Quando a roda gigante parou no chão novamente eu estava me sentido completamente feliz, Percy continuava segurando a minha mão e me conduzindo para os lugares, bebemos refrigerante e eventualmente voltaríamos a nos beijar novamente.
Em situações como essas o tempo parece pregar uma peça na gente, os ponteiros do relógio andam depressa, queria que fizessem isso em um a aula de matemática não agora, o tempo passa e passa e a gente não vê passando. Tudo com o que nos preocupamos é em segurar a mão do outro, tocar nossos lábios, e passear pelo parque, e isso pra mim parece suficiente.

Mas aí fica tarde e precisamos voltar pra casa, pegamos o ônibus e fomos o caminho todo de mãos dadas, apoio minha cabeça no ombro de Percy como em um daqueles filmes clichê e fico feliz por não precisar fantasiar com esse momento, com essa sensação.

Percy me deixa na porta de casa, segura meu rosto com suas mãos e me beija novamente, não quero me despedir dele, não quero que ele vá embora, quero parar o tempo nesse exato momento. Ele diz um – te vejo na escola – e eu assinto e ele me vê entrando em casa.

Naquela noite quando boto a cabeça no travesseiro, penso que se eu pudesse escolher ter um poder, escolheria voltar no tempo, voltaria no dia de hoje infinitas vezes, beijaria Percy infinitas vezes e cada vez seria mais perfeita do que a anterior.
Eu sei que isso tudo é só um papo muito sentimental e que só estou assim porque hoje foi nossa primeira vez ficando mas... Eu gostaria de manter esse sentimento, sabe?


Pov hazel
- o que você tá fazendo? – perguntei ao perceber Ethan me seguindo, eu tinha acabado de falar com frank e decidi que iria pra casa, me levantei e comecei a andar.

- eu pensei que você ia pegar um Uber – ele disse, ainda me acompanhando

-Minha casa não é tão longe daqui, da pra ir andando – e Ethan assente com a cabeça, mas continua me seguindo, e eu me irrito, talvez por já estar triste com frank, e agora Ethan e eu só queria paz. – você não precisa me seguir Ethan, eu vou ficar bem –

- eu sei... Eu não quero ficar naquela festa, é também não quero ir pra casa e encarar a minha mãe, etc – assinto me sensibilizando por ele.

- por que não? – Ethan reflete e demora a me responder, demora tanto ao ponto de eu pensar que ele apenas não iria me responder, mas por fim diz :

- eu acho... Parece que tudo o que eu toco vira cinzas, eu dou um jeito de estragar tudo de bom que aparece na minha vida e a minha mãe... Eu acho que a minha mãe percebeu isso – andamos lado a lado, o vento frio da noite faz eu me arrepiar de vez em quando, as ruas são iluminadas e vazias, eu me sinto mal por Ethan e de repente percebo que não há nenhum resquício de ódio por ele em meu coração, muito pelo contrário, eu meio que gosto da sua companhia, gosto do fato de ele não estar constantemente fingindo ou mentindo estar bem, e aos poucos o considero um amigo.

- você não precisa ser tão duro consigo mesmo – Ethan assente e poe as mãos nos bolsos da calça, desejei ter bolsos para esquentar a minha mão também.

- eu não consigo evitar, não consigo parar de fazer todo mundo me odiar..quer dizer, olha o que eu fiz com você –.

- eu não te odeio – ele para de andar, me encara e comprimir os olhos

-não? –

- por que eu te odiaria? As pessoas cometem erros o tempo todo, e você já se desculpou então... - Ele assente e volta a andar, o acompanho

- você parecia irritada falando com o seu namorado no telefone – minha cabeça da uma leve tombada como se de repente ficasse muito pesada.

-eu... Eu amo frank mais do que tudo no mundo, eu me sinto pequena e ao mesmo tempo gigante perto dele... Eu tenho a sensação de que eu faria qualquer coisa se ele me pedisse... Talvez por ele ser a primeira pessoa que eu já gostei, eu nunca tinha sentido nada assim antes...Meu maior medo agora é um dia ele acordar e perceber... Que não há mais espaço pra mim em seu livro... Então eu, toda vez que eu sinto que tem alguma coisa errada eu ativo um modo de proteção, eu acabo sendo um pouco grossa pra não mostrar minhas inseguranças- sinto Ethan me encarando , seu olhar me perfura como um milhão de facas.

Um silêncio se estabeleceu entre nós, e caminhamos em silêncio por um tempo até Ethan simplesmente dizer:

- eu posso dormir na sua casa hoje? -



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